PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: EDILANE NUNES REGIS BEZERRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EDILANE NUNES REGIS BEZERRA
DATA: 29/08/2016
HORA: 14:00
LOCAL: UFPB - CCHLA - Sala 404
TÍTULO: SAÚDE MENTAL MASCULINA: PREVALÊNCIA E VULNERABILIDADES AOS TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS NOS CONTEXTOS RURAL E URBANO.
PALAVRAS-CHAVES: Transtorno mental comum, saúde mental, saúde do homem, vulnerabilidades.
PÁGINAS: 190
RESUMO: O adoecimento psíquico, com destaque para os Transtornos Mentais Comuns (TMC), é um dos gran¬des problemas enfrentados na atualidade, comprometendo a saúde das populações e representando elevado ônus para a saúde pública. De natureza não psicótica, tais transtornos envolvem um conjunto de sinais e sintomas relacionados, principalmente, às queixas somáticas e sintomas depressivos e ansiosos, geralmente associadas às condições de vida e à estrutura ocupacional. Não obstante, é notória a incipiência dos estudos com o enfoque acerca das necessidades de saúde masculina, no âmbito da atenção primária, principalmente, no que tange à saúde mental. Neste sentido, objetiva-se analisar os aspectos de vulnerabilidades aos transtornos mentais comuns em homens paraibanos comparando os contextos urbano e rural. A presente tese se encontra organizada em duas partes. A primeira, denominada Marco Teórico, situa os transtornos mentais comuns na complexa área da saúde mental e das politicas públicas, especificando para a saúde do homem. Finaliza apresentando o Quadro da Vulnerabilidade e dos Direitos Humanos, modelo teórico que orientará as discussões dos resultados obtidos. A segunda parte, denominada Estudos Empíricos, subdivide-se em dois estudos. O primeiro trata-se de uma pesquisa quantitativa, epidemiológica, com objetivo de estimar a prevalência dos transtornos mentais comuns em homens da capital e de cidades rurais paraibanas, associados com fatores socioeconômicos, de estilos de vida, busca por atendimento e saúde mental. Para uma amostra de 400 homens (200 residentes na capital e 268 em cidades rurais), na faixa etária de 24 a 59 anos, foi aplicado um conjunto de instrumentos: SRQ-20 (rastreamento de transtornos mentais não-psicóticos); Questionários de Estilo de Vida; de Acesso e Atendimento em Saúde; de Saúde Mental; Sócio-demográfico, cujos resultados foram analisados por estatística descritiva, razão de prevalência, de associação (qui-quadrado e test t) e multivariada (regressão logística). O segundo estudo, qualitativo, objetiva analisar as vulnerabilidades aos transtornos mentais comuns em homens residentes na capital e em cidades rurais paraibanas que obtiveram pontuação acima do ponto de corte no instrumento SRQ-20, apresentando, portanto, suspeição para Transtorno Mental Comum, cujo número será determinado pela técnica de saturação (foram realizadas sete entrevistas). Serão realizadas entrevistas semiestruturadas com base no método de cenas, com o intuito de compreender os sentidos que as pessoas atribuem para as diversas dimensões da sua vida cotidiana e, assim, decodificar as dimensões da vulnerabilidade. Os dados serão analisados através da técnica de análise categorial temática com identificação a posteriori. Enquanto resultados parciais, será apresentado um corte referente aos homens moradores das cidades rurais, a partir de medidas de prevalência, análise descritiva e associação de variáveis. A maioria (53,4%) encontra-se na faixa etária dos 30 aos 49 anos (M=39,59; DP= 10,60), são casados (67,9%), católicos (85,1%) e heterossexuais (97,0%). Apresentam baixa escolarização (12% sem escolarização e 47% fundamental) e baixa renda (79% recebem até 2 salários mínimos e 16% recebem benefícios do governo). Em relação à atividade laboral, 27,6% afirmam que são prestadores de serviços gerais e 23,5% agricultores. Referem atividade formal (40%) estando em maioria empregados (62%). Quanto ao Estilo de vida, o encontro com amigos (25%) foi citado como lazer, 51% não praticam nenhum tipo de atividade física, 21% fazem uso de tabaco e 63% de álcool. O preconceito foi relatado por 15 %, na maioria associado ao físico, classe social ou racial e 16% afirmaram ter sido vítima de violência (na maioria, física). A maior parte dos homens (54%) procurou atendimento médico há 06 meses atrás ou menos, o serviço mais utilizado foi o público (76%), através do PSF (52%), tendo como causa a necessidade de pronto-atendimento por hipertensão ou dor aguda (37%). A maior dificuldade encontrada para acessar o serviço foi a demora/mau atendimento (34%) e a distância (21%). Na maior parte dos casos, os homens foram ao serviço de saúde acompanhados (57%), pela esposa (57%) ou mãe (21%). No que diz respeito à saúde mental, problemas familiares são apontados como o maior gerador de estresse (27%), 6% fazem uso de medicamentos psicotrópicos (ansiolíticos), 16% estão ou já estiveram em atendimento psicológico por demanda espontânea e 7% em atendimento psiquiátrico por demanda médica. A prevalência de TMC foi de 12% estando mais associada aos homens casados, com escolaridade fundamental menor, com renda entre 01 e 02 salários mínimos, com emprego formal e prestadores de serviços gerais, ainda que sem diferenças estatisticamente significativas. Considerando os fatores do SRQ-20, observa-se a seguinte ordem de contribuição: Queixas somáticas (M=0,57; DP=0,24), Humor depressivo/ansioso (M=0,62; DP=0,25), Perda da energia vital (M=0,53; DP=0,20) e Pensamentos depressivos (M=0,34; DP=0,32). Observou-se associação entre o TMC e as variáveis vítima de violência (p=0,02); vivenciar situação estressante (p=0,01); uso de medicamentos psicotrópicos (p=0,01); atendimento psiquiátrico (p=0,01) e antecedentes familiares com transtornos mentais (p=0,01).
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1497729 - ANA ALAYDE WERBA SALDANHA PICHELLI
Interno - 1285229 - SILVANA CARNEIRO MACIEL
Externo à Instituição - FLAVIO LUCIO ALMEIDA LIMA