PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: PALOMA CAVALCANTE BEZERRA DE MEDEIROS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PALOMA CAVALCANTE BEZERRA DE MEDEIROS
DATA: 17/02/2017
HORA: 15:00
LOCAL: Sala 01 do PPGPS, Departamento de Psicologia, CCHLA
TÍTULO: EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCRANIANA EM PACIENTES ESQUIZOFRENICOS COM SINTOMAS NEGATIVOS: UM ENSAIO CLÍNICO, RANDOMIZADO, DUPLO CEGO
PALAVRAS-CHAVES: Estimulação Transcraniana por Corrente Continua; Esquizofrenia; Sintomas Negativos
PÁGINAS: 132
RESUMO: A Estimulação Elétrica Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) é uma técnica que tem por função modular a atividade cortical, que tem se mostrado útil no tratamento de sintomas positivos da esquizofrenia. Não obstante, poucas ainda são as evidências considerando os sintomas negativos, o que motivou a proposta desta tese, que tem como principal objetivo investigar os efeitos da ETCC nos sintomas negativos de pacientes esquizofrênicos, sugerindo um protocolo padronizado para intervenções. Para tanto, foram propostos dois estudos empíricos: um de natureza metanalítica (já realizado) e outro experimental (em andamento). O Estudo 1 teve como objetivo verificar o estado da arte e realizar uma metanálise de estudos que tenham utilizado a ETCC com pacientes esquizofrênicos nos últimos 5 anos. Buscou-se em seis bases de dados eletrônicas, obedecendo 9 critérios de elegibilidade, e utilizando os seguintes descritores: transcranial direct-current stimulation and schizophrenia; transcranial direct current stimulation and schizophrenia; estimulação Transcraniana por corrente contínua e esquizofrenia. Dos 643 artigos inicialmente apontados, apenas 3 foram incluídos na metanálise. O efeito da ETCC nos sintomas da esquizofrenia foi avaliado através da Escala de Alucinações Auditivas (AHRS; Mondino et al., 2016) e Escala de Sintomas Positivos e Negativos (PANNS; Brunelin et al., 2012; Frohlich, et al., 2016). Os resultados indicaram moderada homogeneidade entre os tamanhos de efeitos (z de Fisher) encontrados nos estudos (I2 = 74%), embora análise de funil indicava apenas 25% dos efeitos fora deste. Concluiu-se a necessidade de novas evidências, já que a metanálise apontou um efeito total levemente positivo, embora não significativo [rmetanálise = 0,020 (IC 95% = -0,14 – 0,18); p = 0,813]. O estudo 2, diz respeito a um ensaio clínico aleatório, placebo-controlado, duplo cego, com delineamento de medidas repetidas, onde os participantes com esquizofrenia responderam a todos os instrumentos antes e após as sessões de ETCC, nas condições ativa (GE1) ou placebo (sham) (GE2). Contou-se com uma amostra de 10 pacientes esquizofrênicos que foram aleatoriamente distribuídos nos dois grupos GE1 [n = 5; idade 39,4 (9,5)] e GE2 [n = 5; idade 41,2 (7,2)]. Foram utilizados os instrumentos PANSS, medida de Performance Pessoal e Social (PSP), além do rastreamento ocular na exploração de faces expressando emoções (Ekman, 1976), através do Eyetracker TOBII TX300. As sessões de ETCC foram realizadas nas residências dos participantes. Este procedimento seguiu-se por dez dias, excetuando-se finais de semanas, por 20 minutos diários. Na oportunidade realizou-se neuromodulação excitatória, com anôdo, num ponto médio no córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo, região entre PF1 e F3, enquanto o cátodo foi fixado entre P3 e T3 (Sistema Internacional 10/20 para eletroencefalograma). Na condição placebo a montagem foi idêntica, entretanto sem a emissão de corrente elétrica. Os resultados indicam que o GE1 [antes da intervenção (T0)] apresentava média de 21,8 (dp = 3,42) pontos de sintomas negativos. Após a intervenção (T2) essa pontuação subiu para 24,2 (dp = 5,11), enquanto que retorna a pontuação inicial no follow up (1 mês após - T3) para 22 (dp = 5,09) pontos. Já as pessoas da condição placebo (GE2) apresentaram tendência ao aumento da pontuação média de sintomas negativos, passando de T0 = 18,8 (dp = 6,45) pontos, para T2 = 19,6 (dp = 4,03) pontos, mas retorna a pontuação inicial em T3 = 18,4 (dp = 3,78). Estes dados indicam incialmente uma piora dos sintomas nos pacientes do GE2. No tocante a medida PSP, o GE1 nos três momentos do experimento tende a pontuar melhor performance pessoal e social [T0 = 53,4 (dp = 10,01); T1 = 56,6 (dp = 12,11); e T3 = 63,2 (dp = 6,97)]. No tempo em que o GE2 apresentou as seguintes pontuações T0 = 57,8 (dp=14,90), T2 = 71,4 (dp=9,47) e T3 = 68,0 (dp = 12,1). Percebe-se que ao longo do experimento há uma melhora dos participantes do grupo ativo, o que ocorre também, num primeiro momento, com o grupo placebo, mas a pontuação deste grupo torna a piorar em T3, uma vez que uma maior pontuação está proporcionalmente relacionada a melhor funcionalidade do indivíduo. Os dados do eyetracker, até o presente momento, apontam no pré-teste (T0) do GE1, para um maior número de fixação em faces masculinas expressando tristeza e faces femininas neutras. Considerando as áreas de interesse (nariz, boca, e olhos direito e esquerdo) as fixações tanto nas faces femininas quanto nas masculinas, ocorrem, em sua maioria, no olho direito e nariz. Na condição placebo, em T0 há um maior número de fixação no rosto masculino neutro, e na face feminina triste. Considerando as áreas de interesse, o maior número de fixação ocorre no nariz. No pós teste (T2) que ocorre logo após as 10 estimulações, o GE1, nas faces masculinas apresenta mais fixações na face neutra, nas faces femininas, o número de fixações é maior na que expressa tristeza. Considerando as áreas de interesse as fixações ocorreram mais no olho direito e boca. No GE2, o maior número de fixações ocorre na face que expressa felicidade, tanto para face do sexo feminino quanto masculino. E as áreas de interesse com maior número de fixações foram nariz e boca.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1347318 - NATANAEL ANTONIO DOS SANTOS
Interno - 2014467 - CARLOS EDUARDO PIMENTEL
Externo ao Programa - 049.323.024-60 - SUELLEN MARY DOS SANTOS ANDRADE - UFPB