Banca de QUALIFICAÇÃO: MARIA EDNA SILVA DE ALEXANDRE

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA EDNA SILVA DE ALEXANDRE
DATA: 01/06/2017
HORA: 16:30
LOCAL: Auditório 512
TÍTULO: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO LINCHAMENTO E DAS MOTIVAÇÕES PARA LINCHAR E ATITUDE INSTITUCIONAL
PALAVRAS-CHAVES: Linchamento; Motivações para linchar; Ancoragens sociais.
PÁGINAS: 37
RESUMO: A prática de linchamento no Brasil tem sido notificada com frequência de pelo menos um caso por dia, revelando a formação de um sistema extraoficial de prover justiça. Trata-se do popular “fazer justiça com as próprias mãos”, em que um grupo de pessoas ataca violentamente um indivíduo acusado de romper alguma norma social (Martins, 2015). Tal prática tem feito parte das conversações cotidianas, contribuindo para um processo de construção e compartilhamento de formas de representar e agir frente a este fenômeno social. Nesse sentido, acredita-se que a Teoria das Representações Sociais, formulada por Moscovici (1978/2012), contribuirá para elucidar os princípios organizadores e as ancoragens do pensamento social sobre o linchamento e as motivações para linchar. Destarte, a dissertação será constituída por dois estudos: o primeiro, em andamento, objetivou identificar as representações sociais (RS) de universitários sobre o linchamento e as motivações para linchar, bem como as variáveis de ancoragem; o segundo, a ser realizado, tem por objetivo investigar a relação entre as RS, à atitude institucional e o apoio à prática do linchamento, tendo como amostra 400 participantes da população geral, que responderão a 4 escalas e um questionário aberto sobre estes temas. Em relação ao estudo 1, participaram 122 estudantes dos cursos de Psicologia (N=61) e Ciências Exatas (N= 61), com idades entre 17 e 33 anos (M=21,00; DP=3,25), sendo 52% do sexo feminino, de diversas crenças religiosas. Utilizou-se como instrumento um questionário, contendo as seguintes perguntas “1- em sua opinião, o que é linchamento?” e “2- em sua opinião, porque as pessoas cometem linchamento?”, bem como uma lista para identificação dos dados sociodemográficos. O instrumento foi respondido de forma individual, no contexto da sala de aula, respeitando os aspectos éticos. Para este trabalho, foram analisadas, através do software IRAMUTEQ, apenas as respostas a questão 2. A Classificação Hierárquica Descendente (CHD) dos dados permitiu identificar 2 grupos de classes, divididas em função de dois princípios organizadores: um denominado “Motivações Socioemocionais para Linchar”, (classes 7,2, 3 e 5), que em seus conteúdos referem-se à motivadores de cunho socioemocionais, como a discriminação e intolerância, a vingança motivada pelo sentimento de revolta, a ação impulsiva, o sentimento de impunidade e o desejo de vingança; outro, definido como “Motivações Sociais para Linchar”, reuniram-se as classes 1, 4 e 6, que enfatizam o desejo de justiça com as próprias mãos, por ser esta supostamente mais efetiva, tendo em vista a descrença na justiça oficial. Além disso, percebeu-se que o primeiro grupo indica uma preocupação com a situação da vítima, apresentando conteúdos semânticos de cunho mais crítico aos fatores motivadores do linchamento, ao passo que o segundo grupo faz referência aos algozes, concentrando justificativas societais que, em certa medida, buscam legitimar esta prática. A CHD revelou também que as RS das motivações para linchar, ancoraram-se na idade do participante e na religião, indicando que as ancoragens sociais funcionam como ideias de força na formação dos princípios organizadores do pensamento social.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 329304 - CLEONICE PEREIRA DOS SANTOS CAMINO
Interno - 2204608 - CICERO ROBERTO PEREIRA
Externo ao Programa - 1300178 - THIAGO ANTONIO AVELLAR DE AQUINO