PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: CELIA MARIA CRUZ MARQUES CHAVES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CELIA MARIA CRUZ MARQUES CHAVES
DATA: 13/03/2018
HORA: 15:30
LOCAL: Sala 404-B Vídeo Conferência
TÍTULO: PERCEPÇÃO MATERNA DA SOCIALIZAÇÃO E DOS COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN E EM DESENVOLVIMENTO TÍPICO.
PALAVRAS-CHAVES: Socialização materna; percepção da agressão; crianças com Síndrome de Down e em Desenvolvimento Típico.
PÁGINAS: 221
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
ESPECIALIDADE: Relações Interpessoais
RESUMO: Apesar da relevancia de se estudar a socializacao materna bem como sua relacao com os comportamentos agressivos em criancas com e sem deficiencia, ha na literatura especializada uma acentuada lacuna no que se refere as contribuicoes voltadas para as criancas com deficiencia e mais especificamente para aquelas com Sindrome de Down (SD). Assim, o objetivo geral da presente pesquisa e averiguar em que medida as praticas e os estilos de socializacao, adotados por maes de criancas com Sindrome de Down (SD) e em Desenvolvimento Tipico (DT), se relacionam com a percepcao materna a respeito da emissao de comportamentos agressivos de seus filhos. Os estudos de Hoffman sao centrais no tocante as praticas e tem fundamentando diferentes pesquisas como a realizada por Camino Cleonice, Camino, Leoncio e Moraes (2003). Quanto aos estilos de socializacao, sao referencias as producoes de Baumrind e de Maccoby e Martin que influenciaram, por exemplo, as contribuicoes de Musitu e Garcia (2001). No tocante aos comportamentos agressivos, assume-se a classificacao de Buss e Perry (1992), que indica quatro tipos de comportamentos: Agressao Fisica, Verbal, Raiva e Hostilidade. Para atingir o objetivo proposto, desenvolveram-se dois estudos empiricos. O primeiro voltado para adaptacao e verificacao da estrutura fatorial dos instrumentos de pesquisa utilizados na tese, e o segundo para a averiguacao da relacao entre as medidas estudadas. Participaram do primeiro estudo 200 maes com idade media de 34,4 (DP = 7,1) sendo a maioria casada (74,5%), com dois filhos (44,5%), de religiao catolica (75,5%) e com ensino superior completo (30,0%). Para o segundo estudo, contou-se com a participacao de 164 maes de criancas com SD (f = 82) e em DT (f = 82) com idade media de 36,6; (DP = 7,4) majoritariamente casadas (65,9%), com dois filhos (35,4%), de religiao catolica (55,5%) e com ensino medio completo (29,9%). As amostras caracterizaram-se como nao probabilistica, isto e, de conveniencia, participando pessoas que, convidadas aceitaram colaborar. Nos dois estudos, alem das questoes sobre aspectos biosociodemograficos, as maes responderam a tres instrumentos: a versao adaptada para maes do Questionario de Agressao de Buss e Perry - BPAQ; a versao adaptada para maes da Escala de socializacao parental - ESPA29 e o Instrumento de Tecnicas de Socializacao - ITC. As aplicacoes ocorreram individualmente nos dias e locais indicados pelas participantes e duraram em media 50 minutos. Os resultados obtidos no primeiro estudo demonstraram, para o BPAQ, indices de ajuste muito semelhantes aos observados em pesquisas anteriores e, nessa mesma direcao, figuram os resultados referentes a validacao do ITC. Quanto aos resultados da ESPA29, observou-se uma organizacao fatorial diferente da indicada por Musitu e Garcia (2001). Entretanto, dada a confirmacao da estrutura proposta pelos autores do instrumento em diferentes contextos culturais, adotou-se nas analises posteriores a organizacao indicada por Musitu e Garcia (2001) e seus colaboradores. No segundo estudo, observou-se que as maes de criancas em DT pontuaram mais alto tanto na percepcao da dimensao de aceitacao/implicacao quanto de severidade/imposicao, sendo essa diferenca estatisticamente significativa. No tocante as dimensoes de controle, observou-se que as maes de criancas em DT se orientam pelo controle interno enquanto as maes de criancas com SD pelo externo. Especificamente, no que se refere aos estilos, as maes de criancas em DT utilizam de forma mais frequente o autoritativo (Green, Caplan & Backer, 2014; Herman & Shantz, 1983; Marfo,1992; Minetto, 2010; Nader-Gorsbois & Lefevre, 2012), seguido do autoritario, indulgente e negligente, enquanto que as maes de criancas com SD o negligente, indulgente, autoritativo e autoritario, diferindo das indicacoes de estudos anteriores (Green, Caplan & Backer, 2014; Herman & Shantz, 1983; Marfo,1992; Minetto, 2010; Nader-Gorsbois & Lefevre, 2012). Considerando a relacao entre as variaveis estudadas observou-se, para os dois grupos de maes, que o controle materno mais coercitivo esta positivamente relacionado ao comportamento agressivo nos filhos e o controle baseado em estrategias de apoio negativamente relacionado. A relacao entre coercao e agressao aqui observada ja e apontada na literatura psicologica para criancas em DT, no entanto, para aquelas com algum atraso no desenvolvimento, nao ha clareza sobre como essas variaveis se relacionam (Green, Caplan & Backer, 2014). Dentre as poucas pesquisas encontradas observam-se tanto indicacoes de que a coercao promove um impacto negativo (Cielinski, Vaughn, Seifer & Conteras, 1995) quanto positivo nos filhos (Herman & Shantz, 1983; Marfo, 1992; Nader-Gorsbois & Lefevre 2012). A esse respeito, acredita-se que os achados da presente pesquisa podem contribuir com essa discussao. Alem da socializacao materna, outras variaveis estao associadas a agressao, no entanto, considerando o publico de criancas com SD, a relacao entre socializacao e agressao precisa ser mais considerada em estudos futuros. Ademais, podem ser desenvolvidas pesquisas de intervencao com a finalidade de promover nas maes a reflexao de que o controle do comportamento das criancas e benefico, desde que centrado em estrategias de apoio. O desafio ao controlar os comportamentos dos filhos esta em atuar sem favorecer o aparecimento de problemas internos (ansiedade, culpa, depressao) ou externos (comportamentos agressivos) nas criancas (Grusec, 2011). Com a descricao e discussao dos resultados dessa tese, nao visou-se realizar conclusoes generalistas a respeito da tematica, nem promover estereotipos para os grupos pesquisados, mas fomentar outras reflexoes sobre as variaveis estudadas.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 329304 - CLEONICE PEREIRA DOS SANTOS CAMINO
Externo à Instituição - DALILA XAVIER DE FRANCA
Interno - 337201 - NADIA MARIA RIBEIRO SALOMAO
Externo à Instituição - PABLO VICENTE MENDES DE OLIVEIRA QUEIROZ