PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: BRUNA DE JESUS LOPES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: BRUNA DE JESUS LOPES
DATA: 23/03/2018
HORA: 14:00
LOCAL: Sala 402
TÍTULO: AS DUAS FACES DA AMIZADE: DO PERDÃO À PSICOPATIA
PALAVRAS-CHAVES: Amizade; Valores Humanos; Personalidade.
PÁGINAS: 171
RESUMO: A presente tese pautou no estudo dos relacionamentos de amizade, focando na qualidade e intimidade desse vínculo. Contudo, não se limitou apenas a investigação dos mesmos, expandiu-se para conhecer sua relação com outros construtos, apontados pela literatura como bons explicadores de outras variáveis, a saber, valores humanos e personalidade (sombria e virtuosa); além de testar, ao final, um modelo explicativos dos atributos da amizade aqui tratados. Para isto, foram realizados quatro artigos. O primeiro e o segundo tiveram como objetivos adaptar e reunir evidências de validade e confiabilidade da Escala de Qualidade da Amizade (EQA) e Escala de Intimidade da Amizade (EIA) para o contexto brasileiro, respectivamente; os quais foram também seccionados em dois estudos. O Estudo I, contou com uma amostra não probabilística composta por 427 discentes das cidades de Parnaíba (47,1%) e Teresina (52,9%), com média de idade de 21,29 anos (DP = 4,48). Os mesmos responderam a EQA, EIA e um questionário sociodemográfico. A Análise Fatorial Exploratória foi executada pelo Factor 10.4, que indicou uma solução unifatorial da EQA e da EIA. Na primeira medida, a análise deu suporte para a exclusão de um item da dimensão segurança e todos aqueles com compõem a dimensão conflito. Restando uma estrutura unifatorial formada por 18 itens, com cargas fatoriais variando entre 0,46 e 0,79, explicando 47% variância total e com uma consistência interna de 0,93. Já para EIA, indicou uma estrutura unifatorial, comporta por 29 itens, com cargas fatoriais entre 0,35 e 0,79, variância de 10,10% e α = 0,91. O Estudo II visou encontrar novas evidências acerca da estrutura unifatorial das medidas. Contou com 401 estudantes das cidades de João Pessoa (50,3%) e Cajazeiras (49,7%), selecionados por conveniência. A média de idades dos participantes foi de 20 anos (DP = 4,83). Esses responderam um caderno contendo os mesmos instrumentos aplicados anteriormente. A Análise Fatorial Confirmatória foi executado no software R, que confirmou o modelo unifatorial da EQA [χ² (135) = 215,53, p < 0,001, χ²/gl = 1,59, CFI = 0,989, TLI = 0,988, RMR = 0,08, SRMR = 0,06, RMSEA = 0,037(IC 90% = 0,028-0,047), α = 0,91] e da EIA [χ2(377) = 532,18, χ²/gl = 1,41, p < 0,001, CFI = 0,98, TLI = 0,97, SRMR = 0,05 e RMSEA = 0,03 (IC90%= 0,02-0,04), α = 0,90], disponibilizando, ao final, duas medidas para mensuraram atributos da amizade no Brasil. O Artigo 3 teve como objetivo tomar conhecimento das relações existentes entre a qualidade e intimidade da amizade com os valores humanos e a personalidade, sombria e virtuosa; além de verificar quais destes construtos melhor explicam os dois atributos da amizade. Colaboraram com a pesquisa 200 estudantes universitários, de ambos os sexos [masculino (25%) e feminino (75%)], de 18 a 53 anos (M = 22,81; DP = 5,35); os quais foram selecionados ao acaso (por conveniência). Os mesmos responderam aos seguintes instrumentos: EQA, EIA, Dark Triad Dirty Dozen (DTDD), Inventário de Personalidade Virtuosa (IPV), Questionário de Valores Básicos (QVB-18) e um Questionário Sociodemográfico. As análises foram executadas por meio do software IBM SPSS, versão 21, o qual permitiu a realização de correlações (r de Pearson) e regressões (método Stepwise). Os resultados revelaram correlações expressivas entre os atributos da amizade com as demais variáveis. Contudo, apenas a gratidão, altruísmo e valores centrais explicaram a intimidade [F (3, 163) = 9,82; p < 0,001; R² ajustado = 0,13] e a qualidade [F (3, 176) = 11,94; p < 0,001; R² ajustado = 0,15] da amizade. Finalmente, o Artigo 4 voltou-se para a construção de um modelo explicativo da amizade incluindo como explicadores os construtos personalidade virtuosa e valores humanos. Contou-se com uma amostra não probabilística (por conveniência), composta por 200 sujeitos, os quais apresentaram uma idade média de 21 anos. Os mesmos responderam os seguintes instrumentos: EQA, EIA, IPV, QVB-18 e Questionário Sociodemográfico. As análises foram auxiliadas pelos softwares IBM SPSS e AMOS. O resultado da análise de caminhos (path analysis) revelou que o modelo em que os traços de personalidade virtuosa, gratidão e altruísmo, e os valores centrais explicam a amizade, possui índices de bondade de ajuste considerados excelentes [χ² (6) = 7,83; p < 0,001; χ²/gl = 1,30, CFI = 0,99, TLI = 0,98; RMSEA = 0,04 (IC 90% = 0,00 - 0,10)]. Diante disso, pode-se concluir que a amizade tem como um fator mantenedor a percepção do amigo como aquele que manifestará comportamentos pró-sociais em momentos, principalmente, de necessidade.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 6338234 - VALDINEY VELOSO GOUVEIA
Externo ao Programa - 1763969 - ISABEL CRISTINA VASCONCELOS DE OLIVEIRA
Externo à Instituição - LARISSE HELENA G MACEDO BARBOSA