PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE EM ASSOCIAÇÃO A REDE PRODEMA (PRODEMA - DOUT)

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)

Telefone/Ramal
Não informado

Notícias


Banca de DEFESA: RODRIGO SILVA DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RODRIGO SILVA DE OLIVEIRA
DATA: 25/02/2021
HORA: 09:00
LOCAL:https://meet.google.com/tbw-akwd-awy
TÍTULO: CONHECIMENTO, USO E MANEJO DE PEQUI (Caryocar coriaceum Wittm.) NA REGIÃO DO PARQUE NACIONAL DE SETE CIDADES, PIAUÍ, NORDESTE DO BRASIL
PALAVRAS-CHAVES: Etnobotânica, conhecimento local, PFNM, extrativismo, conservação
PÁGINAS: 56
GRANDE ÁREA: Multidisciplinar
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO: Caryocar coriaceum Wittm., cujo fruto é conhecido popularmente como pequi, é uma espécie arbórea nativa do nordeste do Brasil e, devido ao seu potencial utilitário, representa um importante recurso nessa região, principalmente para as comunidades rurais que o usam para fins de subsistência e como fonte de renda. Este estudo objetivou identificar e caracterizar o conhecimento, formas de uso e manejo de C. coriaceum em localidades rurais na região do Parque Nacional de Sete Cidades – PNSC (Piauí, Brasil), analisando sua ecologia e distribuição local, buscando identificar possíveis impactos causados pelo extrativismo do pequi, fornecendo, assim, dados para o desenvolvimento de estratégias para a conservação dessa espécie. Para tanto, técnicas de pesquisa etnográfica, incluindo observação direta e entrevistas semiestruturadas, foram utilizadas para a coleta de dados, além de pesquisa exploratória, para analisar a distribuição local de C. coriaceum, e levantamento bibliográfico sobre a biologia, ecologia e extrativismo dessa espécie, visando informações para a discussão dos possíveis impactos antrópicos causados pela sua exploração. As entrevistas foram realizadas com 27 extrativistas (12 homens e 15 mulheres). O questionário visou informações sobre o conhecimento da espécie, formas de uso e manejo, período, áreas e formas de coleta, número de frutos extraídos por árvore e por coleta, formas de transporte, armazenamento, processamento e comercialização do recurso. Foram registradas 375 citações de uso da espécie, distribuídas nas seguintes categorias: alimento (84), construção (81), tecnologia (62), medicinal (57), forragem (50), médico-veterinário (21), combustível (15), mágico-religioso (4) e outros (1). As duas primeiras tiveram os maiores VDU, sendo assim, as de maior importância. Na categoria medicinal, o uso do azeite de pequi se destacou, mencionado como um produto relevante devido à sua comercialização, complementando a renda daqueles que o produzem. A análise comparativa, usando-se os índices VDU, VDI e VEI, indicou uma não homogeneidade na distribuição do conhecimento local sobre a espécie, considerando-se o gênero e idade dos informantes. Com relação às formas de manejo, além da coleta (27), a proteção (8) foi a mais proeminente, seguida de tolerância (7), transplante (3) e semeadura (1). Os extrativistas coletam o recurso anualmente (dezembro – março), em duas áreas principais (Água da Abelha e Morada Nova), para as quais se deslocam a pé (85,1%), em motocicletas (11,1%) ou bicicletas (3,7%). Sempre realizam a coleta após a queda dos frutos, coletando-se todos os pequis que se encontram sob as árvores. Estima-se que o número de frutos coletados é de 20.000/dia. O recurso é geralmente transportado em sacos (77,7%) e não há um lugar específico para o armazenamento. A produção do óleo de pequi é comum na região e é realizada por mulheres. O fruto é comercializado in natura e/ou processado na forma de azeite. A venda desse derivado é mais lucrativa, apesar da complexidade do processo de produção. A partir dos resultados obtidos, conclui-se que (1) os residentes rurais na região do PNSC usam C. coriaceum para diversas finalidades, seja para fins madeireiros ou não madeireiros, complementando a renda familiar principalmente com a comercialização do azeite de pequi; (2) há uma superexploração desse recurso, nas áreas de coleta, que associada ao extrativismo inadequado, principalmente por coletores de outras localidades, bem como à seleção intensiva de um mesmo local de coleta e às dificuldades e falta de incentivo para realizar o manejo ex situ da espécie, pode causar distúrbios nas populações locais de C. coriaceum; (3) considerando-se esses impacto antrópicos, é necessário o desenvolvimento de estratégias conservacionistas, sugerindo um melhor planejamento das atividades extrativistas, monitorando-as e orientando os envolvidos para o manejo sustentável dessa espécie.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CAMILLA MARQUES DE LUCENA
Externo à Instituição - CÍCERO DE SOUSA LACERDA
Externo ao Programa - 1673697 - DENISE DIAS DA CRUZ
Externo à Instituição - RAFAEL RODOLFO DE MELO
Presidente - 2714922 - REINALDO FARIAS PAIVA DE LUCENA