PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE EM ASSOCIAÇÃO A REDE PRODEMA (PRODEMA - DOUT)

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)

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Banca de DEFESA: JUANA DE OLIVEIRA SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JUANA DE OLIVEIRA SANTOS
DATA: 15/12/2021
HORA: 09:30
LOCAL: Auditorio Prodema
TÍTULO: As vidas possíveis das alianças entre os ouriços-do-mar e os seres humanos: Estudo comparativo da Festa da Ouriçada na Baía de Suape (Pernambuco, Brasil) e da Fête de l'Oursinade de Carry-le-Rouet (Bouches-du-Rhône, França)
PALAVRAS-CHAVES: Festa de ouriço-do-mar; Relação cultura e natureza, Sociabilidade festiva e Comensalidade.
PÁGINAS: 393
GRANDE ÁREA: Multidisciplinar
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO: A sociedade contemporânea tende a vivenciar e perceber a relação entre a cultura e a natureza a partir de uma perspectiva dualista e paradoxal, mas um olhar mais aproximado nos revela nuances que escapam da visão dicotômica de mundo, especialmente quando observamos fenômenos de efervescência festiva. Assim, a presente pesquisa investiga estas possíveis nuances da relação cultura-natureza materializadas em duas festividades distintas ‒ a Festa da Ouriçada da Baía de Suape (Pernambuco, Brasil) e a Fête de l’Oursinade de Carry-le-Rouet (Bouches-du- Rhône, França) ‒ que apresentam grandes assimetrias entre si, mas que são consideradas expressões culturais consagradas à celebração do meio ambiente marinho, tendo o ouriço-do-mar como seu protagonista. A pesquisa baseou-se em um estudo etnográfico com uma perspectiva comparativa e uma pesquisa bibliográfica visando esmiuçar conceitos e abordagens interdisciplinares observados nas festividades em estudo. Estas festas, originadas em duas comunidades distintas, são histórica e tradicionalmente vinculadas à pesca artesanal e, aparentemente, oscilam, à sua maneira, no pêndulo dicotômico de suas próprias potencialidades e ameaças em relação à natureza, ora sendo um fator de preservação, ora de impacto ambiental. Ao cruzar as fronteiras física ou simbólicas, este estudo buscou evidenciar a multiplicidade do mundo, as conexões interculturais e interdisciplinares no encontro, improvável, destas festividades consagradas à comensalidade. A presente pesquisa considera que as festividades são uma resposta, consciente ou inconsciente, ao impulso ‒ tanto natural quanto social ‒ inerente ao ser humano de forjar laços relacionais entre si e com o mundo ao seu redor, e que para isso a humanidade segue criando e recriando práticas e rituais como as duas festividades estudadas. Esta pesquisa concluiu que o ouriço-do-mar, enquanto objeto de admiração, se constutui como, praticamente, o único ponto em comum das duas festas, no entanto ele é o ponto cardeal para o estabalecimento do fenômeno de sociabilidade entre os comensais, dando, finalmente, as coordenadas para a concretização da relação entre a cultura e a natureza. É do ouriço que radia ‒ como radiam os espinhos de sua pele ‒ as diversas possibilidades de encontros, bem como de onde saem os fios por onde fluem as vidas das Festas da Ouriçada.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2335304 - MARIA CRISTINA BASILIO CRISPIM DA SILVA
Interno - 336613 - MARISTELA OLIVEIRA DE ANDRADE