Banca de QUALIFICAÇÃO: JOAO FLORINDO BATISTA SEGUNDO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOAO FLORINDO BATISTA SEGUNDO
DATA: 16/07/2021
HORA: 14:30
LOCAL: https://meet.google.com/fph-ppbd-jam?authuser=0
TÍTULO: O TRAJETO DA IMAGÉTICA PICTÓRICA DE JACOB BOEHME DO OLHO DAS MARAVILHAS À IMAGEM FIGURATIVA
PALAVRAS-CHAVES: Jacob Boehme. Imaginário. Teosofia. Rosacruz.
PÁGINAS: 215
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo principal apresentar o possível trajeto percorrido para que o diagrama do olho das maravilhas da eternidade, de Jacob Boehme, não fosse incluso na tradição rosacruciana, mas substituído pela imagem figurativa dos três mundos. Como se sabe, Boehme foi um místico alemão cujos livros e correspondências contribuem desde o século XVII para a difusão da teosofia cristã, uma importante corrente do esoterismo ocidental, a qual é objeto de estudo de campo homônimo em Ciências das Religiões. No Brasil, ainda é incipiente a pesquisa sobre a tradição esotérica do ocidente, apesar da ressonância desta em Novas Expressões Religiosas presentes no país, particularmente nas da categoria ocultista e esotérica. O interesse em investigar Boehme nasce da constatação de que sua fama em círculos esotéricos não é acompanhada de um estudo sistemático de suas obras, nem da aplicação prática de suas técnicas místicas. Neste sentido, em As Quarenta questões sobre a alma, o teósofo apresentou o diagrama do olho das maravilhas e orientou que lhe aplicassem a imaginação a fim de compreender o conjunto de sua obra e atingir o renascimento místico (Wiedergeburt). Todavia, o rosacrucianismo do século XVIII, que recepcionou e deu projeção ao boehmismo, não incluiu o olho em sua obra magna, Geheime Figuren, optando pelo emblema imagem figurativa dos três mundos, de autoria de Abraham von Franckenberg (1593-1652). A partir disso, essa pesquisa almeja duas coisas: primeira, reconstruir o trajeto que levou ao apogeu da imagem figurativa e à deposição do olho. Segunda, defender a hipótese de que através de influências culturais aristotélica-, pagã europeia, cabalísticase judaico-cristã, o imaginário germânico se pautou pela valorização do esquema verticalizante e que, esse impulso ascensional, somado à fluidez da organização religiosa em volta de Boehme, se refletiu na primeira geração de boehmianos e no rosacrucianismo, ocasionando essa substituição imagética. Para percorrer tal caminho, optamos pelas ferramentas metodológicas vinculadas à Teoria Geral do Imaginário (TGI) de Gilbert Durand, com ênfase na hermenêutica simbólica; sua aplicação deu-se em imagens textuais e pictóricas de fontes primárias como arte sacra e religiosa e escritos esotéricos da Europa medieval e início da Modernidade. A pesquisa também recorreu à História, Sociologia, Psicologia e Geografia das Religiões, aos estudos em esoterismo ocidental e às psicanálises de Jung e de Erich Fromm, de modo que é bibliográfica quanto aos meios, exploratória quanto aos fins e sua base lógica foi o método hipotético-dedutivo. Com este trabalho, além da contribuição aos estudos acadêmicos em esoterismo ocidental, espera-se resgatar o valor da imagética pictórica de Boehme, de sua aplicação prática aos textos do místico e pôr à margem leituras historicistas, que descredenciam o imaginário e impossibilitam a compreensão.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 338011 - CARLOS ANDRE MACEDO CAVALCANTI
Interno - 819.201.304-97 - DAVID PESSOA DE LIRA - UFPE
Interno - 1548297 - LUSIVAL ANTONIO BARCELLOS
Externo à Instituição - BARTIRA FERRAZ BARBOSA
Externo à Instituição - LUIZ CARLOS LUZ MARQUES