PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES (PPGCR)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: DIEGO FONTES DE SOUZA TAVARES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DIEGO FONTES DE SOUZA TAVARES
DATA: 20/07/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões - PPGCR: meet.google.com/rvy-thzp-ggx
TÍTULO: “NUMA CIDADE DE NOME NATAL, EXISTE UM POVO CHAMADO JUDEU”: o proto-judaísmo da comunidade judaica potiguar a partir do estabelecimento entorno do CIRN
PALAVRAS-CHAVES: Bnei Anussim; Centro Israelita do Rio Grande do Norte; Judaísmo Potiguar; Liturgia Judaica; Família Palatnik.
PÁGINAS: 298
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Teologia
SUBÁREA: História da Teologia
RESUMO: Na Natal do século XX, uma nova comunidade religiosa estava prestes a nascer com a vinda de uma família ucraniana fugida das opressões à sua etnia. Evadindo dos constantes pogroms que dizimavam a população judaica no leste europeu, os Palatnik rumam ao Novo Mundo sob as promessas de trabalho e terras para cultivo concedidas aos europeus como política econômica num país pós-escravidão e sobretudo a liberdade religiosa, tão cara a esses povos. Estabelecidos em Natal, e sob os preceitos da Lei em constituir uma kehilá e cumprirem seus ritos religiosos, mais judeus afluíam na cidade ao ponto de nela fundarem uma comunidade judaica, o Centro Israelita do Rio Grande do Norte. Fundado o CIRN, os judeus natalenses puderam praticar e viver conforme a sua fé, chegando a reivindicar no cemitério público da cidade um espaço para seguir seus ritos fúnebres. É partindo dessa presença judaica na capital potiguar que a presente tese propõe uma discussão histórica sobre esses judeus e seu estabelecimento em solo natalense, examinando sua religiosidade como guia para sua conduta comportamental – independente da localidade e época em que se encontrem – orientada pelos livros sagrados da Torá, Tanakh, Talmude e Sidur, principais fontes norteadoras desse modo de vida. A tese estabelece um exame dessas obras para aludir a influência delas no viver do judeu, problematizando-as historicamente e teoricamente, ressaltando os anacronismos existentes na construção desses livros sagrados como constituições nacionais e expondo as intencionalidades do corpo sacerdotal da reforma josiana (VII a.C.) ao estabelecer e estruturar teologicamente aquela linguagem simbólica ritual. Para isso, foi utilizada fontes históricas e a teoria deuteronomista, se valendo ainda de teóricos como Mircea Eliade e a sua teoria do sagrado e Arnould Van Gennepe, buscou-se fazer uma análise da linguagem ritual judaica como teatralização da narrativa mítica ancestral. Ao traçar essas discussões históricas e teóricas, foi estabelecido o modo de vida para o judeu, constatando que suas atividades rituais são adaptações míticas que sofreram e sofrem ressignificações com o tempo, e que embora tenha se consolidado uma comunidade judaica potiguar coesa e forte, ela teve suas atividades encerradas em 1968 pela ausência de judeus, já que os que compunham estava migrando para outras regiões do país, tendo o CIRN sido reaberto agora por judeus não mais judeus asquenazes, mas por um grupo de pessoas que se identificaram como judeus de origem sefarditas e que também estão ressignificando a liturgia judaica.Na Natal do século XX, uma nova comunidade religiosa estava prestes a nascer com a vinda de uma família ucraniana fugida das opressões à sua etnia. Evadindo dos constantes pogroms que dizimavam a população judaica no leste europeu, os Palatnik rumam ao Novo Mundo sob as promessas de trabalho e terras para cultivo concedidas aos europeus como política econômica num país pós-escravidão, além da almejada liberdade religiosa, tão cara a esses povos. Estabelecidos em Natal, e sob os preceitos da Lei em constituir uma kehilá e cumprirem seus ritos religiosos, mais judeus afluíam na cidade ao ponto de nela fundarem uma comunidade judaica, o Centro Israelita do Rio Grande do Norte (CIRN). É partindo dessa presença judaica na capital potiguar que a presente tese propõe uma discussão histórica sobre esses judeus e seu estabelecimento em solo natalense, examinando sua religiosidade como guia para sua conduta comportamental – independente da localidade e época em que se encontram – orientada pelos livros sagrados da Torá, Tanakh, Talmude e Sidur, principais fontes norteadoras desse modo de vida. A tese estabelece um exame dessas obras para aludir a influência delas no viver do judeu, problematizando-as historicamente e teoricamente, ressaltando os anacronismos existentes na construção desses livros sagrados como constituições nacionais e expondo as intencionalidades do corpo sacerdotal da reforma josiana (VII AEC) ao estabelecer e estruturar teologicamente aquela linguagem simbólica ritual. Ainda, a pesquisa expõe um levantamento documental sobre os membros do CIRN sepultados no Cemitério Israelita, importante pilar da kehilá natalense, além de uma discussão histórica a respeito do processo de diáspora judaica que culminou no povoamento de judeus, cristãos-novos e marranos no nordeste brasileiro dos sécs. XVI, XVII e XX. Para isso, foram utilizadas fontes históricas e a teoria deuteronomista, se valendo ainda de teóricos como Mircea Eliade e a sua teoria do sagrado, buscou-se fazer uma análise da linguagem ritual judaica como teatralização da narrativa mítica ancestral. Como fontes, foram consultados arquivos públicos e privados, bem como a memória dos judeus que reativaram o CIRN e daqueles que o compõe atualmente, apoiando-se em relatos tanto de judeus convencionais, como de anussim. Ao traçar essas discussões históricas e teóricas, foi estabelecido o modo de vida para o judeu, constatando que suas atividades rituais são adaptações míticas que sofreram e sofrem ressignificações com o tempo. A teste também designa que se consolidou uma comunidade judaica potiguar coesa e forte, mas ela minguou e teve suas atividades encerradas em 1968 pela ausência de judeus, já que os que compunham na época estavam migrando para outras regiões do país, tendo o CIRN sido reativado em 1979 por um expressivo número de judeus não mais asquenazes, mas por um grupo de pessoas que se auto declaram judeus através da identidade sefardita de seus ancestrais – e que também estão ressignificando a liturgia judaica.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1860344 - FERNANDA LEMOS
Interno - 1774137 - DILAINE SOARES SAMPAIO
Interno - 1814691 - MARIA LUCIA ABAURRE GNERRE
Externo à Instituição - GUSTAVO CESAR OJEDA BAEZ
Externo à Instituição - NILZA MENEZES LINO LAGOS