PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES (PPGCR)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: EDNICE FIDELES CAVALVANTE ANÍZIO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EDNICE FIDELES CAVALVANTE ANÍZIO
DATA: 20/03/2023
HORA: 14:00
LOCAL: meet.google.com/pru-vqdc-ehh
TÍTULO: DO CASTIGO À SALVAÇÃO: percepções de pacientes de hanseníase e suas relações estabelecidas com a espiritualidade
PALAVRAS-CHAVES: hanseníase, lepra, estigma, espiritualidade, cura.
PÁGINAS: 120
RESUMO: “E Satanás saiu da presença do Senhor. Ele feriu Jó com a lepra maligna desde a planta dos pés até o alto da cabeça” (Jó 2,7). Passagem bíblica que dá uma medida da atmosfera mítica que envolve as narrativas em torno da lepra; doença milenar que traz em seu escopo diversos tipos de afecções dermatológicas, dentre elas, em particular importância, a hanseníase, até hoje arraigada de máculas em nossa sociedade. Àquela, considerada uma enfermidade em estado de impureza pecaminosa (Tsara’ath em hebraico), uma minuciosa prescrição reclusiva é descrita nos capítulos treze e quatorze de Levítico para obtenção da cura, bem como narrativas neotestamentárias acrescentam rituais de purificação. Na atual terapêutica da hanseníase, a avaliação clínica médica precoce, seguida do tratamento poliquimioterápico, promovem seguramente a cura. Refletindo sobre enfermidade, religião e espiritualidade Kleinman (1980), Pargamente (1995) e Koenig, (2001) contribuem, respectivamente, que a enfermidade é imbuída de significados e multifacetada, carregando remotas metáforas religiosas e culturais; que a religião atribui significado ao adoecimento e disponibiliza meios de enfrentamento; e que espiritualidade trata da busca pessoal por respostas às questões fundamentais da vida, das relações com o sagrado ou transcendente; entre essas questões fundamentais está o processo saúde/doença. Nesse sentido levantamos a tese de que o indivíduo diagnosticado com hanseníase sente a necessidade da espiritualidade para enfrentar a doença e alcançar a cura. Estamos tratando com uma doença de cunho socioeconômico, cultural e religioso, marcada pelo estigma, preconceito e exclusão social. Sua repercussão alcança não somente o corpo físico, mas provoca o desequilíbrio do Ser uma vez que atinge as suas dimensões psíquica, emocional, sensorial, mental e espiritual; sobretudo pelas deformidades e incapacidades físicas geradas. Além do mais, pela complexidade do objeto que inter-relaciona espiritualidade e saúde dentro da área de Ciências das Religiões e da Enfermagem, apresentamos um estudo com perspectiva multidisciplinar que visa contribuir não somente para esclarecer que a melhor iniciativa contra o preconceito é o conhecimento, mas propiciar um cuidado ao Ser em sua forma integral. Quanto à Área 44 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) – Ciências da Religião e Teologias, esta pesquisa se orienta pelo que preconiza a subárea “Ciências da Religião Aplicada” que dentro dos temas correlatos compreendem os estudos em saúde, respeito, tolerância e religião. Destarte objetivamos conhecer as percepções dos pacientes de hanseníase sobre a doença, a cura e suas relações com a espiritualidade. Em pesquisa no banco de dados da CAPES, utilizando as palavras indexadas desta, identificou-se um variado acervo sobre a doença, cujas pesquisas versavam historicidade, estigma, lepra, epidemiologia, terapêutica, no entanto nada consta adentrando Ciências das Religiões, com tema espiritualidade como amparo aos pacientes de hanseníase, asseverando ser este um estudo inédito. O percurso metodológico será investigação qualitativa e exploratória, tipo estudo de caso, com pacientes de hanseníase no hospital referência para doenças infectocontagiosas, Complexo Hospitalar Clementino Fraga (CHCF), localizado em João Pessoa/PB. A escolha por este método se torna apropriada porque necessita que o pesquisador busque responder questões que expliquem circunstâncias atuais de algum fenômeno social, na formulação de como ou por que tal fenômeno social funciona, segundo explicita Yin (2010).
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1353258 - FABRICIO POSSEBON
Interno - 1774137 - DILAINE SOARES SAMPAIO
Interno - 1860344 - FERNANDA LEMOS