PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES (PPGCR)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: EDNICE FIDELES CAVALVANTE ANÍZIO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EDNICE FIDELES CAVALVANTE ANÍZIO
DATA: 25/07/2023
HORA: 14:00
LOCAL: meet.google.com/top-zzpb-ykv
TÍTULO: DO CASTIGO À SALVAÇÃO: PERCEPÇÕES SOBRE O ESTIGMA DA HANSENÍASE ENTRE OS PACIENTES EM TRATAMENTO E SUAS RELAÇÕES ESTABELECIDAS COM A ESPIRITUALIDADE.
PALAVRAS-CHAVES: hanseníase, lepra, estigma, espiritualidade, cura.
PÁGINAS: 300
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Teologia
RESUMO: “E Satanás saiu da presença do Senhor. Feriu Jó com a lepra maligna desde a planta dos pés até o alto da cabeça” (Jó 2,7). Passagem bíblica que dá uma medida da atmosfera mítica que envolve as narrativas da lepra; doença milenar que traz em seu escopo diversos tipos de afecções dermatológicas, dentre elas, em particular importância, a hanseníase, até hoje arraigada de máculas em nossa sociedade. Àquela enfermidade pecaminosa (Tsara’ath), uma minuciosa prescrição reclusiva é descrita na bíblia (Levítico 13, 14), bem como narrativas neotestamentárias acrescentam rituais de purificação. No atual tratamento poliquimioterápico da hanseníase, a cura. Refletimos a enfermidade considerando o ser pluridimensional, sob o olhar de autores como Kleinman (1980), Goffman (1998), Pargament (1995) Koenig, (2001) e Frankl (1997) para averiguarmos a percepção dos pacientes de hanseníase sobre o estigma e sua relação estabelecida com a espiritualidade. É uma pesquisa na área das Ciências das Religiões e enfermagem que inter-relaciona espiritualidade e saúde, preconizada pela subárea “Ciências da Religião Aplicada”. A perspectiva foi fenomenológica, com abordagem qualitativa, por meio do estudo de caso. Utilizamos uma entrevista semiestruturada para coleta de dados no hospital para doenças infectocontagiosas, Complexo Hospitalar Clementino Fraga (CHCF), em João Pessoa/PB. Participaram 12 pacientes, 6 homens e 6 mulheres; maioria (67%) na faixa etária entre 40 a 79 anos; prevalência diagnóstica (75%) forma Dimorfa G2; maioria (58%) declarou cor preta; quanto a escolaridade 67% não concluiram o ensino fundamental maior; 100% estavam sem trabalhar; 69% estão em tratamento PQT para cura e 34% estão curados em tratamento para sequelas e reações hansênicas; a queixa de dormência nas mãos e pés foi unânime (100%), seguida de (84%) dores nos braços e pernas; 42% afirmaram ter casos contagiados na família; 75% afirmaram religiosidade, desses, 42% católicos e 33% evangélicos; 100% já ouviram hanseníase sinônimo de lepra, sendo que 75% acreditam que hanseníase é a lepra; a história bíblica mais associada à hanseníase foi (75%) do ‘leproso Lázaro’ (Lucas16:19-31); todos verbalizaram (100%) a emoção medo após o diagnóstico, seguido por (84%) de vergonha e angústia. Quanto a cura, três concepções foram identificadas: 75% acredita na cura através da junção da medicina e espiritualidade, 58% acredita na cura condicionada à permissão divina e 25% não acreditam que há cura, porém afirmam a necessidade do tratamento PQT para as reações hansênicas e da espiritualidade para suportar o sofrimento. Nas categorias Fé, Religiosidade e Espiritualidade, relacionada à doença, tivemos como resultado: fé é acreditar e confiar em Deus, religiosidade é buscar um lugar para se comunicar com Deus e unir pessoas, espiritualidade é uma força interior essencial para lidar com o sofrimento e alcançar a cura. Ratificamos, dentre outros aspectos, que para os pacientes desta pesquisa a conexão com uma força superior, seja como ou qual for a crença, foi de vital importância para lidar tanto com o processo biológico do adoecimento quanto socioemocional e espiritual da carga mítica. Percebemos que a espiritualidade através do otimismo, da esperança, das ações religiosas e da fé, exerceu importante papel para resiliência e ressignificação do processo da cura, mesmo para aqueles que duvidavam ou não acreditavam na sua efetivação.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1353258 - FABRICIO POSSEBON
Interno - 1774137 - DILAINE SOARES SAMPAIO
Interno - 1860344 - FERNANDA LEMOS
Externo à Instituição - KELLY THAYSY LOPES NASCIMENTO
Externo à Instituição - ÁLVARO CÉSAR PESTANA