PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
3216-7335/7335

Notícias


Banca de QUALIFICAÇÃO: SILVIA MARIA FERNANDES ALVES DA SILVA COSTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SILVIA MARIA FERNANDES ALVES DA SILVA COSTA
DATA: 22/11/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Sala do PPGL
TÍTULO: O “TESTEMUNHO” DO POETA ESCRAVO JUAN FRANCISCO MANZANO: vozes de memória e do silêncio
PALAVRAS-CHAVES: Autobiografia. Identidade. Memória. Manzano
PÁGINAS: 112
RESUMO: Esta tese analisa a composição da Autobiografía de un esclavo, do poeta cubano Juan Francisco Manzano (1797-1853), a fim de que se possa determinar os procedimentos criativos da obra e, assim, verificar a possibilidade do “testemunho” autobiográfico de Manzano ser fundacional na América Hispânica, construindo uma identidade e memória coletiva do negro, logo uma subversão da escrita colonial. Para isto, utiliza-se uma metodologia de natureza básica, enfoque qualitativo, nível exploratório e procedimentos de investigação bibliográfica, para dar suporte teórico à discussão que elucide o problema em questão, no intento de explicar o corpus deste estudo e a fim de reconhecer o autorretrato de Manzano, tanto direto quanto indireto. O texto autógrafo de Manzano foi escrito em 1835 por incentivo do crítico literário cubano Domingo del Monte (1804-1853) e publicado em Londres em língua inglesa em 1840, uma vez que a censura metropolitana espanhola não permitia a publicação de textos com fundo escravocrata em Cuba. Porém, a primeira publicação em língua espanhola acontece em Havana em 1937 com base no texto autógrafo. Foi também baseado neste texto, o qual está na Biblioteca Nacional José Martí em Havana, que William Luis fez a sua publicação em 2007 com todas as emendas e correções que este texto apresenta. É a partir desta publicação que esta tese se desdobra, primeiramente, sob a perspectiva do “pacto autobiográfico” de Philippe Lejeune (1994) que se comprova como a autobiografia de Manzano cumpre este pacto, para posteriormente estabelecer o espaço autobiográfico do poeta em um diálogo possível entre a sua única peça teatral publicada, Zafira (1842), e quatro poesias selecionadas de Manzano. Ademais, utiliza-se sete de suas cartas a Del Monte para apoiar esta análise. Finalmente, este estudo, parte-se do pressuposto que a sua autobiografia nasceu de competências naturais, por traços da memória, dentro das sabedorias passadas pela oralidade, devido ao fator da proibição de escolarização aos negros nas Américas. Logo, Manzano faz parte de práticas culturais coletivas, construindo uma identidade não só individual, mas coletiva, então, sua autobiografia transforma-se em um testimonio, o qual se pode supor, segundo a forma de sua escrita, ao se analisar a psicodinâmica da oralidade em relação a psicodinâmica da escrita, que segundo Walter Ong (1998), diferenciam-se, o que permite determinar o fundamento da escrita literária americana, a qual poderá fugir da mímica ou paródia colonizadora, sendo Manzano e sua autobiografia de fundamental importância no papel de construção da identidade do negro nas Américas.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1347382 - ANA CRISTINA MARINHO LUCIO
Externo à Instituição - DOUGLAS RODRIGUES DE SOUSA
Interno - 1350518 - LIANE SCHNEIDER