PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
3216-7335/7335

Notícias


Banca de DEFESA: DEBORA GIL PANTALEAO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DEBORA GIL PANTALEAO
DATA: 25/02/2022
HORA: 15:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: SARAH KANE E O TEATRO IN-YER-FACE: A POÉTICA DO EXCESSO CONTRA O PERCEPTICÍDIO NAS PEÇAS BLASTED (1995) E CLEANSED (1998)
PALAVRAS-CHAVES: Sarah Kane; Pós-modernismo; Violência; Horrorismo; Percepticídio.
PÁGINAS: 203
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: A dramaturga Sarah Kane é considerada por Aleks Sierz como autora que inaugurou o Teatro In-Yer-Face com a sua primeira peça teatral, Blasted (1995). Esse teatro, que dramatiza a violência em excesso e expõe diante dos espectadores as mais perversas formas de crueldade, viria a ter continuação com a segunda peça da autora – Cleansed (1998) – parte de uma trilogia nunca finalizada por Kane. Durante as montagens das peças, e em razão das respostas agressivas da mídia britânica ao seu teatro, a autora precisou passar a utilizar um pseudônimo ao escrever essa segunda peça da trilogia inacabada. Nesse cenário de uma dramaturgia marcada por excessos e privações, o nosso objetivo foi o de analisar a poética do excesso de Sarah Kane como uma opção estética que se impõe contra o percepticídio, posicionando-se enquanto rejeição e resistência àquilo que pode e não pode ser visto e percebido em nossas estruturas sociais. Para verificarmos a validação desta hipótese, analisamos o contexto histórico-social de Kane com a Era Thatcher e o governo Tony Blair e os fatos que demonstram ter sido a Cool Britannia uma Cruel Britannia; trabalhamos as definições de Sierz sobre o Teatro In-Yer-Face enquanto lócus de transgressão ao teatro mainstream; além de apresentarmos a obra de Kane, no primeiro capítulo. No segundo capítulo, examinamos características da pós-modernidade e do pós-modernismo a partir de Jameson (1991), Anderson (1999), Maffesoli (2003, 2016). Para o estudo da paródia e da ironia no pós-modernismo, examinamos as contribuições de Linda Hutcheon (1985, 2000, 2001) e Afonso Romano de Sant’Anna (2004). A necessidade de pensar a tragicidade das peças de Kane nos remeteu a Raymond Williams (2002). Para pensar a violência na pós-modernidade pela perspectiva de suas vítimas, utilizamos o conceito de “horrorismo” da filósofa italiana Adriana Cavarero (2009). Articulamos os pensamentos de Cavarero aos de Judith Butler (2018, 2020), que trata dos seres vulneráveis e não passíveis de luto, para nomearmos os corpos que sofrem e que vivenciam o trágico pós-moderno. Concluímos que, nas peças de Kane, é por via da “antiestrutura” que tais seres podem se tornar visíveis, ou seja, por via da paródia e da ironia ao re-apresentar o real enquanto pastiche. As tensões em torno da ambiguidade trazidas por Jameson são apaziguadas em nossa análise através do estudo da ironia, posto que trata de o leitor ou espectador captar o jogo irônico e perceber o que está posto pra ser visto e denunciado – por via do excesso da violência – nas peças teatrais. Dito isto, fica nítido que as dominantes estéticas pós-modernas dão ênfase ao paródico e ao irônico quase como única saída possível ao absurdo e ao mal-estar social.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 2695855 - DANIELLE DAYSE MARQUES DE LIMA
Externo ao Programa - 3007651 - JULIANA HENRIQUES DE LUNA FREIRE
Externo à Instituição - ROMERO JUNIOR VENANCIO SILVA
Externo à Instituição - ROSANGELA NERES ARAUJO DA SILVA
Presidente - 6336340 - SANDRA AMELIA LUNA CIRNE DE AZEVEDO