PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Notícias


Banca de QUALIFICAÇÃO: JORANAIDE ALVES RAMOS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JORANAIDE ALVES RAMOS
DATA: 24/11/2023
HORA: 09:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: VOZES DAS MULHERES E DAS NATUREZAS: Um estudo ecofeminista das Poesias de Sónia Sultuane e Deusa d’África
PALAVRAS-CHAVES: Deusa d’África; Ecofeminismo; Sónia Sultuane
PÁGINAS: 140
RESUMO: O ecofeminismo é uma corrente filosófica e prática que, por sua vez, relaciona a exploração da natureza a opressão determinada contra às mulheres, defendendo a necessidade de implantação de um novo modelo de sociedade que reconheça e respeite a interconexão entre seres humanos e ambiente natural. Essas questões são poetizadas pelas escritoras moçambicanas Sónia Sultuane em Sonhos (2001), Imaginar o poetizado (2006), No colo da Lua (2009), Roda das encarnações (2016) e O lugar das ilhas (2021), e por Deusa d’'África, em A voz das minhas entranhas (2014), Ao encontro da vida ou da morte (2014) e Cães à estrada e poetas à morgue (2022), todos os livros, corpora desta tese. Essas coletâneas poéticas evidenciam a conexão íntima entre experiências femininas e natureza não humana, ao tempo que conscientizam sobre a importância da preservação ambiental e da justiça social; além disso, territorializam o lugar de fala das escritoras. Por esses motivos, é objetivo geral desta tese: analisar o modo como as obras de Sónia Sultuane e Deusa d’África, à luz do ecofeminismo, abordam e desafiam a intersecção entre opressão de gênero e exploração da natureza não humana, em Moçambique, e como essas expressões poéticas podem contribuir para a conscientização das comunidades locais em relação à importância da preservação ambiental e da justiça social. Nesta esteira, são objetivos específicos: realizar uma leitura aprofundada das obras de Sónia Sultuane e Deusa d’África para identificar os temas e motivos que evidenciam a interconexão entre opressão de gênero e degradação ambiental, em Moçambique; investigar as estratégias literárias, por meio da criação das categorias “ilhatopia” e “entranhatopia”, utilizadas por Sónia Sultuane e Deusa d’África, respectivamente, para confrontar as estruturas de poder que perpetuam a opressão de gênero e a exploração da natureza não humana; mostrar como essas obras promovem uma compreensão mais profunda sobre o movimento transcorpóreo existente entre mulheres e natureza não humana. Para cumprir os objetivos elencados, segui uma metodologia de caráter exploratório e descritivo, através de procedimentos bibliográficos, fazendo uma abordagem qualitativa, com vistas às análises de conteúdo e de discurso; tais métodos me permitirão escrever quatro capítulos, estando dois deles já encaminhados e aguardando considerações da banca de qualificação. O primeiro, “As raízes da tese: os corpos do corpora e os trânsitos possíveis” está subdividido em onze seções que apresentam as poetas contemporâneas Sónia Sultuane e Deusa d’África e suas obras, bem como, as teorias que embasam minha análise, sendo a principal delas, o ecofeminismo, abordando conceitos como animismo, afrotopia, moçambicanidade, direito de expressão e essencialismo; exploro a relação entre humanidade e universo por meio das imagens poéticas que conectam as experiências humanas ao cosmo, a fim de analisar como corpos humanos e não humanos estão entrelaçados nas poesias soniana e deusiana. Para tanto, utilizo-me das contribuições de autoras e autores, tais como Cabaço (2007), Mondlane (1976) Ngoenha (2022), Sarr (2019), Spivak (2010), Fuss (2021), Alaimo (2017) e Oyěwùmí (2021). No segundo capítulo, “Teias da vida: Uma leitura sobre Natureza[s] e Ecologia[s]”, que está subdivido em quatro partes, apresento e discuto conceitos e teorias importantes para este momento da tese, a saber: naturezas corpóreas, transcorporeidade, ecologia decolonial, ecocrítica e ecofeminismo. Para tanto, fundamento-me em Oppermann (2013; 2016), Haraway (2008), King (1997; 1989), Li (1993), Plumwood (2003), Tuana (2008), Sorj (1992) e Khell (1993), Ferdinand (2022), Federici (2022), Guatarri (2012), Garrard (2006), Junquera; Henríques; Vigal (2010), Murphy (2010), Marland (2013); Gaard (2018) e, sobretudo, retomo Alaimo (2010; 2017). Opero, ainda, com Puleo (2022), Brandão (2003), Soares (2006), Mies; Shiva (1993) e Ortner (1979). Além destes capítulos encaminhados, constam neste documento, meu Memorial Acadêmico e o Projeto de Pesquisa com o qual ingressei neste doutoramento.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1757884 - SAVIO ROBERTO FONSECA DE FREITAS
Interno - 1613139 - VANESSA NEVES RIAMBAU PINHEIRO
Externo à Instituição - IZABEL DE FÁTIMA DE OLIVEIRA BRANDÃO