PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Notícias
Banca de DEFESA: MATHEUS PEREIRA DE FREITAS
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MATHEUS PEREIRA DE FREITAS
DATA: 12/12/2023
HORA: 18:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: A ERRÂNCIA FANTÁSTICA DA SOLIDÃO: O TRIBUTO FEMININO EM CIEN AÑOS DE SOLEDAD
PALAVRAS-CHAVES: Gabriel García Márquez; Realismo-maravilhoso; Psicanálise; Solidão.
PÁGINAS: 181
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: Nos balaústres anímicos que fundamentam as premissas do ser, na busca emancipatória
do primeiro objeto amoroso, as fantasias inconscientes da criança, em seus espectros mais
arcaicos, tornam-se vitais para o desenvolvimento e, invariavelmente, contornam a
sobrevivência psíquica necessária para o advento da capacidade de estar só. Pois é na
desarticulação do real que as ausências podem ser ressignificadas e reelaboradas, urdindo
os semblantes necessários à (des)ilusão. Não obstante ao considerar os sentidos que
resguardam o sentimento de solidão, segundo os preceitos da psicanálise, cujo fazer
científico estrutura-se nas sendas ignotas do inconsciente, cerne da constituição subjetiva
do ser, ver-se-á como o sentimento em tela alicerça a (des)ordenação fundante das
relações entre o si mesmo e o julgo dos objetos, administrados pela gênese e aprendizado
do estar só. Algures, vertendo-se o olhar para a arcádia literária, e os seus saberes
ontológicos, vislumbra-se a obra magna de Gabriel García Márquez (1967), Cem anos de
solidão, um dos mais emblemáticos escritos do século XX e, quiçá, um dos testemunhos
mais íntimos deste sentimento ambivalente. Não por acaso, na poética do escritor latinoamericano, acompanha-se a família Buendía, subjugada a repetições e tragédias,
amaldiçoada pelo estigma do incesto, que delineia seu futuro premeditado, a partir de um
fio condutor que (des)estabiliza a fragilidade do seio familiar: a solidão. Assim, baseandonos nessas concepções iniciáticas, permitindo-nos ir além da interpretação arquetípica
consagrada pela crítica, essa pesquisa intenta analisar, com base nos pressupostos psicanalíticos, sobretudo, de Sigmund Freud (1856-1939) e Melanie Klein (1882-1960),
as personagens femininas do romance referido, observando como a solidão, estética e
subjetivamente, articula os planos narrativos que compõem a referida obra. Nesse escopo,
sem perder de vista as particularidades estéticas do realismo-maravilhoso, e os seus
respectivos estudos, debruçar-nos-emos sobre as solidões que estigmatizam e subjetivam
o feminino e a singularidade de três personagens do romance nobelista (Úrsula, Amaranta
e Remédios, a Bela), admitindo que, cada uma dessas mulheres, articulam os signos da
solidão, de modo particular, construindo defesas e fomentando angústias
(des)integradoras, a partir da volatilidade de suas (in)capacidades de estar só segundo as
moções próprias da neurose, psicose e perversão. Ademais, compreende-se a necessidade
de investigar este conceito esparso e, por vezes, nebuloso nos escritos da psicanálise
(DOLTO, [1985] 2013), assim, além dos autores citados, empreender-se-á em outros
nomes da psicanálise, como Donald Winnicott (1964), Guy Rosolato (1969) e demais
contribuintes de outras ciências humanas.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3567041 - HERMANO DE FRANCA RODRIGUES
Interno - 1809459 - LUCIANE ALVES SANTOS
Externo à Instituição - MANUEL MOREIRA DA SILVA