PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: WANESSA DE GÓIS MOREIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: WANESSA DE GÓIS MOREIRA
DATA: 22/12/2023
HORA: 09:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: OS CLAMORES ESTRÉPITOS DE UMA MULHER: AS RUÍNAS DA MATERNIDADE EM ANJO NEGRO, DE NELSON RODRIGUES
PALAVRAS-CHAVES: Literatura. Psicanálise. Feminino. Maternidade.
PÁGINAS: 112
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: Anterior ao século XX, a ‘condição’ materna, por muito tempo, atrelou-se ao feminino com ‘ajuda’ dos grilhões morais, que atravessavam os corpos e rasgavam as subjetividades femininas, de adornos culturais e com as indumentárias convencionais da “mãe perfeita, pura e casta”, como um percurso que deveria ser seguido para a obtenção de uma redenção divina. Essa diagramação evidencia a violência perpetrada ao feminino, através dos discursos hierárquicos, que tinham o objetivo de dominar e controlar os itinerários da mulher perante a sociedade, em especial, o da maternidade. Contudo, em meio às brumas da religião e da repressão cultural, a então ciência da subjetividade, empreitada pelo neurologista vienense Sigmund Freud (1856-1939), acabara por demolir algumas estruturas sociais e religiosas que versavam sobre o corpo da mulher. A partir dos estudos freudianos, a figura da mãe passa a ser estendida e dilatada do seu sentido denotativo, para uma perspectiva embasada em sua individualidade, na busca de legitimar os desejos sui generis. Isto é, a mulher/mãe passa a percorrer as veredas da ‘liberdade’ social, quando expressa e contesta sobre suas vontades subjetivas, como o de não ‘querer’ ser mãe. Eis o caso da personagem Virgínia, presente na tragédia plasmática que é pulsionada pela maldição e cólera: Anjo Negro (1946), de Nelson Rodrigues. A protagonista orquestra, indiferentemente, uma chacina de sua própria prole, por afirmar que o lugar de mãe não a pertence, mas unicamente o de esposa. Virginia, em todo momento da narrativa, deixa explícita sua vontade de ter o Ismael, de modo coadunado e simbiótico, por medo de perdê-lo, sendo capaz de percorrer qualquer agrura com toda fúria presente em seu feminino e até se esvair de si mesma, (tudo) em nome do amor a Ismael. Nesse caso, para analisar tal conduta da personagem, convidamos o pai da Psicanálise, bem como os pós-freudianos com os conceitos pautados no momento que a mulher desnorteia seus sentidos e sua razão, após perder um objeto de amor, por se ‘deparar’, inconscientemente, com a ‘falta’ que lhe estrutura como sujeito faltoso. Destarte, buscaremos refletir, tal pesquisa, a partir das diferentes expressões do desejo de Virgínia, que quer gozar para além de sua maternidade e de sua feminilidade. Como dito pelo pai da Psicanálise, a sexualidade feminina e seus múltiplos matizes estão longe de ter uma resposta definitiva, portanto, continuemos a investigá-(e)las em busca de novas chaves e decifrações
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3567041 - HERMANO DE FRANCA RODRIGUES
Externo à Instituição - ROSILANDIA FLAVIA DE LIMA RAMOS
Externo à Instituição - YLS RABELO CÂMARA