PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
- Telefone/Ramal
-
3216-7335/7335
Notícias
Banca de QUALIFICAÇÃO: MACKSA RAQUEL GOMES SOARES
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MACKSA RAQUEL GOMES SOARES
DATA: 19/04/2024
HORA: 14:00
LOCAL: online
TÍTULO: NAS BORDAS ANCESTRAIS DA POESIA NEGRA-FEMININA: ESCRITA FEMINISTA E DECOLONIAL PARA EMANCIPAÇÃO DE CORPOS FRATURADOS PELA DOR NAS OBRAS DE CONCEIÇÃO EVARISTO
E RYANE LEÃO
PALAVRAS-CHAVES: Palavras-chave: Poesia negra-feminina. Feminismo negro. Decolonial. Escrita de travessia.
PÁGINAS: 91
RESUMO: A Literatura produzida por mãos negras é movimento de decolonizar a escrita, de romper com
silêncios prescritos e históricos. Esse aquilombamento de palavras transforma linguagem em
ação, (Lorde, 2019), ao mesmo tempo que reescreve um novo tempo à tradição literária
brasileira. Alinhado a isso, as mulheres negras tecem os fios de esperança, de sonhos, de
resistências quando escrevem sobre si, sobre o coletivo, sobre suas dores e alegrias, sobretudo
quando se demoram em suas ancestralidades para recontar novas histórias. Nesse sentido, a
poesia negra-feminina é porta aberta para esse caminhar decolonial e emancipatório de corpos
femininos negros remendados pelos desmandos da tecnologia colonial. É nesse limiar que
elaboramos processos de articulações em nós mesmas para recriar realidades, reverberar
possibilidades, como destaca Audre Lorde (2019), por isso, para as mulheres negras, a poesia
não é luxo, é ferramenta de sobrevivência, de resistência. Diante do exposto, esta pesquisa está
assentada no lirismo de resistências proposto nas obras, Poemas da Recordação e outros
movimentos (2017), de Conceição Evaristo, Tudo nela brilha e queima (2017), Jamais peço
desculpas por me derramar, (2019), de Ryane Leão, obras que formam a corpora desta tese. Os
escritos de ambas as autoras elucidam sobre o feminismo negro orquestrado por mulheres que
erguem-se em meios às violações de raça, gênero e classe e, de modo simultâneo, alvitram a
ancestralidade, a memória, a religiosidade, a cura, empoderamento, e, por meio dessa literatura
feminina, desarticulam estruturas violentas impostas pela colonização e constroem
epistemologias decoloniais para refletir sobre o corpo doído de mulheres colonizadas e sobre a
palavra-abrigo, a escrita de travessia que surge dessa poesia de mulheres pretas. Desse modo e
na contracorrente da colonialidade do poder, ser e especialmente de gênero, o objetivo deste
estudo é refletir sobre a poesia negra-feminina de Conceição Evaristo e Ryane Leão como
ferramenta ancestral, feminista negra e decolonial que subverte e promove rasuras
epistemológicas frente às estruturas coloniais que fraturam e violentam corpos de mulheres
negras secularmente. Ainda nessa perspectiva, esta análise está ancorada de forma específica
em teorizar sobre o feminismo negro e as contribuições dos estudos decoloniais a partir de
vivências plurais de mulheres negras marginalizadas; identificar a Literatura negra-brasileira
como quilombo de palavras e construção identitária para desmantelar imagens estereotipadas
dentro do cânone por meio de novas epistemes; refletir sobre a escrita feminina negra como
instrumento pedagógico e decolonial na contramão do sexismos, machismos e outras violações
estruturantes que circundam esses corpos. Nessa esteira, a metodologia escolhida é a descritiva
de caráter bibliográfico e natureza qualitativa na perspectiva da crítica literária interdisciplinar
que versem sobre as narrativas tecidas pelas autoras arroladas acima. Parto, nesse sentido de
alguns pressupostos teóricos críticos e necessários elaborados por alguns estudiosas/os para
refletir acerca os estudos decoloniais, colonialidade/modernidade, desobediência epistêmica no
primeiro capítulo a exemplo de Quijano (2002), Mignolo (2017), Maldonado-Torres (2008),
Dussel (1993), Walsh (2013), Kilomba (2019). A partir do viés feminista negro, decolonial e
valho-me dos estudos, ainda nesse capítulo, de Collins (2016), Carneiro (2019; 2020), Davis
(2016), Hooks (1995; 2018; 2019;), Gonzalez (2020), Werneck (2010), Bairros (2020),
Akotirene (2019), Lugones (2014; 2020), Curiel (2020); Mendonza (2021); Espinosa (2013);
Anzaldúa (2000), Nascimento (2021) e outras. Para pensar sobre a literatura negra brasileira,
poesia de mulheres como instrumento de resistência, de ancestralidade negra, no segundo
capítulo dessa tese, e, de modo igual como essa escrita contribui para recriar novos imagéticos
acerca dos corpos negros por meio de mãos femininas negras e igualmente ser escrita-abrigo
para corpos femininos erguerem imagens bonitas sobre si diante do espelho forçado pela
colonização, alguns embasamentos são importantes como, Evaristo (2005; 2007;2009), Bernd
(2011) Alves (2010), Souza (2017;2019), Santos (2018), Assis (2005; 2008; 2010), Cuti (2010)
Nascimento (2002); Martins (2007), Lorde (2019), Sales (2019), Rodrigues (2029) dentre
outras/os aqui referenciados com o intuito de empregar os principais embasamentos teóricos
para um desenvolvimento de análises mais aprofundadas, para refletir os caminhos literários e
a construção feministas decoloniais pelos quais estes capítulos passeiam.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2301171 - LUCIANA ELEONORA DE FREITAS CALADO DEPLAGNE
Interno - 1532557 - DANIELLE DE LUNA E SILVA
Externo à Instituição - CRISTIAN SOUZA DE SALES