UFPB
O projeto de extensão intitulado Conversas de Quinta: as vivências das emoções no universo acadêmico tem por finalidade promover reflexões E ações pautadas na perspectiva da Educação Emocional, a partir de vivências sobre as diferentes emoções no ambiente acadêmico, sobretudo no que diz respeito aos impactos das mesmas no processo de (trans)formação dos sujeitos no âmbito das diferentes aprendizagens, construídas nos tempos e centros universitários. Para tanto, partimos do pressuposto da necessidade de vivenciarmos e suscitarmos no outro emoções positivas, tendo em vista consideramos que o amor deve se constituir como um objeto de estudo do currículo escolar/acadêmico, tendo em vista que as vivências das emoções contribuem para a formação integral dos sujeitos, sendo esta, uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica, propiciando as condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e todos juntos possa, assumir-se como seres sociais e históricos, como seres pensantes, comunicantes, transformadores, criadores, realizadores de sonhos (FREIRE, 1996 p. 41). Compreendemos que falar das emoções, nos dias atuais, nada mais é do que cuidar do outro em uma condição de humanização, observando, sentindo e escutando as necessidades dos sujeitos, seus medos, traumas e angústias, promovendo um olhar sensível ao sujeito que precisa e merece atenção. Esta proposta firma-se na necessidade de ampliarmos essas reflexões no Campus IV da UFPB, uma vez que inexistem ações que abordem os aspectos aqui considerados. Enquanto professora do Curso de Licenciatura em Pedagogia, considero que ao longo dos anos, ao acompanhar os alunos durante o percurso acadêmico, venho testemunhando momentos angustiantes, em que as emoções, tanto de nós docentes, quanto dos alunos, são reprimidas em meio ao modelo acadêmico de formação. Desta forma, em meio as necessidades posta pelo mundo contemporâneo, ouso propor seguir na contramão dos moldes neoliberais, rompendo com esse modelo mercadológico da educação, trazendo os sujeitos com suas complexidades, com seus sonhos, com seus medos e frustrações, sujeitos reais, que não encontram espaços para dialogar com suas emoções, que não as entendem, e o pior, que as negam, adoecendo emocionalmente, sendo tomados por fatores que os levam a ansiedade e depressão. Precisamos romper os muros da Universidade dos tempos passados (ainda tão presente), precisamos construir uma Universidade sensível, viva, alegre, que pulse o coração dos sujeitos, que os embale em suas necessidades específicas, que saia dos pedestais cristalizados e que sentem ao chão, de pés descalços, junto com os seus alunos. Precisamos de uma Universidade que transmute o saber elaborado ao saber com emoção, e que esta emoção seja resposta ao estímulo positivo vivido nos corredores e nas salas de aula. Nesse sentido, buscamos estudiosos que pudessem nos auxiliar na abordagem teórica, tais como: POSSEBOM (2017) Neuhauser (2006), Guedes (2012, 2015), Vieira (2018), Gentili e Alencar(2007), Coelho e Costa (2009). Diante deste cenário de ideias expostas, considerando, sobretudo, que a educação formal é sim uma das possibilidades de mudança de vida, especialmente no que diz respeito ao acesso ao Ensino Superior, em uma conjuntura de Zona Rural, em que o Campus IV encontra-se inserido, tendo como solo, as terras dos Índios Potiguaras, cabe propormos ações para a libertação dos povos, em meio a uma perspectiva de formação acadêmica emocional, não apenas técnica e de conteúdos restritos, como historicamente vem sendo vivenciada, mas uma formação humana e sistêmica, que considere o sujeito dentro de suas cadeias de relações, com emoções próprias e com uma carga histórica que precisam ser consideradas. Isso por que entendemos que educar é contribuir para a humanização dos sujeitos, educar é humanizar, socializar valores de justiça, respeito e solidariedade. Assim, por acreditarmos na necessidade do reconhecimento da Educação Emocional nos Centros Universitários, propomos vivenciar experiências humanizadoras a partir das vivências deste projeto, as quais possam vir a contribuir com formação de sujeitos sociais, históricos, humanos e de emoções que venham a construir práticas diferenciadas em prol de uma sociedade mais justa e mais igual, que respeite as diferenças e que promova a paz e a qualidade de vida, independentemente de local, classe social, status social, condição sexual, religião, dentre outros condicionantes. Esperamos, portanto que esse projeto possa ser um novo início para o pensar as emoções no universo acadêmico do Campus IV da Universidade Federal da Paraíba.
ALUNOS DE GRADUAÇÃO DOS DIFERENTES CURSOS DO CAMPUS IV, TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS E DOCENTES
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