A questão sobre que perfil profissional queremos formar, tem provocado uma reflexão diante do projeto pedagógico-curricular dos cursos. Mas por outro lado, a pergunta que se indaga sobre o perfil profissional se relaciona também com uma visão de futuro. Ou seja, qual profissional sairá para o mercado de trabalho, para a família e para sociedade? Essa interrogação permite ampliar que o perfil profissional é algo mais amplo do que meramente pensar no mercado de trabalho.
Forma-se o homem para vida. A sua atividade de trabalho é apenas uma dimensão que o ser participa. Ele também participa de outros espaços, que exigem outras funções desse mesmo sujeito.
Diante disso, o foco do curso é a gestão pública. Nesse sentido, o perfil de profissional se pauta também na formação da cidadania desse sujeito, que antes mesmo, dele ser um tecnólogo em gestão pública, ele se perceba e interaja na sociedade como um cidadão, atuando no espaço público, como usuário de serviços, como profissional da área, mas também, como criador de um Estado mais capacitado para agir em prol dos direitos e deveres dos homens em sociedade.
A partir dessa ideia e dos pilares que incidem sobre a formação do referido profissional, espera-se que o curso forme um indivíduo intelectual, crítico, técnico e agente de transformação na sociedade brasileira.
Assim, os valores que perpassam o perfil profissional são respeito, zelo, compromisso, capacitação técnica e política em atuar nos diversos espaços de trabalho e nos espaços públicos de participação política e que incida na sua formação e na educação de sua família.
Para isso, o curso deve ter as condições de se colocar como central na formação acadêmica do aluno, preparando-o para atuar por meio de um curso especializado e adaptado às necessidades da vida econômica e social do país, da região e do estado em que está inserido. A formação do referido curso, deve dispor, também, da possibilidade de se exprimir com toda a independência e responsabilidade acerca de problemas éticos e sociais para ajudar a sociedade a refletir, compreender e agir.
Para esse fim, o projeto pedagógico destaca também que procurará efetivar seu caráter multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar, bem como a integração entre teoria e prática, para garantir uma formação acadêmica que dê ao egresso, um perfil de pesquisador, consultor e analista de gestão pública e gestão social, por meio de incentivos à atividade de ensino e de iniciação científica e extensão.
Desse modo, espera-se também, formar um profissional responsável e ético em seu fazer cotidiano em todas as instâncias de sua vida
O profissional formado em gestão pública detém as habilidades e competências necessárias para realizar a análise do funcionamento das instituições públicas. De natureza eminentemente inter, multi e transdisciplinar, a formação deste profissional envolve a articulação de diversas disciplinas – em especial, a Administração, as Ciências Contábeis, as Ciências Sociais, a Ciência Política, a Economia, o Direito, a Psicologia e a Tecnologia de Informação. A formação confere a capacitação necessária para uma atuação profissional intelectualmente flexível e contextualmente adaptável no trato dos problemas atuais e futuros da gestão pública.
No setor público, este profissional poderá atuar na formulação, implementação, monitoramento e avaliação de políticas, programas e projetos governamentais, nas mais diversas áreas de políticas públicas – saúde, educação, cultura, infraestrutura, meio ambiente, segurança, geração de emprego e renda, energia, acesso à justiça, desenvolvimento científico e tecnológico, esporte e lazer, assistência social, comunicação, segurança alimentar, habitação, saneamento, regulação de serviços públicos, etc. No campo das organizações públicas, o egresso do curso de Bacharelado em Gestão Pública poderá atuar em empresas públicas e de economia mista – federais, estaduais e municipais – assim como nas agências responsáveis pela regulação da prestação de serviços de interesse coletivo. Além destas organizações nacionais, o egresso do curso de gestão pública também poderá atuar em organismos internacionais e organizações multilaterais, tais como em organizações do sistema das Nações Unidas (PNUD, OIT, UNESCO, OMS, OMC), e outras no âmbito regional (destacadamente MERCOSUL, UNASUL, OEA, Cepal e outras).
Além disso, o profissional também poderá vincular-se a organizações privadas, especialmente aquelas que operam em atividades com forte interação com o setor público brasileiro, tais como aquelas prestadoras de serviços de interesse público sob regime de contratos de prestação de serviços e de concessão pública, nas prestadoras privadas de serviços diretos às organizações públicas e/ou nas fornecedoras de insumos e materiais para o funcionamento e operação das organizações e das políticas públicas.
Não se pode desconsiderar o fato de que o setor público é o principal comprador e contratador de produtos e serviços na economia brasileira, sendo, deste modo, de fundamental importância que as empresas privadas detenham, entre seus quadros, profissionais que entendam o funcionamento das instituições públicas brasileiras.
Ademais, os egressos do curso de gestão pública também podem atuar em instituições sem fins lucrativos que desenvolvem atividades de interesse coletivo, tais como aquelas que atuam na promoção do bem estar social, defesa do meio ambiente, promoção da cultura, da economia solidária, do desenvolvimento regional, da pesquisa e inovação tecnológica, dentre outros setores.
Os egressos deste curso podem, ainda, atuar na prestação de consultorias e assessorias nas diversas áreas e atividades da gestão pública, assim como em atividades de pesquisa e avaliação de políticas, programas e organizações públicas.
Deste modo, além de a gestão pública ser um amplo setor e em clara expansão, é importante destacar o papel estratégico que os egressos do curso de Bacharelado em Gestão Pública podem desempenhar, contribuindo para qualificar o funcionamento das organizações públicas e as políticas, programas e projetos implementados, contribuindo, assim, de forma decisiva para o desenvolvimento dos territórios onde vierem a atuar.
No âmbito acadêmico, pode-se conceituar que competências são, segundo Perrenoud (1999, p. 30), "a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.). Para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações". De acordo com Ferreira (2001, p.48), "A construção de competências é inseparável da formação dos esquemas mentais que mobilizam os conhecimentos adquiridos, num determinado tempo ou circunstância. A mobilização dos diversos recursos cognitivos, numa determinada situação, assegura-se pela experiência vivenciada. O sujeito não consegue desenvolvê-la apenas com interiorização do conhecimento. É preciso internalizá-la buscando uma postura reflexiva, capaz de torná-la uma prática eficaz”. Habilidades são consideradas menos amplas do que as competências. Várias habilidades constituem uma competência e uma habilidade não pertence a determinada competência, pois uma mesma habilidade pode contribuir para competências diferentes.
Desse modo, o conjunto de competências e habilidades, exigem que atitudes sejam tomadas, perseguidas e executadas para o profissional apresente de fato sua formação técnica e política.
Nesse sentido, espera-se que o profissional oriundo do Bacharelado em Gestão Pública irá adquirir as seguintes competências, atitudes e habilidades:
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