Nascido em Campina Grande PB, em 30 de março de 1963, Eli-Eri Moura apresenta em sua produção composicional tanto música contemporânea de concerto (incluindo peças para grupos de câmara, coro e orquestra) quanto música incidental. Ele tem se dedicado ao desenvolvimento de um processo composicional que denomina Música Desfragmentada, aplicado em suas peças de concerto. Esse processo recria e sintetiza vários procedimentos da música contemporânea e interage, de forma estrutural, com referências de manifestações musicais populares brasileiras, cujos elementos são explorados a partir de aspectos microdimensionais (processos de desfragmentação). Concomitantemente, o compositor também trabalha com uma linguagem que recorre a um léxico musical mais convencional, adotada em algumas de suas obras corais e em sua música incidental. Suas peças de concerto têm sido apresentadas em diversos festivais, incluindo várias edições da Bienal de Música Brasileira Contemporânea, Festival Música Nova, Encontro de Compositores Latino-Americanos, Bienal de Música Contemporânea de Mato Grosso, Montreal MusiOctober New Music Festival, World Music Days (da International Society for Contemporary Music ISCM), Europalia International Arts Festival, dentre outros; e recebido por elas diversos prêmios, a exemplo da Max Stern Fellowship in Music (Canadá), Composição FUNARTE 2008, 2012, 2014, 2016, dentre outros. Compôs um grande número de trilhas sonoras para teatro, cinema e vídeo, trabalhando com importantes diretores, a exemplo de Luiz Carlos Vasconcelos, Antonio Cadengue, W. J. Solha, Tarcísio Pereira, Fernando Teixeira, Marcélia Cartaxo, Torquato Joel, dentre vários outros. Suas trilhas foram premiadas em diversos festivais brasileiros, a exemplo do 10.º Vitória Cine Vídeo, Vitória ES e do 20º Festival Nacional do Teatro Amador FENATA. Lançou os CDs autorais Trilhas (1996), Réquiem Contestado (1996), Música de Câmara (2006), Música Instrumental (2010), e participou de vários CDs de artistas renomados, a exemplo do Quinteto Villa-Lobos, do violonista Daniel Murray, do Quinteto Brassil, dentre outros. Em 2009 sua ópera Dulcinéia e Trancoso (sobre libreto de W. J. Solha) foi estreada no Virtuosi Festival Internacional de Música, em Recife PE. Sua segunda incursão no gênero a Ópera do Mambembe Encantado (sobre libreto de Tarcísio Pereira) abriu a 1ª Bienal de Ópera Atual BOA, em setembro de 2016, como parte da programação cultural da FUNARTE junto aos jogos olímpicos e paraolímpicos do Rio de Janeiro. Tem contribuído para vários periódicos, incluindo o Contemporary Music Review (Inglaterra), Em Pauta, Per Musi, Musica Hodie, e Claves, e discursado sobre sua pesquisa composicional em numerosos eventos no Brasil e no exterior. Eli-Eri Moura trabalha no Departamento de Música da Universidade Federal da Paraíba - UFPB, como docente dos programas de Graduação e Pós-Graduação em Música. Primeiro profissional na história da UFPB a ser contratado especialmente como Professor de Composição, liderou a implantação dessa área na Universidade nos níveis de extensão, graduação e pós-graduação. Foi o idealizador e fundador do Laboratório de Composição Musical da UFPB - COMPOMUS, tendo sido seu primeiro coordenador. No COMPOMUS conduziu diversos projetos, incluindo a promoção e divulgação da música contemporânea, pesquisa composicional, realização de concertos e palestras, parcerias com grupos instrumentais e, em especial, cursos para jovens compositores. Como resultado da docência de Eli-Eri Moura, um número expressivo de compositores tem se envolvido de forma atuante na criação e divulgação da música contemporânea na Região Nordeste e no restante do País. Também fundou o Grupo Sonantis (de música contemporânea) e o Coro Sonantis, ambos ligados ao COMPOMUS. Em 2012 fundou o Grupo IAMAKÁ, dedicado à música renascentista e à música contemporânea.
Formação acadêmica/profissional (Onde obteve os títulos, atuação profissional, etc.)
Realizou Bacharelado em Piano, na Universidade Federal da Paraíba - UFPB; Especialização em Música do Século XX, também na UFPB, sob a orientação de Ilza Nogueira; Mestrado e Doutorado em Composição na McGill University, Montreal, Canadá, sob a orientação de Alcides Lanza, Brian Cherney e John Rea, com bolsas da CAPES e da própria universidade canadense. No Brasil, seu principal professor de composição foi José Alberto Kaplan, tendo estudado também com Mário Ficarelli.
Áreas de Interesse
(áreas de interesse de ensino e pesquisa)