PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: ANA PAULA HERCULANO BARBOSA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANA PAULA HERCULANO BARBOSA
DATA: 19/07/2024
HORA: 10:30
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: TERRITÓRIOS E AFETOS: DECOLONIALIDADE EM VASTO MAR DE SARGAÇOS, DE JEAN RHYS
PALAVRAS-CHAVES: Vasto mar de sargaços; Jean Rhys; Decolonialidade; Território; Afeto; Corpo; Violência.
PÁGINAS: 126
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: Os estudos decoloniais surgem como um movimento de reelaboração de perspectivas na produção do conhecimento, possibilitando o reposicionamento e revisão dos processos colonizatórios nas Américas. Partindo desse viés decolonial, analisamos o nosso corpus de pesquisa, o romance Vasto mar de sargaços ([1966]2012) da escritora caribenha Jean Rhys. Através da narrativa rhysiana passamos a conhecer Antoinette, protagonista do romance, que é acompanhada da infância até a vida adulta em seus trânsitos por diferentes territórios; ela, uma mulher crioula vinda da elite local, cresce na Jamaica colonial após o Ato de Emancipação de 1833 (Freitas, 2017; Silva, 2021), sob a forte influência do sistema moderno-colonial. Ao casar-se com um homem inglês aristocrata, Antoinette passa a sofrer de maneira mais direta com práticas violentas disseminadas pelo regime colonial. Com o intuito de empreendermos a análise do romance rhysiano partindo do giro decolonial (Segato, 2021;2022), tratamos dos conceitos de território, corpo, afeto e violência a partir dessa perspectiva. Dessa forma, discutimos as violências perpetradas contra a protagonista e outras duas mulheres - sua mãe Annette e sua antiga babá Christophine, a partir da leitura dos corpos delas como territórios. Também pensamos as reações desses corpos-territórios frente às violências que sofrem, sendo esses atos violentos apoiados pelas políticas do sistema moderno-colonial. Ainda tratando do conceito de território, agora vinculado aos afetos, pensando estes como potência, analisamos o poder da territorialidade em afetar o sujeito, direcionando nosso olhar para a maneira pela qual os territórios influenciam Antoinette. Para alcançarmos tais objetivos, tratamos, inicialmente, da obra rhysiana e a produção acadêmica brasileira sobre as narrativas de Rhys. Para adentrarmos a discussão sobre decolonialidade recorremos a autoras/es como: Quijano (1992), Maldonado-Torres (2018), Mignolo e Walsh (2018), Segato (2012;2021;2022), Mendoza (2010), Ballestrin (2013), Dussel (2000) e Lugones (2014;2020). Tratando de terminologias que envolvem o giro decolonial e que possibilitaram o desenvolvimento das seções seguintes, nas quais discutimos os atos violentos dos quais as personagens foram vítimas e suas reações frente a essas violências. Ao tratar da relação entre territórios e afetos, realizamos discussões sobre o termo afeto e o viés que optamos seguir ao utilizá-lo em nossa pesquisa, trabalhando com autoras/es como: Ahmed (2014), Almeida (2015a;2015b), Deleuze (2019), Haesbaert (2020;2021), hooks (2021), Lara (2020;2021), Solana e Vaccarezza (2020a;2020b), entre outras/os. Ao tratar dos territórios de afetos enfatizamos a influência da territorialidade sobre as subjetividades. O percurso empreendido nos permitiu estabelecermos conexões entre a decolonialidade e a releitura da figura da vítima passiva, lugar esse que não é ocupado pelas personagens Antoinette, Annette e Christophine, além de podermos averiguar a importância da territorialidade e dos afetos para as práticas de resistência da protagonista Antoinette.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1350518 - LIANE SCHNEIDER
Interno - 1347382 - ANA CRISTINA MARINHO LUCIO
Externo à Instituição - JOSILENE PINHEIRO-MARIZ