Banca de DEFESA: WELTON NEEMIAS SIMPLICIO GALDINO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: WELTON NEEMIAS SIMPLICIO GALDINO
DATA: 30/08/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de Reuniões do CCHLA/UFPB
TÍTULO: DA DESDIVINIZAÇÃO À REDIVINIZAÇÃO DO POLÍTICO NA FILOSOFIA POLÍTICA DE ERIC VOEGELIN: O FECHAMENTO PARA AS ORDENS MACROANTRÓPICAS COMO ORIGEM DOS MESSIANISMOS POLÍTICOS MODERNOS
PALAVRAS-CHAVES: Religião política; Filosofia política; Salto no ser; Desdivinização do político; Gnosticismo moderno.
PÁGINAS: 211
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
SUBÁREA: Ética
RESUMO: Fruto da cisão dogmática operada entre política e religião de que ainda hoje não poucas filosofias políticas são herdeiras, a reflexão filosófica sobre o fenômeno político pouco tem dado importância às experiências religiosas pelas quais muitos movimentos político-ideológicos são animados. Uma filosofia política aberta a essa dimensão religiosa do fenômeno político precisaria, desta feita, revisar as bases teóricas sobre as quais se assenta. A filosofia de Eric Voegelin tem como horizonte precisamente essa abertura que vê em cada articulação política uma busca, ora orientada, ora desorientada, por um fundamento divino no qual seja possível encontrar uma ordem em torno da qual a comunidade política possa orbitar. Em primeiro lugar, busca-se investigar neste estudo, dentre as várias dessas ordens, aquelas que Voegelin chamou de macroantrópicas, uma vez que, segundo o filósofo, teriam elas estabelecido um paradigma teórico-especulativo imprescindível a toda ciência política. Como essa ordem macroantrópica, diz Voegelin, transcende todo o mundo visível e se torna um movimento experienciado unicamente pela alma do homem, a ordem que daí resulta e pela qual as sociedades terão de se orientar será de pouca e insuficiente estabilidade: quanto mais a coisa toda é experienciada como transcendente, tanto maior será a dificuldade de organizar uma sociedade em torno de um modelo de ordem que, justamente por ser transcendente, parece a todo instante escapar às tentativas de ser convertida num símbolo estabilizado de uma vez para sempre numa representação imanente. A consequência inevitável será a desdivinização do político, pois se é transcendente a ordem, os deuses imanentes fatalmente terão aquele destino que o cristianismo primitivo teria dado aos deuses de que se nutria a civitas romana: morte por inanição. O tipo de especulação teorética que daí resulta, para Voegelin, consiste na possibilidade de que, uma vez desdivinizada a comunidade política, possa uma ciência lidar com a política à maneira de Platão quando, a título de exemplo, denunciou na Atenas de Temistócles e Péricles, louvada pelo enriquecimento de seus cidadãos, uma corrupção moral sem precedentes. Corrupta, malgrado enriquecida. Há aqui uma ordem transcendente pela qual a pólis poderia sempre ser confrontada, e unicamente porque, a essas alturas, achava-se ela desdivinizada pelo tipo de especulação teórica de que foi precursora a filosofia clássica. Tendo sido esta também a experiência do próprio Voegelin ante uma religião política intramundana, a nazista, uma desordem à qual ele opôs a ordem da alma, veremos como esta mesma experiência anima a crítica de Voegelin às tendências da política moderna que se fecham à ordem macroantrópica e estabelecem a revolta gnóstica e egofânica como nova orientação.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1337054 - VITOR SOMMAVILLA DE SOUZA BARROS
Externo ao Programa - 1552660 - GERALDO ALEXANDRE DE OLIVEIRA GOMES
Externo ao Programa - 337218 - MARCONI JOSE PIMENTEL PEQUENO