PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA (PPGF)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de QUALIFICAÇÃO: CAIO VICTOR DA SILVA SANTOS
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CAIO VICTOR DA SILVA SANTOS
DATA: 29/02/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Ambiente 57 Bloco B CCHLA UFPB
TÍTULO: O VIRTUAL ENQUANTO FUNDAMENTO HISTÓRICO PARA A INFORMATIZAÇÃO DA LINGUAGEM: À LUZ DO PENSAMENTO HEIDEGGERIANO
PALAVRAS-CHAVES: Palavras-chave: Virtualidade; Heidegger; Digitalização; Linguagem; Temporalidade
PÁGINAS: 48
RESUMO: Este estudo investiga o virtual como fundamento histórico para a digitalização da realidade, articulando-o à filosofia de Martin Heidegger. O tema central é a transformação do conceito de virtualidade, desde sua origem na ἀρετή (areté) grega compreendida como excelência ética e decisão existencial até sua apropriação técnica na modernidade, culminando na cibernética e na linguagem digital. O problema reside na dominação técnica sobre a virtualidade existencial, que reduz a linguagem a mera informação, esvaziando-a de sua multiplicidade de sentidos e comprometendo a experiência temporal autêntica do ser humano. Os objetivos específicos incluem: (1) analisar a relação entre a ἀρετή grega e a virtus romana, destacando sua estrutura ontológica de projeto; (2) examinar a passagem histórica da virtus para o virtual moderno, marcada pela técnica cibernética; (3) discutir a temporalidade na linguagem heideggeriana, contrastando-a com a linguagem informativa; e (4) explorar as implicações da digitalização, especialmente a criação de entes digitais e sua influência na cotidianidade. A pesquisa demonstra que a ἀρετή, em Heidegger, está ligada ao poder-ser abertura projetiva que integra o ser humano aos entes, revelando possibilidades existenciais. Contudo, a tradução romana da virtus e sua posterior instrumentalização técnica transformaram o virtual em ferramenta de controle, substituindo a experiência grega de decisão por cálculos probabilísticos. A linguagem, reduzida a dados binários, perde sua função poética de instaurar mundos, tornando-se interface funcional. A digitalização acelera o tempo, fragmentando-o em feedbacks imediatistas, e redefine o espaço como não-lugar, onde presença e ausência coexistem simbolicamente (como em NFTs e deepfakes). Autores como Capurro e Iser apontam resistências: a virtualidade mantém-se como espaço de ambiguidade na arte e na hermenêutica, enquanto a ética intercultural sugere diálogos críticos com a técnica. Conclui-se que a dominação técnica não é inevitável; a linguagem preserva núcleos irredutíveis de multiplicidade, exigindo reflexão ética para reafirmá-la como casa do ser. O estudo ressalta a urgência de repensar a relação entre humano e técnico, evitando a redução da existência a algoritmos e reabilitando a virtualidade como projeto histórico.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1673909 - GILFRANCO LUCENA DOS SANTOS
Interno - 1024473 - IRAQUITAN DE OLIVEIRA CAMINHA
Interno - 1354361 - ROBSON COSTA CORDEIRO