PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA (PPGM)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: AMANDA MELO MASSA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: AMANDA MELO MASSA
DATA: 30/06/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Sala 107 bloco A CCTA/UFPB
TÍTULO: Batendo às portas do novo século: a colaboração entre Jean-Louis Duport e Ludwig van Beethoven no desenvolvimento da escrita para violoncelo no século XIX
PALAVRAS-CHAVES: Duport; Beethoven; Escrita textural; Evolução do violoncelo; Colaboração compositor-intérprete.
PÁGINAS: 552
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Artes
SUBÁREA: Música
RESUMO: Este trabalho consiste na análise dos fundamentos e abordagens técnica do violoncelo definidos por Jean-Louis Duport (1749-1819), em seu Essai sur le doigté du violoncelle et sur la conduite de l'archet (1806), considerado o primeiro tratado moderno sobre a técnica do violoncelo. O legado deste tratado pode ser refletido em algumas das obras monumentais da literatura do instrumento, que se estende até o início do século XX. Desta forma, a presente pesquisa busca elementos que demonstrem a influência de Duport, não apenas na escrita das duas primeiras Sonatas para piano e violoncelo Op. 5 de Beethoven — obras que estreou ao lado do compositor quando se encontravam em Berlim, em 1796 — ao mesmo tempo em que evidencia as potencialidades do instrumento na composição das demais Sonatas, escritas em períodos composicionais distintos, de maneira que retratam claramente as três fases de Beethoven. A partir do conhecimento aprofundado do referido tratado, buscamos melhor compreensão sobre os princípios da performance do violoncelo neste período, além de como se dava a interpretação das articulações propostas por Beethoven. Para isso, nos utilizamos das primeiras edições das cinco Sonatas para piano e violoncelo (Opp. 5, 69 e 102), além de duas edições urtext: Henle Verlag (München, 1971) e Bärenreiter (Kassel, 2004). Da mesma forma, empregamos trabalhos de Walden (2004), pesquisa mais abrangente sobre os 100 anos de repertório técnico e musical do violoncelo, entre 1740 e 1840, além de Kennaway (2014, 2021); os trabalhos de Lockwood (1977, 1986, 1992, 1998, 2003, 2005), sobre a vida e obra de Beethoven; Lodes (2004), Moskovitz e Todd (2017), Crawford (1995), assim como Yun (2013), que abordam questões técnicas e interpretativas das cinco Sonatas. Da mesma forma, Campbell (1999, 2004) e Chen-Merret (2006), que contextualizam a vida e obra de Jean-Louis Duport. Nesse sentido, direcionamos nossa atenção para o caderno de manuscritos Kafka de Beethoven, que inclui esboços produzidos entre 1786 e 1799, abrangendo fragmentos das duas Sonatas para piano e violoncelo, Op. 5. Dois aspectos importantes a serem considerados, que indicam a proximidade e colaboração entre Beethoven e Duport: o fólio 57, que contém um breve comentário em seu verso, “Billet an Duport Morgen Frühe”, além do fólio 109, que contém uma página de dedilhados e possibilidades composicionais para o instrumento — não se tratando da caligrafia de Beethoven —, mas que muito provavelmente foi escrita por Jean-Louis Duport. Aparentemente esta despretensiosa folha de papel solta seria tão influente para a escrita idiomática, bem como para o desenvolvimento da literatura do violoncelo nos cem anos subsequentes ou mais. De forma mais específica, em seu fragmento 4, uma sequência simples de seis acordes, abre as portas para o desenvolvimento de uma articulação em particular, que denominamos de “escrita textural”, bem como, todos os seus desdobramentos. Começando com o simples encadeamento de acordes no fólio 109, escrito em 1796 e culminando com a estreia e a primeira edição publicada do monumental Concerto para violoncelo de Dvořák, em 1896. Mais do que isso, a associação de Duport e Beethoven documenta a primeira colaboração entre violoncelista e compositor, ao mesmo tempo em que aponta para o desenvolvimento da escrita para violoncelo, muito além do século XIX. Ademais, esta pesquisa fornece uma edição em português do Ensaio de Duport, em uma linguagem simples e objetiva, com a atualização da notação musical para os padrões modernos, que nos leva a conhecer de forma aprofundada este tratado — um compêndio relevante para o ensino e pedagogia do violoncelo, notadamente por seu anexo contendo 21 Estudos —, inclusive com relação às suas revisões, reduções e breves ampliações de texto que aparecem nas edições subsequentes e suas respectivas traduções.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - FABIO SOREN PRESGRAVE
Presidente - 337301 - FELIPE JOSE AVELLAR DE AQUINO
Interno - 6335935 - HERMES CUZZUOL ALVARENGA
Externo à Instituição - HUGO VARGAS PILGER
Interno - 337027 - JOSE HENRIQUE MARTINS
Externo à Instituição - PEDRO HENRIQUE CARVALHO BIELSCHOWSKY