PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES (PPGCR)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: MARIA ISABEL PIA DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA ISABEL PIA DOS SANTOS
DATA: 28/06/2024
HORA: 13:30
LOCAL: 316 CE
TÍTULO: "DESOBEDIÊNCIA À ORDEM DO PRESIDENTE": CONFLITOS INTERNOS, MOVIMENTO FEDERATIVO E DISPUTAS POLÍTICAS NA UMBANDA ATRAVÉS DOS JORNAIS PARAIBANOS
PALAVRAS-CHAVES: Religiões afro-brasileiras. Conflitos. Federações. Jornais. Paraíba.
PÁGINAS: 500
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Teologia
RESUMO: Sob a área de Ciências da Religião e Teologia, especificamente, da subárea Ciências Empíricas da Religião, nasce esta tese de doutorado sobre os conflitos intragrupais na umbanda paraibana através da imprensa, no período de 1967 a década de 1970, no contexto de liberdade de culto regulada pela lei estadual 3.443/1966, na qual surgiu a categoria ilegal. Neste estudo, o conflito é entendido a partir da contribuição de Georg Simmel e trata-se de uma forma de sociação, com função positiva, que produz e/ou modifica grupos sociais, institucionais ou não, gera categorias, constitui sujeitos num contexto social e tende a solucionar dualismos divergentes. O que nos permitiu observar os discursos produzidos na imprensa, constituídos por acusações, e o acionamento ou produção de categorias. Temos como objetivo geral: analisar os conflitos a partir dos discursos na imprensa, que marcaram o processo de criminalização paralelo a de institucionação da Federação dos Cultos Africanos do Estado da Paraíba – FECAP através de seu presidente o Babalorixá e umbandista Carlos Leal Rodrigues, com auxílio do Estado e, de certa forma, da imprensa, primeiro, principalmente, ante os terreiros ilegais e depois frente as federações dissidentes. Os discursos da FECAP era os discursos do Babalorixá Carlos Leal, enquanto presidente da instituição, logo, configurava-se como discurso institucional do qual eclodia pontos de rupturas e tensões entre a umbanda oficializada (FECAP) contra os ilegais (terreiros dissidentes, autônomos e federações dissidentes), visto pela imprensa como mais um problema da umbanda. Como objetivos específicos: primeiro, mapear as matérias jornalísticas da imprensa paraibana e de leis referentes as religiões afro-paraibanas entre as décadas de 1950 e 1980 para a produção de catálogo; segundo, dissertar sobre o Babalorixá Carlos Leal Rodrigues, bem como mapear seus discursos e ações através da imprensa; terceiro, mapear os discursos da FECAP e dos “terreiros ilegais”; e quarto, mapear os discursos entre a FECAP e as federações dissidentes no contexto de conflitos. A questão que se coloca é: quais são os discursos destes interlocutores que emergiram na imprensa paraibana no contexto de conflitos internos. Utiliza-se como fontes os jornais: A União, O Norte, Correio da Paraíba, como as principais fontes. Além destas fontes foram utilizadas também exemplares dos jornais O Momento e Jornal da Paraíba e o jornal umbandista carioca Jornal de Umbanda. Para apreciação destas fontes, aplicou-se a técnica qualitativa de análise de discurso foucaultiana para analisar os conflitos através da produção dos discursivos destes interlocutores na imprensa. Ao final, demostramos que o discurso de criminalização, marcadamente, presente nas relações externas, apareceu no contexto de conflitos internos, fazendo parte do discurso da FECAP em relação aos terreiros e as federações, materializado não só em acusações, mas em ações efetivas contra estes grupos enquadrados na categoria ilegal, com auxílio do Estado, no contexto de institucionalização. Por outro lado, houve reações e ações contrárias a FECAP, especialmente, das federações dissidentes, como a Federação Cruzada Espírita Umbandística e Afro-Brasileira da Paraíba, que levou a modificação do artigo 2 da lei 3.443/1996.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1774137 - DILAINE SOARES SAMPAIO
Interno - 1814691 - MARIA LUCIA ABAURRE GNERRE
Externo à Instituição - GUSTAVO CESAR OJEDA BAEZ
Externo à Instituição - NILZA MENEZES LINO LAGOS
Externo à Instituição - REGINA COELI ARAÚJO TRINDADE NEGREIROS