CCHLA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS, CIDADANIA E POLITICAS PÚBLICAS (PPGDH.)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de DEFESA: TAIS EDUARDA MARCIEL DOS SANTOS FERREIRA
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TAIS EDUARDA MARCIEL DOS SANTOS FERREIRA
DATA: 16/07/2025
HORA: 14:00
LOCAL: SALA MULTIMÍDIA C - CCHLA
TÍTULO: HISTÓRIAS DE VIOLÊNCIAS DOMÉSTICAS EM TABIRA-PE: Corte e costura como forma de expressão nos espaços intramuros e extramuros da AMURT
PALAVRAS-CHAVES: Violência doméstica, AMURT, Tabira-PE, Educação em Direitos Humanos.
PÁGINAS: 180
GRANDE ÁREA: Multidisciplinar
ÁREA: Multidisciplinar
RESUMO: Este trabalho discorre sobre as múltiplas formas de violências domésticas contra a mulher no município de Tabira-PE. O objetivo é compreender o fenômeno social a partir da experiência vivida, das narrativas e das memórias evocadas pelo contato direto com a realidade, por meio da inserção da pesquisa na Associação do Movimento de Mulheres Urbanas e Rurais de Tabira-PE (AMURT). Nessa propositura, trilhei e categorizei um percurso para a elaboração da pesquisa: a ColchaNograma, uma ferramenta metodológica que marca o momento em que a teoria é elencada a partir dos dados de campo, nas texturas tecidas no contato direto com as sujeitas da pesquisa, por meio da observação participante e da costura de retalhos, no emergir dos dados empíricos. Neste instrumento, há uma bricolagem entre a arte e a experiência vivida, um caminho construído com os signos de pertença ao território investigado (AMURT), uma costura alinhavada em retalhos imiscuídos nas vivências, evocando a produção de sentidos de vida que emergem das narrativas colhidas das linhas de fuga. A travessia teórico-metodológica é ancorada em autores e autoras como Girard (2008), Robles (2019), Priore (1999), Stone (2022), Perrot (2019), Foucault (1987), Butler (2019), Carneiro (2011) e Schwarcz (2023). Esses aportes tensionam a costura de forma processual e sensível, compondo uma bricolagem entre teoria e campo. Busco compreender o fenômeno investigado com base em uma abordagem microssocial, que também dialoga com dados gerais sobre a violência doméstica. O trabalho intenta observar os atravessamentos institucionais, sociais e culturais que se articulam nas vivências de violações e violências, evidenciando também as estratégias de resistência dessas mulheres. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa e descritiva, com inspiração etnográfica, corroborada pelas análises bibliográficas e pelo diálogo de saberes. Trata-se de um estudo interdisciplinar entre os Direitos Humanos e áreas como História, Antropologia, Sociologia, Literatura e Filosofia. Nesse processo, utilizei diferentes técnicas, tais como entrevistas, conversas informais, diário de campo, contato direto, rodas de conversa, atividades interativas, dinâmicas e produções em retalhos, conectando memórias e técnicas corporais. A análise social aponta para a existência de altos índices de violência no município, além da fragilidade dos suportes institucionais de médio e longo prazo ofertados na cidade. Constata-se, ainda, a ausência de garantias efetivas de direitos humanos no cotidiano dessas mulheres, que muitas vezes enfrentam a violência sem respaldo das redes de proteção. Emerge, para além da dor imbricada à violência, a resistência, a luta e a potência de criar caminhos possíveis de ressignificação das trajetórias de vida. Nesse cenário, a pesquisa evidencia a educação como linha de fuga na desconstrução da violência. A educação em e para os direitos humanos se revela como caminho possível para uma formação crítica, consciente e comprometida com a vida. Em um contexto ainda fortemente marcado pelas estruturas do patriarcado, do machismo e da violência de gênero, torna-se imprescindível pensar e implementar ações educativas articuladas às redes locais de apoio e às políticas públicas, a fim de romper com os ciclos de violência e promover a construção de uma cultura pautada na paz, no respeito e na valorização da vida das mulheres.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3157359 - AUREA AUGUSTA RODRIGUES DA MATA
Interno - 1779954 - LUZIANA RAMALHO RIBEIRO
Interno - 1645118 - RENATA MONTEIRO GARCIA
Externo à Instituição - Maria Angélica Souza Ribeiro