CCHLA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS, CIDADANIA E POLITICAS PÚBLICAS (PPGDH.)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
- Telefone/Ramal
-
Não informado
Notícias
Banca de DEFESA: CAMILLA RAMALHO RAMOS
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CAMILLA RAMALHO RAMOS
DATA: 25/07/2025
HORA: 10:00
LOCAL: https://meet.google.com/fcd-pbpb-gpp
TÍTULO: NINGUÉM NASCEU PARA SEMENTE: VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS EM NARRATIVAS DE ADOLESCENTES E JOVENS PRIVADOS DE LIBERDADE NA PARAÍBA
PALAVRAS-CHAVES: criminalização da juventude; socioeducação; violações de direitos humanos; privação de liberdade; adolescentes; jovens.
PÁGINAS: 157
GRANDE ÁREA: Multidisciplinar
ÁREA: Ciências Sociais
RESUMO: A presente dissertação busca compreender, a partir das narrativas de adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas de privação de liberdade na cidade de João Pessoa PB, como se expressam as múltiplas formas de violações de direitos humanos em suas trajetórias de vida. Portanto, essa pesquisa tem como objetivo geral analisar as violações de direitos humanos nas trajetórias de adolescentes e jovens privados de liberdade a partir de suas narrativas. E como específicos: identificar as principais vivências de violências sofridas pelos sujeitos pesquisados antes da privação de liberdade; Investigar a relação entre as violação de direitos e o cometimento de atos infracionais; Conhecer os métodos de resistência frente às violações de direitos sofridas antes e depois da privação de liberdade. A pesquisa é de natureza qualitativa e se ancora na Análise de Conteúdo Temático, conforme proposto por Minayo, utilizando entrevistas semiestruturadas como ferramenta de escuta ativa dessas vozes muitas vezes silenciadas pelas estruturas institucionais e pelo olhar seletivo do Estado. A escolha pela escuta dessas juventudes não se dá de forma neutra: parte de um compromisso ético-político com a denúncia das violações estruturais e cotidianas que antecedem, atravessam e sucedem o encarceramento desses sujeitos, em sua maioria, negros, pobres, periféricos e do Nordeste. A partir de um olhar crítico e situado no materialismo histórico-dialético e na criminologia crítica, a pesquisa discute como a lógica de um histórico colonialista e capitalista no Brasil se materializa nos corpos e subjetividades desses sujeitos, perpetuando um ciclo histórico de criminalização da pobreza e racialização da violência. Os resultados encontrados respondem aos objetivos: Todos os entrevistados passaram por diversas violações de direitos, materializados em violências dos mais diversos tipos, como físicas, simbólicas e institucionais; as narrativas demonstram que existe um entrelaçamento entre essas violações e a atribuição de atos infracionais, quando o Estado não se mostra tutelador, apenas se fazendo presente com a mão da punição; que as medidas socioeducativas são extensões das violências sofridas antes da privação de liberdade, e as acentuam ainda mais, agora reconfigurada pelas instituições; e por fim, que por mais que as violências fossem cotidianas, esses adolescentes e jovens inventaram e reinventaram formas de resistir, junto com a coletividade e a afetividade.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1779954 - LUZIANA RAMALHO RIBEIRO
Interno - 1700164 - NELSON GOMES DE SANT ANA E SILVA JUNIOR
Externo ao Programa - 1024895 - MARIA DE FATIMA PEREIRA ALBERTO
Externo à Instituição - ILANA LEMOS DE PAIVA