PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS, CIDADANIA E POLITICAS PÚBLICAS (PPGDH)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: GLABELLE MARIA FREIRE PAULINO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GLABELLE MARIA FREIRE PAULINO
DATA: 24/07/2024
HORA: 08:00
LOCAL: https://meet.google.com/yhu-miki-yhj
TÍTULO: A VIDA PRECÁRIA A PARTIR DA PRECARIEDADE MENSTRUAL: UMA ANÁLISE ACERCA DA IDENTIDADE SOCIAL DE PESSOAS NEGRAS QUE MENSTRUAM NA MICRORREGIÃO DE GUARABIRA/PB
PALAVRAS-CHAVES: Direitos Humanos. Identidade. Pobreza menstrual. Vida precária.
PÁGINAS: 151
GRANDE ÁREA: Multidisciplinar
ÁREA: Interdisciplinar
SUBÁREA: Sociais e Humanidades
RESUMO: Algumas vidas são vistas e tratadas como mais importantes. Isso fica evidenciado ao trazer questões de raça, classe, gênero e sexualidade, inclusive quando estas se encontram interligadas - como no corpo negro que menstrua em situação de vulnerabilidade econômica. Considerando que discursos de poder legitimam a desigualdade e a violência contra sujeitos que não se enquadram em determinadas categorias (ser homem/branco/cis/hetero/rico) se destacam negativamente, não sendo caracterizados como importantes - mas como “seres desviantes”. Tendo em vista a hierarquia existente na forma de tratar alguns corpos, o objetivo principal do presente trabalho é analisar os cenários de precariedades no que tange ao autocuidado, como a pobreza menstrual, no intuito de observar em que medida tais precariedades se associam ao poder que regula vidas sob uma lógica racista e sexista. É nesse mister que se acaba também por discutir e problematizar a identidade social deste corpo que já nasce sob rótulos estigmatizantes. Para tratar do imaginário social, há a referência do filósofo e historiador Bronislaw Baczko, para quem tal conceito seria um conjunto de representações coletivas que servem aos interesses daqueles que se encontram no poder. Sobre representações sociais, além da performance tratada por Judith Butler enquanto norma, também se faz relevante a referência ao sociólogo e antropólogo Erving Goffman, cuja fala é sobre como alguns comportamentos são adotados para fugir do estigma. Para compreender os impactos que esse imaginário gera na identidade do negro, um dos autores trabalhados, além de Frantz Fanon, é a psiquiatra e psicanalista Neusa Santos e a também psicanalista Virginia Leone Bicudo, autoras que dissertam acerca da busca pelo ideal da branquitude. Além de citar as imagens sociais criadas pelos brancos sobre mulheres negras, algo tão primorosamente trabalhado por Patricia Hill Collins e bell hooks, outra referência chave é a psicóloga Cida Bento - quem fala sobre o poder da branquitude que permanece diante de um pacto diariamente firmado de forma inconsciente. No campo do estudo da identidade, sobretudo da identidade social, quatro autores foram trazidos para trazer essa compreensão: Stuart Hall, Zygmunt Bauman, Antonio Ciampa e Claude Dubar. E na tentativa de trazer uma compreensão do que é o poder, como ele transita e sob quais fins, além de Michel Foucault, também Achille Mbembe e Sueli Carneiro - uma referência na fala sobre o racismo enquanto dispositivo do poder. Para além da pesquisa bibliográfica, a aplicação de entrevistas semiestruturadas também se valeu como técnica metodológica importante para se expor essencialidades retidas nos corpos entrevistados, permitindo uma análise sobre uma biopolítica racista que interfere na identidade dos sujeitos. Sob tais perspectivas, a pesquisa se apresenta como qualitativa, básica e exploratória, trazendo a história oral e a ADC como métodos para feitura da análise dos dados. Os resultados aos quais se pretendem chegar é uma reflexão sobre vidas limitadas por ser/estar em um lugar de exclusão numa sociedade regulada.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1982955 - JAILSON JOSE GOMES DA ROCHA
Interno - 1762569 - AMANDA CHRISTINNE NASCIMENTO MARQUES
Externo à Instituição - FÁBIO ALVES GOMES DE OLIVEIRA