PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS, CIDADANIA E POLITICAS PÚBLICAS (PPGDH)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
Não informado

Notícias


Banca de DEFESA: VANESSA OLIVEIRA MONTEIRO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: VANESSA OLIVEIRA MONTEIRO
DATA: 25/07/2024
HORA: 08:30
LOCAL: https://meet.google.com/koo-jfmr-tbh
TÍTULO: “A COR MAIS CORTANTE”: Diálogos sobre a Questão Racial no Centro de Atenção Psicossocial, João Pessoa, Paraíba
PALAVRAS-CHAVES: saúde mental, racismo, saúde pública.
PÁGINAS: 220
GRANDE ÁREA: Multidisciplinar
ÁREA: Interdisciplinar
SUBÁREA: Sociais e Humanidades
RESUMO: Discutir sobre as questões referentes a população negra na diáspora brasileira, sempre foi um processo que demanda aprofundamento histórico, social e psicológico, e quando direcionamos esse olhar sobre a dita loucura e seus dispositivos de “cuidado”, esse aprofundar é intensificado. Há mais de 300 anos um processo de escravização já estava/está em curso, mesmo após a abolição os corpos das pessoas negras ainda são destinados a superlotação de ambientes hostis. Se tratando da saúde e da saúde pública, os dados do Ministério da Saúde (MS) inferem que a população negra é a que mais compõe o Sistema Único de Saúde (SUS), ao mesmo tempo a que é mais negligenciada. A loucura, a dita loucura, abraçada com o movimento eugenista no Brasil, encontrou uma “justificativa” racista de amontoar nos manicômios as pessoas negras, compondo, como Lima Barreto dizia, “um pátio onde o negro era a cor mais cortante”. Na década de 70, esse palco de terror foi reivindicado e surgiu a Reforma Psiquiátrica (RP), uma luta que buscou a dignidade e o direito humano das pessoas em sofrimento mental, logo, no momento compreendido após a RP, nos deparamos com os serviços substitutivos ao modelo hospitalocêntrico e manicomial do cuidado. O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um dos serviços substitutivos que recebe as pessoas que foram desinstitucionalizadas, e as que agora se encontram em sofrimento psíquico. Dito isto, a grande questão desse estudo é discutir como os atravessamentos raciais se apresentam dentro do CAPS III de João Pessoa, Paraíba. Como a equipe compreende as demandas advindas do racismo, como as questões raciais se apresentam de forma dita e não-dita, como as pessoas “usuárias(os)” percebem e compreendem a discussão racial dentro do CAPS. Para tanto, trata-se de uma pesquisa de campo, que teve como bases reflexivas autores como Frantz Fanon, Abdias Nascimento, Neusa Santos, Lélia González, Clóvis Moura, pesquisadoras(es) do AMMA PSIQUE E NEGRITUDE e bancos de dados como BVS, Scielo, Lilacs. Como participantes, enquanto equipe: tiveram 8 profissionais, 5 mulheres e 3 homens, faixa etária entre 25 e 63 anos; na autoafirmação quanto cor/raça 4 pessoas se identificaram como branca, 3 pardas e 1 negro; considerando há quanto tempo esses profissionais estão no serviço, existe uma variação de no mínimo 9 meses, e no máximo 19 anos. Enquanto pessoas acompanhadas no serviço: 6 mulheres, faixa etária entre 23 e 55 anos, 5 delas estão desempregadas, 1 tem trabalho autônomo como vendedora de produtos de beleza; se tratando da autoafirmação quanto cor/raça 1 delas se identifica como branca, 1 parda, 2 morena, e 2 negra; considerando o tempo em que estas estão sendo acompanhadas pelo serviço, existe uma variação entre 03 meses e 12 anos, sendo a maioria acompanhada há mais de 5 anos; considerando a moradia, 05 participantes tem uma casa, 1 delas vive em situação de rua. Por fim, infere-se um processo de silenciamento, de negligência, de omissão e descompromisso do serviço para com a saúde mental da população negra. As iniquidades encontradas, são iniquidades persistentes há mais de décadas, e que performam os dispositivos de cuidado na cidade do colonizado.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1982955 - JAILSON JOSE GOMES DA ROCHA
Interno - 1762569 - AMANDA CHRISTINNE NASCIMENTO MARQUES
Externo à Instituição - LASSANA DANFÁ