Este estudo mensura a influencia que a educação dos pais exerce sobre o esforço e sobre o nível de rendimento auferido pelos indivíduos. O esforço será aproximado através do nível de escolaridade, dividindo os indivíduos em dois grupos, i.e, sem nível superior (“Baixo”) representando indivíduos que desempenham um menor esforço e com nível superior (“Alto”) indicando um esforço mais elevado. A estratégia empírica de estimação foi baseada em três passos: i) a estimação do efeito de tratamento médio convencional por diferentes métodos, seguindo Heckman e Honoré (1990) e Heckman e Vytlacil (1999); ii) os bounds de variação de Shaikh e Vitlacyl (2004) para o impacto do tratamento e iii) um teste de robustez para as estimativas que inclui a variável instrumental taxa de desemprego como forma de endogeneizar os anos de estudo dos indivíduos. Os resultados, tendo como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do ano de 1996, indicam um efeito significativo da educação do pai e da mãe, sobretudo nos indivíduos menos escolarizados. Isso pode ser explicado, entre outros fatores, pelo menor nível de renda e consequentemente um maior grau de dependência desses indivíduos do seu background familiar, seguindo os pressupostos da desigualdade de oportunidades. Por fim, a não utilização da variável instrumental tende a superestimar os coeficientes do efeito de tratamento, sobretudo a educação do pai em detrimento da educação da mãe.