Banca de QUALIFICAÇÃO: ROSA HELENA WANDERLEY LACERDA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ROSA HELENA WANDERLEY LACERDA
DATA: 25/07/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Link da transmissão: a definir
TÍTULO: Preditores do crescimento maxillo-facial em indivíduos nascidos com fissura labial e ou palatina
PALAVRAS-CHAVES: fissura palatina, fenda labial, desenvolvimento maxilo facial, anomalias dentárias, polimorfismo de nucleotídeo único, MMP2, TGFA, GLI2, FGFR2.
PÁGINAS: 102
RESUMO: Introdução: Fissuras labiopalatinas são anomalias congênitas mais comuns na face do ser humano. Apresentam etiologia multifatorial e poligênica, com diversos genes envolvidos com pequenos efeitos que podem ser influenciados pelo ambiente. O tratamento das fissuras labiopalatinas envolve um longo período de tempo, com necessidade de equipe multidisciplinar e se inicia nos primeiros meses de vida, com os procedimentos cirúrgicos primários. É claro na literatura científica, o impacto dos procedimentos cirúrgicos no crescimento maxilo-facial, no entanto, o impacto dos fatores intrínsecos nas respostas de crescimento não estão elucidados. Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi analisar fatores intrínsecos como preditores do resultado do crescimento maxilo-facial em pacientes com fissura labial com ou sem fissura palatina. Metodologia: Foi realizado um estudo de coorte com 360 indivíduos nascidos com fissuras labial com e sem palatina, operados pelo mesmo cirurgião, acompanhados desde o nascimento. Como variável desfecho, o crescimento maxilo-facial foi avaliado por meio de radiografia cefalométrica de perfil através das medidas wits e Nasio perpendicular ao ponto A e nos modelos de gesso, por meio da análise dos índices oclusais. Como variáveis preditoras, foram avaliados a frequência das anomalias dentárias (avaliação clínica, fotográfica e radiográfica), o tamanho inicial da fissura labial e palatina (em fotografias e modelos de gesso pré cirúrgicos), a idade de submissão das cirurgias primárias e o polimorfismo nos genes MMP2 rs9923304, GLI2 rs3738880, rs2279741, TGFA rs2166975 e FGFR2 rs11200014 e rs10736303, todas as variáveis foram avaliadas na amostra total e por tipo de fissura. Análise estatística: Foi realizada análise estatística descritiva e inferencial, considerando p<0.05 e intervalo de confiança de 95%. As variáveis preditoras foram avaliadas em associação ou correlação com as variáveis desfecho por meio de análises estatísticas qui-quadrado, exato de Fischer, análise multivariada com idade como covariável e análises de regressão linear e logística. Resultados: Foi observada correlação entre a frequência de anomalias dentárias e os resultados de crescimento maxilo-facial na amostra total (p<0.001) e nas fissuras labiopalatinas unilaterais e bilaterais (p<0.001). Houve associação entre o polimorfismo no MMP2 rs9923304 e o crescimento maxilofacial. Individuos com a variante rara T apresentou 4.5 (odds-ratio) de chance aumentada de apresentar maior tendência de retrognatismo maxilar e necessidade de cirurgia ortognática, observou-se também associação do polimorfismo no GLI2 rs3738880 e os resultados de crescimento maxilar em indivíduos com fissura labiopalatina unilateral, com o risco aumentado de 1.43 (odds-ratio) vezes para piores prognósticos de crescimento quando o alelo G raro G está presente. Foi observada também interação entre o MMP2 rs9923304 3 o GLI2 rs3738880, quando ambos os SNPs apresentam dois alelos raros comparados com dois alelos comuns a chance de retropocisionamento maxilar aumenta em 78 vezes. TGFA rs2166975 apresentou associação com o retroposicionamento maxilar em fissuras labiopalatinas unilaterais e o FGFR2 rs11200014 com a amostra total, sem associação com nenhum tipo específico de fissura. As variáveis severidade do defeito e data de submissão das cirurgias não apresentaram correlação ou associação com as variáveis relacionadas ao crescimento maxilo-facial. Conclusão: A variação genética nos genes MMP2 rs9923304, GLI2 rs3738880, TGFA rs2166975 e FGFR2 rs2166975, bem como a presença de anomalias dentárias podem ser utilizadas como variáveis que predizem uma tendência de crescimento maxilo-facial com prognósticos melhores ou piores, sendo a presença de anomalias dentárias um sinal clínico de resultados mais complexos.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - DANIELA YUKIE SAKAI TANIKAWA
Presidente - 1524402 - RICARDO DIAS DE CASTRO
Externo à Instituição - TERUMI OKADA OZAWA