PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA (PPGO)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de DEFESA: ROSA HELENA WANDERLEY LACERDA
Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ROSA HELENA WANDERLEY LACERDA
DATA: 05/09/2022
HORA: 14:30
LOCAL: Auditório do CCS
TÍTULO: Anomalias dentárias e polimorfismos genéticos como preditores do
crescimento maxilo facial em indivíduos nascidos com fissuras labiopalatinas
PALAVRAS-CHAVES: Fissura palatina; Fenda labial; anomalias dentárias;
desenvolvimento maxilofacial; polimorfismo de nucleotídeo único, MMP2, TGFA,
GLI2, FGFR2.
PÁGINAS: 120
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Odontologia
RESUMO: Introdução: Fissuras labiopalatinas são as anomalias congênitas mais
comuns na face do ser humano. Apresentam etiologia multifatorial, poligênica, e
que pode esta associada à fatores ambientais. O tratamento das fissuras
labiopalatinas tem início nos primeiros meses de vida e se extende por vários
anos. Está claro na literatura científica o impacto dos procedimentos cirúrgicos no
crescimento maxilo facial. No entanto, a interferência de fatores intrínsecos nas
respostas de crescimento não está elucidada. Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi analisar fatores intrínsecos como preditores do resultado do
crescimento maxilo facial em pacientes com fissura labial com ou sem fissura
palatina. Metodologia: Foi realizado um estudo de coorte em 537 indivíduos
nascidos com fissuras labialcom e sem palatina, operados pelo mesmo cirurgião,
acompanhados desde o nascimento. Como variável desfecho, o crescimento
maxilo facial foi avaliado pormeio de radiografia cefalométrica de perfil, por meio
das medidas Wits e Násio perpendicular ao ponto A e, nos modelos de gesso, por
meio dos índices oclusais. Como variáveis preditoras, foram avaliadas a
frequência de anomalias dentárias(avaliação clínica, fotográfica e radiográfica), o
tamanho inicial da fissura labial epalatina (em fotografias e modelos de gesso pré
cirúrgicos), a idade de realização das cirurgias primárias (queiloplastia e
palatoplastia) e os polimorfismos MMP2 rs9923304, GLI2 rs3738880, rs2279741,
TGFA rs2166975 e FGFR2 rs11200014 e rs10736303. Todas as variáveis foram
analisadas na amostra total e por tipo de fissura. Análise estatística: Foi
realizada análise estatística considerando-se um de p<0,05 e intervalo de
confiança de 95%. Os resultados de crescimento maxilo facial, com intervalo
mínimo de 4 anos, foram avaliados por meio do test t de Student para amostras
pareadas. As variáveis preditoras foram avaliadas em associação ou correlação
com as variáveis desfecho por meio dos testes qui- quadrado, exato de Fisher,
análise multivariada com idade como covariável, e análises de regressão linear e
logística. A possível interação entre os SNPs avaliados foi estudada utilizando o
teste do qui-quadrado. Resultados: Foiobservada associação entre a frequência
de anomalias dentárias e os resultados de crescimento maxilo facial na amostra
total (p<0,0001), nos casos nascidos com fissuras labiopalatinas unilaterais
(p<0,0001), e nos casos nascidos com fissuras bilaterais (p<0,0001). Nas
fissuras labiais unilaterais, os resultados de crescimento maxilo facial foram
associados à agenesia dentária (p=0,03); nas fissuras labiopalatinas unilaterais,
à agenesia dentária (p=0,03), microdontia (p=0,03), anomalias de estrutura do
esmalte (p<0,0001), e anomalias de forma (p<0,0001) e, nas fissuras
labiopalatinas bilaterais, os resultados de crescimento apresentaram associação com as anomalias de esmalte dentário (p=0,02), anomalias de erupção (p=0,04),
e anomalias de forma (p=0,01). Houve associação entre o polimorfismo no
MMP2 rs9923304 e o crescimento maxilo facial (p<0,0001). Indivíduos com a
variante rara T apresentaram 4.5 vezes de chance aumentada para
retrognatismo maxilar e necessidade de cirurgia ortognática. Observou-se
também associação do polimorfismo no GLI2 rs3738880 e os resultados de
crescimento maxilar em indivíduos nascidos com fissura labiopalatina unilateral
(p=0,02), com o risco aumentado de 1,43 vezes para piores prognósticos de
crescimento quando o alelo raro G está presente. Foi observada interação entre
o MMP2 rs9923304 e o GLI2 rs3738880, quando indivíduos são homozigotos
raros para ambos os SNPs. Comparados com indivíduos sem nenhuma cópia do
alelo raro, a chance de hipoplasia maxilar aumenta em 78 vezes (p<0,0001).
TGFa rs2166975 apresentou associação com o posicionamento maxilar em
indivíduos nascidos com fissuras labiopalatinas unilaterais (p=0,004). Já o
FGFR2 rs11200014 apresentou associação com o posicionamento maxilar na
amostra total (p=0,005), sem preferência por nenhumtipo específico de fissura. As
variáveis relacionadas à gravidade da fissura e data de submissão das cirurgias
não apresentaram associação com as variáveis relacionadas ao crescimento
maxilo facial. Conclusões: MMP2 rs9923304, GLI2 rs3738880, TGFA rs2166975
e FGFR2 rs2166975, bem como a presença de anomalias dentárias, podem ser
utilizadas como variáveis que predizem a tendência de crescimento maxilo facial.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3070081 - ALEXANDRE REZENDE VIEIRA
Externo à Instituição - NIVALDO ALONSO
Interno - 1524402 - RICARDO DIAS DE CASTRO
Externo à Instituição - RUI MANOEL PEREIRA
Externo à Instituição - TERUMI OKADA OZAWA