PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA (PROLING)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: PEDRO FELIPE DE LIMA HENRIQUE

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PEDRO FELIPE DE LIMA HENRIQUE
DATA: 10/03/2023
HORA: 08:30
LOCAL: Via Plataforma Google Meet - meet.google.com/gfb-zjbr-nft
TÍTULO: PERCEPCOES SOCIOLINGUISTICAS INTERDIALETAIS: O /S/ EM CODASILABICA NO PORTUGUES BRASILEIRO
PALAVRAS-CHAVES: Percepções sociolinguísticas. /S/ em coda silábica. Variação interdialetal
PÁGINAS: 248
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
RESUMO: O objetivo principal desta tese foi o de investigar de que maneira ouvintes de comunidades de fala distintas com relação ao uso das variantes mais recorrentes do /S/ pós-vocálico percebem, processam e avaliam as variantes alveolares e palatoalveolares na fala de outras pessoas. Para isso, 240 ouvintes brasileiros, entre 18 e 30 anos, de seis capitais brasileiras (Porto Alegre,São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, João Pessoa e Natal) foram submetidos a duas tarefas de percepção.Na primeira, 32 de estímulos gravados por falantes treinados foram apresentados a dois grupos distintos de cada comunidade de fala para que fossem julgados pelos ouvintes a partir de alguns atributos positivos e negativos, 16 dos quais apresentavam pronúncias alveolares ou palatoalveolares do /S/ pós-vocálico produzidas por um(a) mesmo(a) informante. Após esse julgamento, eles precisavam indicar de que cidade esse falante seria. A segunda tarefa consistia numa combinação entre um teste de discriminação e identificação. Os mesmos juízes, após completarem a primeira tarefa, deveriam julgar o quão diferentes soavam duas pronúncias do /S/ em 16 pares de estímulos gravados por um outro informante, 8 dos quais eram compostos por uma pronúncia palatoalveolar e outra alveolar. Após indicarem o grau de distinção percebido numa escala em cujas extremidades estavam os indicadores "totalmente igual" e "totalmente diferente", os ouvintes deveriam escolher qual das duas pronúncias percebiam como proeminente em sua comunidade e qual delas era mais usada por eles mesmos. Entre os principais resultados com relação ao experimento de discriminação, constatou-se que algumas restrições linguísticas como o vozeamento da fricativa e a posição da coda na sílaba parecem exercer influência sobre a percepção do contraste entre os pares, independente da comunidade de fala do ouvinte.Sobre os testes de categorização, verificou-se que os participantes têm consciência da forma como sua comunidade se comporta com relação ao /S/ pós-vocálico, na medida em que os padrões de distribuição das variantes palatoalveolares e alveolares encontrados em dados de produção correspondem aos padrões de categorização aferidos entre os ouvintes considerando seu dialeto de origem. Além disso, verificou-se queelesapresentam identidade dialetal frente à variável, já que os padrões de categorização aferidos considerando seu dialeto de origem correspondem aos escolhidosparaa própria forma de falar.Com relação aos resultados dos testes de percepções sociolinguísticas, foi detectada diferença na avaliação do rótulo "sotaque" entre os ouvintes de todas as comunidades de fala, para os quais os falantes eram percebidos com mais sotaque quando ouvidos pronunciando fricativas palatoalveolares. Entre os ouvintes de Porto Alegre e Natal, a avaliação foi mais severa entre mulheres do que entre homens, e entre os pessoenses, foi maior em contextos em que a fricativa era precedida pela consoante [k]. Os falantes, quando pronunciaram as fricativas como palatoalveolares, foram julgados pelos ouvintes de Porto Alegre como menos confiáveis e menos inteligentes, pelos ouvintes de Recife como menos convencidos e pelos ouvintes de Natal e de João Pessoa como mais engraçados. No que diz respeito à escolha das cidades para representar a origem do falante, verificou-se que Recife foi mais escolhida para representar a origem daqueles com pronúncias palatoalveolares, principalmente por ouvintes do Nordeste, enquanto o Rio de Janeiro foi mais escolhido nessas mesmas condições entre os ouvintes do Sul e Sudeste. São Paulo e Porto Alegre foram mais escolhidos quando os falantes pronunciavam as fricativas como alveolares, principalmente entre os ouvintes dessas comunidades de fala. Os resultados aqui reportados ampliam o conhecimento sobre as fricativas em coda no PB, trazem luz sobre reconhecimento interdialetal entre falantes do PB e a formação de índices relacionados à sua origem, bem como apontam para possíveis significados sociais vinculados a variantes dessa variável e sua saliência distribucional e sociocognitiva.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ALMIR ANACLETO DE ARAÚJO GOMES
Interno - 1657457 - ANDREA SILVA PONTE
Interno - 1924415 - CAROLINA GOMES DA SILVA
Externo ao Programa - 1778079 - JULIENE LOPES RIBEIRO PEDROSA
Externo à Instituição - LIVIA OUSHIRO
Presidente - 1653821 - RUBENS MARQUES DE LUCENA