PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA (PROLING)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: LUCIELMA DE OLIVEIRA BATISTA MAGALHAES DE MOURA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUCIELMA DE OLIVEIRA BATISTA MAGALHAES DE MOURA
DATA: 05/03/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório de Multimídia C do CCHLA
TÍTULO: O tratamento dos conhecimentos linguístico-gramaticais em concursos públicos (2010-2019)
PALAVRAS-CHAVES: Concurso público. Ensino de Língua Portuguesa. Ensino de Gramática. Gramática Tradicional. Tradição Sociodiscursiva.
PÁGINAS: 4087
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
RESUMO: Esta tese investiga os conhecimentos linguístico-gramaticais em provas de concursos públicos realizados em âmbito nacional, no interstício de um decênio. Do ponto de vista teórico-metodológico, a pesquisa está situada primordialmente na Linguística Aplicada, em sua perspectiva transdisciplinar e social aplicada (Cavalcanti, 1986; Moita Lopes, 1996, 2006, 2013; Celani, 1998), e, secundariamente, nos campos da Política Linguística (Cooper, 1989; Schiffman, 2006; Spolsky, 2009; Shohamy, 2006, 2009) e da Historiografia da Linguística (Koerner, 1996; Swiggers, 1990, 2013). Partimos da percepção de um cenário contraditório para o tratamento dos conhecimentos linguístico-gramaticais nas provas de concursos públicos vs. contexto de ensino, relação a partir da qual se levanta a hipótese de que os concursos públicos não têm cumprido seu propósito como instrumento isonômico e democrático na seleção de candidatos para ocupação de cargos públicos. A pesquisa é norteada por um viés linguístico, no qual se observam as categorias níveis de análise da língua e abordagem; e por um viés sociopolítico, no qual se busca avaliar o concurso público como um instrumento efetivamente democrático na seleção de candidatos. Para a análise, foram selecionados 118 programas de estudo apresentados nos editais dos concursos e 1962 questões objetivas constantes em provas escritas de certames de nível superior e médio, para diversos cargos, de concursos realizados no período de 2010 a 2019. A fim de responder às questões de pesquisa vinculadas à frente linguística, (i) realizamos um mapeamento acerca da distribuição quantitativa dos conteúdos, considerando os níveis de análise da língua (fonético-fonológico, morfossintático, semântico e textual) e as abordagens (tradicional e sociodiscursiva) observadas nos programas de estudo e nas questões objetivas, e (ii) estabelecemos relações de continuidades e descontinuidades, convergências e divergências, entre as categorias de análise, bem como observamos o atravessamento das diferentes tradições de pesquisa nos programas de estudo e nas questões. Já com o propósito de responder às questões vinculadas à frente sociopolítica, (iii) buscamos compreender a atual configuração dos concursos públicos a partir do levantamento de elementos de natureza externa aos certames e (iv) discutimos o (não) atendimento do concurso público como instrumento efetivamente democrático e isonômico. Os resultados da frente linguística atestam (i) a preferência na exploração do nível morfossintático da língua e (ii) a predominância da abordagem tradicional nas provas de língua portuguesa dos concursos públicos de níveis de escolaridade superior e médio. Esses achados ratificam a produtividade da exploração da língua na dimensão morfossintática e a tendência normativa que direciona para a valorização de um padrão gramatical idealizado. A análise referente à frente sociopolítica desvela o concurso público como uma ferramenta pouco democrática na seleção dos candidatos, em razão, notadamente, da sua constituição como um mecanismo social de política linguística – ao alimentar crenças sobre a língua, projetar ideologias linguísticas excessivamente normativas, deslegitimar as variedades linguísticas do português brasileiro e eleger um perfil social para ocupação dos cargos públicos. Essa postura normativista desconsidera que grande parte da população, por razões históricas e sociais, não domina minimamente a norma-padrão, fato que torna injusta a disputa por um espaço na sociedade quando se emprega essa norma como objeto de avaliação. Diante do cenário discutido, nos posicionamos a favor de um ensino de Língua Portuguesa que busque promover a consciência sobre as diferentes normas linguísticas através da reflexão acerca dos valores sociais a elas atribuídos e das implicações decorrentes de não dominar essa norma.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2349477 - FRANCISCO EDUARDO VIEIRA DA SILVA
Externo ao Programa - 1778079 - JULIENE LOPES RIBEIRO PEDROSA
Externo ao Programa - 1322264 - LEONARDO GUEIROS DA SILVA
Interno - 1227208 - MARIANNE CARVALHO BEZERRA CAVALCANTE
Externo à Instituição - NORMANDA DA SILVA BESERRA
Interno - 2733966 - SOCORRO CLAUDIA TAVARES DE SOUSA
Interno - 1701396 - TIAGO DE AGUIAR RODRIGUES