AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTILEISHMANIA DA Spiranthera odoratissima St. Hil (RUTACEAE) IN SILICO, IN VITRO E IN VIVO
Spiranthera odoratíssima (Rutaceae), efeito leishmanicida, esquimianina, Fhf, NOS-II, atividade imunomodulatória.
A leishmaniose é uma doença negligenciada cujo tratamento disponibilizado está associado a uma série de efeitos tóxicos, alto custo e diminuição da eficácia terapêutica devido ao aumento da resistência pelos parasitas. Assim, a pesquisa de novas drogas mais eficazes e seguras torna-se de grande importância. Compostos derivados de produtos naturais podem ser uma fonte mais eficaz e econômica para o tratamento desta parasitose. Este estudo avaliou a atividade leishmanicida da espécie Spiranthera odoratíssima (Rutaceae) testando suas frações e isolados in vitro, in vivo e in silico utilizando formas promastigota e amastigota de diferentes espécies de Leishmania em macrófagos J774 A.1.
Os ensaios in vitro avaliaram citotoxicidade, produção de óxido nítrico (NO), produção de citocinas de padrão Th2, interleucina 10 e citocinas de padrão Th1 , interleucina 12 e IFN-γ. A expressão da proteína quinase p38 ativada por mitógeno (p38 MAPK) e NFκB (p50 e p65) foi avaliada in vitro por western blotting. Os resultados observados in vitro da fração do fruto hexânico (Fhf) e seu alcalóide isolado esquimianina (Skm) demostraram uma significante ação leishmanicida (P<0·001) contra L. braziliensis. Esta ação foi associada ao aumento da produção de óxido nítrico e diminuição de IL-10 em macrófagos assim como aumento da produção de citocinas Th1 como Il-12 e IFNγ para as concentrações estabelecidas entre 1.6 a 40 μg/ml. Fhf e Skm demostraram induzir a expressão de p38 e NFκB, vias estas envolvidas na produção de citocinas Th1 e na indução de óxido nítrico.
Os ensaios in vivo demostraram reduzir lesão em camundongos swiss infectados com L. braziliensis, assim como foi reduzido à carga parasitária em linfonodos e baço destes animais. O ensaio in silico demonstrou interação significativa entre Skm e resíduos de aminoácidos de NOS-II. Estes resultados em conjunto sugerem que o alcalóide esquimianina é um candidato promissor contra L. braziliensis devido sua potente atividade imunomodulatória.