PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (CE - PPGE)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: WALQUIRIA NASCIMENTO DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: WALQUIRIA NASCIMENTO DA SILVA
DATA: 16/12/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Programa de Pós-Graduação em Educação-Centro de Educação-Campus I- UFPB
TÍTULO: ESTRANHOS NO NINHO: ISOLAMENTO COMUNICACIONAL DE DISCENTES SURDOS/SURDA EM ESCOLAS DE MAMANGUAPE À LUZ DOS ESTUDOS CULTURAIS
PALAVRAS-CHAVES: Isolamento comunicacional. Surdez. Escolas públicas inclusivas. Estudos culturais. Estudos Surdos.
PÁGINAS: 140
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
SUBÁREA: Tópicos Específicos de Educação
ESPECIALIDADE: Educação Especial
RESUMO: Políticas atuais de educacão inclusiva voltadas às pessoas surdas padronizam ações cujo parâmetro dominante é o de pessoas ouvintes, submetendo os sujeitos surdos a um isolamento comunicacional e cultural, cuja expressão consiste na predominante ou exclusiva comunicação oral, admitindo-se a Libras como uma exceção. É atribuído aos sujeitos surdos um lugar passivo, marginal, “estranhos no ninho” da sala de aula, invisibilizando-se as identidades, as culturas e a língua das pessoas surdas, necessárias à sua efetiva inclusão na escola regular. Esse isolamento comunicacional também é cultural, envolvendo famílias e sociedade, que tratam geralmente a surdez como deficiência. Privadas de ambiente sociocultural para a aprendizagem e o emprego da Libras, na escola pessoas surdas são mantidas na periferia das interações sociais e pedagógicas necessárias à formação humana e cidadã. Ancorada nas perspectivas dos Estudos Culturais e Estudos Surdos, estudei esse isolamento comunicacional de três alunos surdos e uma aluna surda em suas interações com pessoas ouvintes, nas respectivas quatro turmas de escolas públicas regulares de Mamanguape-PB. Perguntei-me: como se davam as relações comunicacionais entre discentes surdos e pessoas ouvintes naquelas escolas? Estabeleci como objetivo geral analisar o isolamento comunicacional que caracteriza as relações interpessoais entre discentes surdos e ouvintes que constituem o entorno socioeducacional (familiares, docentes, colegas) desses sujeitos em Mamanguape/PB. Especificamente objetivei: avaliar as trajetórias educacionais vividas pelos discentes surdos em suas famílias e experiências escolares iniciais em função da aprendizagem de Libras nos primeiros seis anos de vida; examinar a relação entre surdos e respectivos docentes durante atividades pedagógicas em sala de aula num trimestre; apreciar as relações sociocomunicacionais na dinâmica de convívio entre surdos e colegas ouvintes em sala de aula por um trimestre. Usei metodologia qualitativa, de natureza participativa, recorrendo à entrevista semiestruturada, à observação com e sem minha intervenção (através de vivências por mim conduzidas com discentes). Os dados gerados foram interpretados pela análise de conteúdo, com que problematizei as práticas inclusivas adotadas pelo município nessas escolas, apresentando discentes surdos e surda como pessoas com culturas e identidades próprias, marcadas pelo artefato cultural da experiência visual, cuja diferença é primariamente rotulada pela cultura ouvintista como deficiência. Destaquei o uso da língua de sinais como fator fundamental que concorre para uma efetiva inclusão no contexto escolar, por ser imprescindível para relações comunicacionais equânimes entre discentes surdos e pessoas ouvintes, além do desenvolvimento socicognitivo e a valorização dos demais aspectos da condição identitário-cultural surda. Concluí que o isolamento comunicacional é impingido aos três alunos surdos e à aluna surda no âmbito escolar, reprodutora de uma cultura oral que não reconhece ou valoriza a viso-gestualidade como expressão legítima de pessoas surdas a ser, então, assumida também pelas ouvintes na escola. Sem uso da Libras, os alunos surdos são deixados à margem da cultura escolar, mantida por práticas orais. Logo, as práticas de educação inclusiva na rede municipal estudada promovem o isolamento comunicacional e mantêm, com efeito, a exclusão dos sujeitos surdos e de sua cultura, a despeito de iniciativas isoladas, associáveis sobretudo à presença de intérprete em sala de aula.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 252653 - FERNANDO CEZAR BEZERRA DE ANDRADE
Interno - 2506180 - JEANE FELIX DA SILVA
Interno - 6334885 - RICARDO DE FIGUEIREDO LUCENA
Externo ao Programa - 336936 - ANA DORZIAT BARBOSA DE MELO
Externo à Instituição - SHIRLEY BARBOSA DAS NEVES PORTO