PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA (PPGH)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: BÁRBARA MARIA COSTA E SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: BÁRBARA MARIA COSTA E SILVA
DATA: 16/12/2022
HORA: 10:30
LOCAL: Sala 516 CCHLA
TÍTULO: O "ciclo de greves" dos trabalhadores canavieiros de Pernambuco (1979-1985): cultura histórica, consciência histórica e consciência de classe
PALAVRAS-CHAVES: Canavieiros; Memórias; Trabalho; Consciência de Classe; Consciência Histórica; Cultura Histórica
PÁGINAS: 182
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: História
RESUMO: A miséria, a fome e a violência submetidas aos trabalhadores rurais e suas famílias foram combustível de indignação para as crescentes mobilizações da classe por direitos e cidadania desde a década de 1950 no Nordeste brasileiro. Tais lutas empenharam respectivamente o Estatuto do Trabalhador Rural (ETR), proposto no ano de 1963, após a grande greve de 200 mil canavieiros, no mesmo ano, no estado de Pernambuco, culminando assim na negociação do Acordo do Campo, em que direitos básicos, mas essenciais, foram negociados para a categoria. O debate aberto em torno da reforma agrária gerou projetos advindos dos setores políticos e econômicos, a fim de estabilizar a questão social do campo e a fixação do camponês na terra. Parcialmente barradas pelo golpe militar em 1964, as mobilizações organizadas da classe trabalhadora rural no estado de Pernambuco foram retomadas com força a partir do ano de 1979, após o 3º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais, durante a lenta abertura para democracia no país. Diante desse contexto, tomando como base a perspectiva da história vista de baixo, objetiva-se analisar a construção narrativa da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Pernambuco - FETAPE, enquanto Federação, acerca do "ciclo de greves canavieiras", ocorridas entre o ano de 1979 e 1985, a partir da criação, no ano de 2012, da Academia Sindical FETAPE, enquanto braço da Federação, responsável por organizar as memórias das lutas no meio rural desde o século XX, assim como promover a manutenção de formações políticas e a circulação dessa narrativa entre a classe trabalhadora canavieira associada. O termo utilizado "ciclo de greves" foi cunhado pela antropóloga Lygia Sigaud, estudiosa dos trabalhadores canavieiros da região da Zona da Mata de Pernambuco, atuante como pesquisadora durante os anos de mobilizações. Portanto, utilizamos neste trabalho relatos de trabalhadores canavieiros pernambucanos que alcançaram posições de lideranças sindicais rurais durante a década de lutas. As memórias sobre a exploração do trabalho canavieiro, as perseguições, organizações de greves e paralisações, conquistas e contradições da classe trabalhadora do estado, reconstroem as narrativas dos trabalhadores, sendo esses os elementos que integram a presente análise. Para além disso, foram produzidas análises documentais de materiais produzidos pela Academia Sindical no tempo presente, entre jornais, folhetos, revistas e outras publicações. O periódico "Diário de Pernambuco" foi utilizado no processo de cruzamento das fontes, assim como materiais de produção de outras entidades sindicais, produzidas no “calor da hora” ao longo do ciclo de greves canavieiras na década de 1980. Nesse sentido, as experiências dos trabalhadores canavieiros e suas interpretações sobre o presente e expectativas para o futuro das lutas estão em foco junto à análise bibliográfica clássica e recente sobre a temática. Para este fim, os conceitos de experiência e classe do historiador inglês E. P. Thompson são centrais no desenvolvimento desta breve análise.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1432733 - TIAGO BERNARDON DE OLIVEIRA
Interno - 1117802 - ELIO CHAVES FLORES
Externo à Instituição - THOMAS D. ROGERS