PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS (PPCEM)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: MAURA VIEIRA DOS SANTOS SOUSA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MAURA VIEIRA DOS SANTOS SOUSA
DATA: 02/12/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Sala do PPCEM
TÍTULO: DESENVOLVIMENTO DE NANOEMULSÕES CONTENDO LÍQUIDO DA CASCA DA CASTANHA DO CAJU (LCC) Anarcadium Ocidental L. /QUITOSANA COM ATIVIDADE ANTIMICROBIANA TÓPICA
PALAVRAS-CHAVES: Cajueiro, casca da castanha de caju, nanoemulsões, estabilidade, atividades biológicas, feridas.
PÁGINAS: 124
GRANDE ÁREA: Engenharias
ÁREA: Engenharia de Materiais e Metalúrgica
SUBÁREA: Materiais Não-Metálicos
ESPECIALIDADE: Polímeros, Aplicações
RESUMO: O líquido da casca da castanha do caju (LCC) é um subproduto da cajucultura, com baixo valor agregado; possui inúmeras aplicações industriais e tem chamado a atenção da comunidade científica como foco atual de investigação, devido ao seu amplo espectro de ação biológica para aplicações farmacêuticas. Nesse sentido, formulações nanoemulsionadas à base de LCC técnico (LCCt) combinado a quitosana foram preparadas usando um agitador mecânico de alta velocidade de rotação, objetivando o uso de recursos renováveis e desenvolvimento sustentável de formulações para uso tópico com ação antimicrobiana, dando uma nova perspectiva do potencial de aproveitamento dessa matéria-prima. As nanoemulsões contendo 0,5, 1 e 2% (m/m) de LCCt com e sem quitosana a 1%(m/m) e 16% (m/m) de Tween 80 foram formuladas e, caracterizadas de modo a avaliar sua estabilidade física e seu potencial de atividade antimicrobiana. A princípio, o LCCt foi caracterizado por espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) e cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM). A partir desses resultados, foi possível identificar a presença de grupos químicos característicos do próprio óleo assim como, a presença na sua composição de uma mistura de cardanóis como componentes majoritários (cardanol mono-insaturado, cardanol di-insaturado e cardanol saturado), seguido de uma mistura de cardóis (cardol tri-insaturado e cardol di-insaturado) e 2-metilcardol di-insaturado, responsáveis pela ação antimicrobiana, antioxidante e antifúngica. Numa análise geral, os dados obtidos da técnica por espalhamento dinâmico de luz (EDL), classificou todas as formulações como sendo nanoemulsões, com exceção da amostra contendo apenas quitosana (NP), cujo diâmetro médio foi de ~500nm. As formulações sem quitosana apresentaram diâmetro médio de gotículas inferiores (25,60 nm - N0,5; 30,20 nm - N1 e 101,32 nm - N2) às das com quitosana (225,20 nm - N0,5P; 182,30 nm N1P e 215,16 nm N2P). O potencial Zeta das formulações sem quitosana exibiu valores negativos (-5,20 a -5,40), enquanto as dispersões com quitosana apresentou valores positivos e maiores (30,90 a 42,00). Na avaliação macroscópica, todas as nanoemulsões se comportaram de forma estável por todo o período de avaliação, estimado em 120 dias, com exceção da amostra N0,5 que apresentou indícios de floculação na última análise, como consequência de instabilidade do sistema. Os valores de pH foram levemente ácidos para as formulações sem quitosana (6,28 - 6,96), enquanto as formulações contendo quitosana apresentaram valores muito ácidos (3,51-3,81), necessitando de ajustes para atingirem valores compatíveis com o pH da pele. Através das imagens de microscopia óptica, foi possível evidenciar o encapsulamento do LCCt nas formulações contendo quitosana, cujas gotículas apresentaram morfologias semelhantes a lipossomas. Quanto ao ensaio reológico, todas as formulações apresentaram comportamento não-newtoniano e pseudoplástico, porém anti-tixotrópico, uma vez que as áreas de histerese foram praticamente imperceptíveis. Por fim, o LCCt apresentou atividade antimicrobiana apenas contra a cepa Staphylococcus aureus, enquanto as formulações contendo quitosana e LCCt exibiram forte inibição ao crescimento microbiano frentes as 3 cepas em estudo (Staphylococcus aureus, Salmonella entérica e Candida albicans). Dessa forma, pode-se evidenciar que a associação do LCCt com a quitosana potencializou o espectro de ação antimicrobiana no desenvolvimento de formulações nanoemulsionadas para uso tópico no processo de regeneração e cicatrização de feridas cutâneas, se revelando como potencialmente úteis para fins farmacêuticos. Nesse sentido, sugere-se investigações adicionais como testes in vivo dessas formulações, para avaliar sua resposta biológica no processo de cicatrização de feridas.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1855735 - ITAMARA FARIAS LEITE
Interno - 2061133 - FABIANA DE CARVALHO FIM
Externo ao Programa - 1717729 - FABIOLA DA CRUZ NUNES
Externo à Instituição - DIEGO LOMONACO VASCONCELOS DE OLIVEIRA