PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA (PAPGEF)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: ANDERSON JOSÉ MELO RODRIGUES DA SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANDERSON JOSÉ MELO RODRIGUES DA SILVA
DATA: 29/01/2024
HORA: 13:00
LOCAL: Formato Híbrido: Auditório do PAPGEF e pelo Meet: https://meet.google.com/zux-maws-twh
TÍTULO: Efeito do treinamento físico sobre a remodelação cardíaca e pressão arterial em indivíduos com hipertensão arterial.
PALAVRAS-CHAVES: Treinamento físico, Remodelação ventricular, hipertensão
PÁGINAS: 147
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Educação Física
RESUMO: Introdução: O processo de envelhecimento associado a níveis elevados de pressão arterial ou oscilações de pressão ao longo do dia, parecem estar associados a maiores estresses na parede do ventrículo esquerdo e, por consequência sua hipertrofia. Essa hipertrofia é resultado de um conjunto de alterações moleculares, celulares e intersticiais cardíacas, que se manifestam clinicamente alterando o tamanho, a massa, a geometria e a função do coração em resposta a uma sobrecarga hemodinâmica, caracterizada como remodelação cardíaca. O treinamento físico surge como uma estratégia terapêutica para gerenciar a pressão arterial (PA), e pode propiciar ajustes na estrutura cardíaca. Entretanto, não sabemos se diferentes tipos de treinamento e a duração da intervenção influenciam na adaptação da estrutura cardíaca de indivíduos com hipertensão. Além do treinamento físico presencial, estratégias terapêuticas com exercícios físicos supervisionados remotamente pode ser uma interessante estratégia para manutenção da saúde física, social e mental para a população, em especial, para os idosos por apresentarem fatores logísticos, financeiros e funcionais para se deslocarem. Todavia, não sabemos se o treinamento realizado presencialmente ou por telerreabilitação podem ter impactos diferentes nas adaptações cardíaca de indivíduos idosos com hipertensão arterial. Objetivos: a) identificar na literatura científica o impacto do treinamento físico na remodelação cardíaca em indivíduos com hipertensão arterial; b) avaliar o efeito de 16 semanas de treinamento multimodal por telerreabilitação sobre a estrutura/função cardíaca e a pressão arterial de idosos com hipertensão arterial (Estudo Experimental 1); c) avaliar o efeito desse treinamento multimodal ofertado em formato presencial sobre variáveis cardíacas e pressóricas de idosos com hipertensão arterial (Estudo Experimental 2). Métodos: a) Da Revisão Sistemática e Metanálise: Foram consultadas as bases de dados PubMed/MEDLINE, Web of Science, Biblioteca Cochrane, CINAHL Database/EBSCO e PEDro foram pesquisadas até março de 2023. Foram selecionados ensaios clínicos de braço único ou paralelo, que avaliaram o efeito do treinamento físico em parâmetros de estrutura e função cardíaca. Os dados foram extraídos com a diferença média (MD) ou MD padrão (SMD) e um IC de 95% foram estimados para todas as medidas de resultado. A extração dos dados foi realizada por 2 revisores independentes e a avaliação da qualidade foi efetuada utilizando a ferramenta TestEx. Esta revisão foi registrada no PROSPERO: CRD42022347425; b) Estudo Experimental 1: Ensaio clínico randomizado e controlado com participação de 31 idosos (24 mulheres e 7 homens) com hipertensão arterial (idade de 66,7 ± 5,3 anos e IMC de 29,5 ± 4,2 kg/m2) que foram alocados para o grupo telerreabilitação (GT; n = 19) e o grupo controle [sem treinamento físico] (GC; n = 12). O GT realizou treinos individuais via plataforma de vídeo-chamada, ofertado 3 vezes por semana por 16 semanas com supervisão do profissional de Educação Física. Esse treinamento multimodal foi baseado em padrões de movimento, capacidades físicas, habilidades motoras e cognitivas. Ambos os grupos participaram de palestras quinzenais por encontros remotos com temas que abordaram a educação e saúde. Foram realizadas exame de ecocardiografia, medida da pressão arterial e antropometria, antes (0 semana) e ao término (16ª semana) do protocolo experimental. Os dados são apresentados como média e desvio padrão, valores absolutos e relativos (%), diferença da média (∆ = pós - pré intervenção) e intervalo de confiança (95%). Os testes de correlação de Pearson e Spearman foram utilizados para avaliar a relação entre a diferença da estrutura cardíaca média e as respostas pressóricas. O nível de significância adotado foi de P < 0,05; c) Estudo Experimental 2: Ensaio clínico randomizado e controlado com participação de 34 idosos (25 mulheres e 9 homens) com hipertensão arterial (idade de 68.9 ± 5.7 anos e IMC de 27.5 ± 7.0 kg/m2) que foram alocados no grupo treinamento (GT; n = 20) e o grupo controle [sem treinamento físico] (GC; n = 14). O protocolo de treinamento, os procedimentos experimentais e o plano estatístico seguiram as mesmas características do estudo experimental 1. Resultados: a) Da Revisão Sistemática e Metanálise: Dezesseis estudos envolvendo 756 participantes preencheram os critérios de inclusão e oito estudos foram elegíveis para metanálise. O treinamento físico foi capaz de reduzir a espessura da parede posterior do ventrículo esquerdo (EPP: DM -0,42 [IC 95% -0,82, -0,02], P = 0,04), a espessura do septo intraventricular (ESIV: DM -0,53 [-0,90, -0,15], P = 0,006) e o índice de massa do VE (IMVE: DMP - 2,97 [IC 95% -4,60, -1,35], P = 0,0003) em comparação com o grupo de controlo. As evidências disponíveis indicam que o exercício aeróbico tende a ter um efeito benéfico na EPP (MD -0,57 [IC 95% -0,99, -0,14], P = 0,009), ESIV (MD -0,58 [IC 95% -0,98, -0,17], P = 0,005), e IMVE (DMP -3,89 [IC 95% -5,72, -2,06], P < 0,0001). O tempo de intervenção quando igual ou superior a 24 semanas favorece a redução da EPP (DM -0,79 [IC 95% -1,29, -0,29], P = 0,002) e da ESIV (DM -1,01 [IC 95% -1,34, -9 0,69], P < 0,00001), e igual ou superior a 16 semanas a redução do IMVE (DMP -3,89 [IC 95% -5,72, -2,06], P < 0,0001); b) Estudo Experimental 1: A PA diminuiu significativamente após a telerreabilitação quando comparada com o grupo de controlo. Nenhuma diferença significante foi encontrada nas estruturas cardíacas entre os grupos, entretanto, verificamos um tamanho do efeito moderado na EPP (g= 0,39; g = 0,46), FEN (g = 0,54) e FE (g = 0,61); c) Estudo Experimental 2: Foram encontrados aumentos no VDF (GT: 2,0 ± 5,7 vs GC: -3,8 ± 5,7; P = 0,006) e no DDVE (GT: 0,04 ± 0,1 vs GC: -0,14 ± 0,23; P = 0,009), e reduções significativas na EPP (TM: -0,05 ± 0,06 vs GC: 0,01 ± 0,02; P = 0. 003) e da ERP (GT: -0,02 ± 0,04 vs GC: 0,02 ± 0,03; P = 0,005) após a intervenção quando comparadas com o GC, e estas reduções foram positivamente correlacionadas com a PA sistólica (EPP: r = 0,40, P= 0,019; ERP: r = 0,41, P = 0,018). Apesar dos tamanhos de efeito moderado e grande, respetivamente, na fração de ejeção (g = 0,68) e na fração de encurtamento (h = 0,82), não foram observadas alterações significativas (P > 0,05). Conclusões: a) Da Revisão Sistemática e Metanálise: Estes dados sugerem que o exercício físico ajusta favoravelmente a remodelação cardíaca de indivíduos com hipertensão arterial, e estas alterações dependem do tipo de exercício e da duração da intervenção; b) Estudo Experimental 1: A telerreabilitação foi eficiente para reduzir a pressão arterial e promoveu ajustes clínicos moderados na estrutura e função cardíaca; c) Estudo Experimental 2: o treinamento multimodal, o qual combinou diversas modalidades físicas (aeróbia, força, agilidade, potência e flexibilidade) com intensidade moderada, remodela parte das estruturas cardíaca de idosos com hipertensão arterial, e esses ajustes estão associados com à redução da PA sistólica.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANDREIA CRISTIANE CARRENHO QUEIROZ
Externo à Instituição - DANIEL GODOY MARTINEZ
Presidente - 1228470 - MARIA DO SOCORRO BRASILEIRO SANTOS
Externo à Instituição - SÉRGIO LUIZ CAHÚ RODRIGUES
Interno - 1755748 - YTALO MOTA SOARES