PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROCIÊNCIA COGNITIVA E COMPORTAMENTO (PPGNEC)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Teléfono/Extensión
No Informado

Noticias


Banca de DEFESA: ALINE MATILDE FERREIRA DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALINE MATILDE FERREIRA DOS SANTOS
DATA: 19/06/2023
HORA: 09:00
LOCAL: Sala de reuniões do CCHLA
TÍTULO: INVESTIGAÇÃO DO POTENCIAL ANTIEPILÉPTICO DE UM ÓLEO DE EXTRATO DE Cannabis sp. RICO EM CANABIDIOL: UMA ABORDAGEM in sílico E in vivo
PALAVRAS-CHAVES: Epilepsia. Cannabis. Canabidiol. Docking molecular.
PÁGINAS: 93
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Fisiológica
ESPECIALIDADE: Neurologia, Eletrofisiologia e Comportamento
RESUMO: A epilepsia é uma das doenças cerebrais mais comuns, chegando a afetar cerca 2% da população brasileira e aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar de já existir um número considerável de fármacos antiepilépticos no mercado, há uma necessidade de novos medicamentos, principalmente para diminuição da refratariedade aos tratamentos. Na busca por novos tratamentos farmacológicos estão as substâncias encontradas na Cannabis sp. À vista de todo o potencial ainda inexplorado da planta, somado à necessidade de novas alternativas farmacológicas, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do óleo de extrato da Cannabis sativa rico em CBD (OERCBD) in silico e sobre o comportamento em modelos animais de crises epilépticas. Previamente foi realizada a análise fitoquímica para identificação dos componentes majoritários do OERCBD, seguido do docking molecular para avaliação da interação dessas moléculas e seus ligantes. Os estudos in vivo utilizaram camundongos albinos Swiss (Mus musculus) machos, com cerca de 3 meses de idade, que foram submetidos aos protocolos de triagem farmacológica comportamental e determinação da DL50 (n=3), indução de convulsões pela injeção intraperitoneal (i.p.) de pentilenotetrazol (PTZ, 75mg/kg) (n=8), e o modelo do eletrochoque auricular máximo (MES) (n=8) com administração aguda ou subcrônica do OERCBD durante 14 dias. Os animais foram divididos em grupo controle, que recebeu azeite (AZT), grupos tratados com OERCBD nas doses de 15, 30 e 60mg/kg (v.o.) e diazepam (DZP, 4mg/kg i.p.) no teste do PTZ, ou fenitoína (FEN, 30mg/kg i.p.) no MES. Para análise estatística dos testes de crises epilépticas induzidas foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis seguido do teste de Dunn, e para a análise estatística da porcentagem de mortalidade/sobrevivência foi utilizado o teste exato de Fisher. Valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Como resultado, a cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM) identificou o CBD como sendo componente majoritário do OERCBD. O estudo in silico de docking molecular demonstrou haver boa interação entre o CBD e o receptor GABAA, mas ainda melhor com os canais NaV. Na toxicidade aguda e DL50 a dose de 300mg/kg (v.o.) apresentaram sinais de irritabilidade e sedação, enquanto nas doses definidas para o tratamento (15, 30 e 60mg/kg) tais efeitos não foram observados. No teste do PTZ, o OERCBD nas três doses, não foi capaz de aumentar o tempo da latência para as crises epilépticas mioclônicas e tônico-clônicas, impedir ou diminuir a gravidade das crises, mas protegeu os animais da ocorrência de morte quando comparado ao grupo AZT. No MES, as três doses de OERCBD tanto na administração aguda quanto na subcrônica não foram capazes de diminuir a duração das crises epilépticas tônicas com a extensão dos membros, tampouco a latência para recuperação da postura, porém na administração aguda houve uma redução da ocorrência de mortes, em especial nas doses mais altas, enquanto na administração subcrônica houve uma piora em tal parâmetro, principalmente na dose mais baixa. Os resultados in vivo demonstram que apesar de haver uma boa interação do CBD aos receptores GABAA e canais de sódio NaV isso pode não ser suficiente, refletindo a necessidade de coadministração com outros fármacos antiepilépticos, conforme já preconizado na clínica. Contudo, os resultados obtidos contribuem para a compreensão da complexa resposta cerebral aos fitocanabinoides e destaca a importância de investigações adicionais para determinar as respostas farmacológicas potenciais dessas substâncias.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1140014 - MIRIAN GRACIELA DA SILVA STIEBBE SALVADORI
Interno - 336287 - MARGARETH DE FATIMA FORMIGA MELO DINIZ
Externo ao Programa - 1524402 - RICARDO DIAS DE CASTRO