PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA, EM NÍVEL DE MESTRADO ACADÊMICO (PPGSC)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: IRIS DE SOUZA ABILIO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: IRIS DE SOUZA ABILIO
DATA: 30/08/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório do NESC/CCS/UFPB
TÍTULO: EDUCAÇÃO POULAR EM SAÚDE NO BRASIL: REFLEXÕES COM BASE NAS NARRATIVAS DE SEUS PROTAGONISTAS
PALAVRAS-CHAVES: Educação popular em saúde; participação da comunidade; Atenção Primária à Saúde.
PÁGINAS: 83
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Saúde Coletiva
SUBÁREA: Saúde Pública
RESUMO: Esse estudo tem como objetivo abordar, historicamente, no formato de linha do tempo comentada, os marcos da Educação Popular em Saúde (EPS) a partir das narrativas de alguns de seus protagonistas e construir sínteses das ideias e reflexões dos entrevistados com relação aos principais desafios da educação popular na atualidade. Esse estudo foi constituído de forma articulada e inserida em um projeto de pesquisa mais amplo, conduzido pelo Grupo Temático de Educação Popular em Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (GT EPS/ABRASCO). Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, conforme fundamento por Maria Cecília de Souza Minayo, na perspectiva da sistematização de experiências, nos termos propostos por Oscar Jara Holliday. Desenvolveu-se através de duas etapas: a primeira foi o levantamento bibliográfico das quatro entrevistas já previamente realizadas e publicadas pelo GT EPS/ABRASCO com Educadores Populares do Brasil, e a segunda, a realização de novas entrevistas individuais (todas as entrevistas utilizadas nos estudos seguem a perspectiva de narrativas na linha da história oral). O método de análise escolhido foi o da dialética, na perspectiva teórica de Jara Holliday. Os resultados nos permitiram transitar pelos marcos histórico da EPS, dialogando com a experiência dos entrevistados e seus contextos sócio-políticos. A caminhada da EPS inicia na década de 1950/1960, ainda bastante atrelada à educação de jovens e adultos, e passa por vários marcos: supera o contexto de ditadura militar; se aproxima das iniciativas de medicina comunitária, de saúde popular e do Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira; conquista sua institucionalização do Sistema Único de Saúde (SUS), através de agendas governamentais democráticas e participativas, vigentes no país entre 2003 e 2016, especialmente no que se refere a conquista da Política Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (PNEPS-SUS); transita pela ruptura democrática imposta pelo impeachment da Presidenta Dilma Rousseff em 2016, a partir da qual uma série de desmontes de políticas públicas participativas e de retrocessos civilizatórios impõe vários desafios à EPS; resiste com dificuldade, criatividade e resiliência, em seus movimentos e práticas, a governos de cunho ultraneoliberal, ultraconservador e antidemocrático, no período 2016-2022, agravado pela crise da pandemia da covid-19; e chega ao seu contexto atual de reencontro com uma agenda pública nacional comprometida com a democracia e com a ampliação da participação social. Destacaram-se nesse processo as iniciativas e ações que protagonizaram essas conquistas, dentre elas podemos destacar a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento Popular de Saúde (MOPS), Rede de Educação Popular em Saúde (REDPOP), Centro de Assessoria multiprofissional (CAMP), Articulação Nacional de Extensão Popular (Anepop), Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde (ANEPS), entre outras, refletindo a potência da participação popular na implementação das políticas públicas e o alcance da EPS no fazer em saúde. A pesquisa promoveu também reflexões acerca dos desafios atuais, onde foram apontados os retrocessos decorrentes dos governos antidemocráticos que estiveram no poder e mostram-se contrários aos princípios da EPS; o distanciamento de alguns atores e de alguns coletivos da EPS do trabalho de base, uma frente de ação que foi tão importante para o surgimento e difusão do campo; baixo investimento em formações políticas permanentes nos espaços da EPS; fragilidades na mobilização dos movimentos sociais nas lutas e resistências sociais; e a dificuldade de renovar os quadros de educadores populares no protagonismo social e político na área, uma vez que alguns dos entrevistados percebem-se no processo de envelhecimento e sentem a necessidade de mobilizar novos integrantes para dar continuidade a essa missão. Assim, esse estudo permitiu um olhar ao passado e para a sua construção histórica, proporcionando reflexões sobre os desafios presentes, na tentativa de instigar novas ações e inéditos viáveis para a continuidade desse referencial.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2884817 - PEDRO JOSÉ SANTOS CARNEIRO CRUZ
Interno - 1543299 - FLAVIA EMILIA LEITE DE LIMA FERREIRA
Interno - 3552123 - MARIA DO SOCORRO TRINDADE MORAIS
Externo à Instituição - JOSE CARLOS DA SILVA
Externo à Instituição - MARIA HELENA MAGALHÃES DE MENDONÇA
Externo à Instituição - REINALDO MATIAS FLEURI