PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS, CIDADANIA E POLITICAS PÚBLICAS (PPGDH)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: THALITA SUYANE COSTA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: THALITA SUYANE COSTA SILVA
DATA: 28/03/2024
HORA: 15:30
LOCAL: https://meet.google.com/jcg-ttpu-cbj
TÍTULO: “PERMITA QUE EU FALE, NÃO AS MINHAS CICATRIZES”. Processos de constituição da subjetividade da pessoa não-binárie
PALAVRAS-CHAVES: cis-heteronormatividade; dominação colonial; necro-trans-política; autoetnografia; subjetividades não bináries.
RESUMO: O presente trabalho problematiza a construção ocidental da categoria Identidade como fixa e estável, expondo as formas plurais de existências que ultrapassam os conceitos da cisgeneridade, cis-heteronormatividade e binariedade de gênero. Com esse propósito, contrapomos a narrativa épica que ainda é utilizada a fim de justificar a continuidade das diversas violências cometidas através da dominação colonial. No entanto, a nossa história contada por nós - e pelos nossos - nos permite compreender que com a chegada dos colonizadores, foram impostas normas, crenças, vestimentas, formas de identificação e modos de relacionar-se. Os que hesitavam em se enquadrar nas regras ocidentais, foram alvos de invisibilização, apagamento e extermínio. No cenário atual, a narrativa se repete - o Estado, criado através e para a coerção social, atua a serviço de determinados corpos: binários, cisgêneros, publicamente heterossexuais, masculinos, brancos e neurotípicos. Deste modo, como podemos pensar em Direitos LGBTQIAPN+ se o próprio Estado é um agente que violenta os corpos postos em questão? Como planejar e assegurar Políticas Públicas para pessoas que são comumente subjugadas? Através da articulação dos saberes produzidos por sentipensadores dissidentes, denunciamos o esforço em criminalizar e exterminar existências que desde o período colonial são postos como inferiores. Com ênfase na discussão acerca da comunidade LGBTQIAPN+, discutimos sobre acordos societários - institucionais ou não - que localizam as identidades e orientações dissidentes enquanto anormais e patológicas. Compreendendo que a cisgeneridade designa como saudáveis e legítimas apenas as pessoas que se identificam com o gênero que lhes foi atribuído ao nascer, o estudo objetiva discorrer acerca dos processos de constituição de subjetividades não-bináries. Para cumprir tais propósitos, (1) demonstramos os danos que a lógica binária causa em existências que a ultrapassa; (2) discutimos as motivações para a “necro-trans-política”; (3) através da perspectiva autoetnográfica e dos relatos de histórias de vida, expomos os processos de constituição das subjetividades não-bináries. Debates articulados evidenciam que um dos caminhos para a diminuição e consequente erradicação da criminalização de existências consideradas desviantes deve ser pautado na construção de espaços, Políticas Públicas e alianças que permitam e assegurem a libertação grupal e a destituição das normas que violentam os nossos corpos.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1982955 - JAILSON JOSE GOMES DA ROCHA
Interno - 1779954 - LUZIANA RAMALHO RIBEIRO
Externo ao Programa - 1649582 - ROBERTO CORDOVILLE EFREM DE LIMA FILHO