PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA (PPGF)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: THIAGO ANDRADE MACEDO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: THIAGO ANDRADE MACEDO
DATA: 27/02/2024
HORA: 15:00
LOCAL: Google meet
TÍTULO: DO FIO DA NAVALHA DE WITTGENSTEIN: DA NATUREZA DOS LIMITES DA RELAÇÃO ENTRE A LINGUAGEM E O MUNDO NO TRATACTUS LOGICO-PHILOSOPHICUS
PALAVRAS-CHAVES: Wittgenstein. Tractatus logico-philosophicus. Método lógico. Linguagem. Limites da linguagem. Limites do mundo. Filosofia analítica da linguagem. Virada linguística.
PÁGINAS: 86
RESUMO: Nosso objetivo, neste trabalho investigativo, é o de apresentar uma análise da teoria da linguagem-retrato do Tractatus logico-philosophicus - livro fundamental para a compreensão da primeira fase do pensamento de Ludwig Wittgenstein e uma das bases para o desenvolvimento da filosofia analítica da linguagem nas décadas seguintes à sua publicação. Buscaremos explanar a tese do isomorfismo – a abordagem da relação entre a linguagem e o mundo, que pretende estabelecer os limites para ambos, na sua teoria pictórica da linguagem. A questão crucial é saber se os enunciados do tipo declarativo, isto é, os que servem para expressar as asserções, são suficientes para retratar toda a realidade. Nosso intento, portanto, é o de expor e examinar os variados elementos do Tractatus que visam a mostrar os limites da realidade através da linguagem, entre eles: os que integram a estrutura do mundo, os que integram a estrutura da linguagem, a explanação da teoria pictórica. Em seguida, trataremos da distinção entre o dizer e o mostrar, na ótica tractatiana, que serve para demonstrar o domínio do que pode ser dito e o domínio do que pode ser apenas mostrado. Por fim, comentaremos sobre a tarefa da filosofia, proposta na obra. Em seu propósito de delimitar o alcance da linguagem, em sua relação com o mundo, Wittgenstein impõe, de igual forma, limites ao pensamento e à experiência. Assim, ao analisarmos o texto tractatiano, deparamo-nos com alguns impasses quanto aos instrumentos e métodos utilizados por Wittgenstein, quando utiliza a filosofia como uma atividade apta a corrigir confusões conceituais da própria filosofia, mudando, dessa maneira, a forma de abordagem da lógica, da ética, da estética, da metafísica. Adotando um ponto de vista kantiano e schopenhaueriano, ele defende que suas proposições servem apenas para mostrar, e não para dizer. Ao propor o acesso à realidade através do pensamento e da linguagem que a exprimem, Wittgenstein promove uma espécie de confluência entre lógica e ontologia. Dentro dessa relação, surgem aporias e questionamentos envolvendo a essência do Tractatus, tais como: Qual o verdadeiro sentido da obra?; Seria ela suficiente para abarcar toda a realidade, no que concerne à natureza dos limites das relações estabelecidas entre pensamento, linguagem e mundo?; No que tange à sua concepção de crítica da linguagem como objetivo filosófico, o Tractatus não estaria reduzindo seu campo ontológico, recortando, como propomos no título desta atividade investigativa, a própria realidade, ao fazer a equivalência entre a estrutura lógica das proposições linguísticas com a estrutura ontológica do mundo? Ademais, Wittgenstein não estaria também reduzindo a estrutura do pensamento, que se manifesta através da própria linguagem, a uma mera função descritiva do real? E como se relacionam e onde se encaixam conceitos tipicamente tractatianos como o dizer e o mostrar, além do sentimento “místico”, o inefável, ou o próprio sentido da vida, dentro dos limites da linguagem e da realidade? Seria a lógica de fato a essência do mundo? Como proposições da lógica, necessariamente verdadeiras ou necessariamente falsas, isto é, as tautológicas e as contradições, explicam o mundo? Em outra perspectiva, se o papel da filosofia se limita apenas a clarificar o pensamento humano e a linguagem, qual seria a razão de ser de outras ciências humanas e sociais? Em suma: até que ponto o corte da realidade empregado pela navalha wittgensteiniana obteve sucesso para se compreender a relação entre o mundo da linguagem e o mundo dos fatos? Em nossa pesquisa, iremos também fazer um contraponto crítico a algumas das principais teses da obra que tratam da afiguração da realidade pela linguagem, apontando algumas possíveis lacunas, deslizes e contrassensos, além de comparar diferentes pontos de vista de intérpretes e comentadores da obra. Buscaremos apresentar algumas respostas e estudos incipientes acerca da obra tractatiana, bem como levantar novas discussões acerca de suas linhas argumentativas e ressaltar sua extrema importância para a virada linguística e o desenvolvimento da filosofia analítica da linguagem, da filosofia da ciência etc., mostrando as influências recebidas pela obra e quem ela posteriormente influenciou, comparando-a com o segundo momento da produção filosófica de Wittgenstein.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1560574 - ANDERSON DARC FERREIRA
Interno - 1898751 - CANDIDA JACI DE SOUSA MELO
Externo à Instituição - ELEONOURA ENOQUE DA SILVA