A performance, linguagem artística das artes visuais, em que o artista se utiliza do corpo como suporte e como a própria obra é objeto desta pesquisa. A análise contempla o processo de institucionalização de performances pelos museus públicos na cidade do Recife, assim especificados: MEPE - Museu do Estado de Pernambuco, MAMAM – Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, MAMAM no Pátio, IAC- Instituto de Arte Contemporânea e as galerias Massangana, Baobá e Vicente do Rego Monteiro da Fundação Joaquim Nabuco. O espaço temporal da pesquisa foi delimitado entre os anos 1996 a 2010, período em que as performances começaram a ser desenvolvidas com maior frequência nos referidos museus. Para isso, coube inicialmente uma investigação sobre a trajetória dessa linguagem desde as suas primeiras manifestações junto às vanguardas europeias, no início do século XX. Com princípios iniciais de repúdio às instituições sociais e artísticas, as performances foram absorvidas pelas galerias e museus nos anos de 1970, momento em que adquire estatuto de linguagem artística das artes visuais. Dessa forma, refletiu-se sobre elas no circuito artístico do Recife a partir do final dos anos de 1990, com o objetivo de responder a questão da pesquisa: como e por que as performances passaram a ser absorvidas pelos museus públicos do Recife? A análise constatou diversos fatores, dentre eles, mudanças nas políticas de seleção, formação e divulgação, além de alguns projetos voltados para essa linguagem. Foi possível, também, observar os seus princípios norteadores de bases no experimentalismo e na mestiçagem, que permanecem na contemporaneidade, além de conhecer seus processos de criação e suas poéticas que são relevantes para a reflexão sobre a arte e a vida.