O processo de consolidação da estética moderna na cidade do Recife e no Estado de Pernambuco, ocorrido por meio de discussões e posicionamentos acerca das ideias propostas pelo modernismo, vinha sendo discutido antes mesmo da semana de 1922. Pesquisas e estudos realizados pelo sociólogo Gilberto Freyre, desde o início da década de 1920, propuseram um olhar direcionado para aspectos artísticos mais regionais que valorizassem as características locais. Em contrapartida, o jornalista Joaquim Inojosa trouxe questionamentos que reforçavam a aceitação do ideal modernista iniciado em São Paulo. Tais discussões perduraram nas décadas seguintes, influenciando artistas e intelectuais. O nosso trabalho se propõe a investigar a produção do artista José Cláudio, especificamente entre os anos de 1952 a 1957, durante a vigência de um espaço comum de trabalho, denominado Atelier Coletivo, extensão da Sociedade de Arte Moderna do Recife – espaço, onde tais reflexões vinham sendo discutidas. A investigação desenvolve-se a partir de um resgate de fontes primárias, tais como documentos do artista, entrevistas semiestruturadas realizadas com ele e com alguns artistas que estiveram presentes naquele período. A produção de José Cláudio do período destacado foi identificada e catalogada, e um leitura analítica baseada em acontecimentos históricos, proposta pelo historiador Michael Baxandall, finaliza o nosso trabalho.