PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA (PPGF)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
Não informado

Notícias


Banca de QUALIFICAÇÃO: LUCAS DE LIMA CAVALCANTI GONÇALVES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUCAS DE LIMA CAVALCANTI GONÇALVES
DATA: 25/02/2021
HORA: 15:00
LOCAL: Virtual Google Meet
TÍTULO: HERMENÊUTICA FENOMENOLÓGICA DA EXPERIÊNCIA ORIGINÁRIA DO CRISTIANISMO NO PENSAMENTO DE MARTIN HEIDEGGER
PALAVRAS-CHAVES: Indicação formal; Facticidade; Teologia; Cristianismo
PÁGINAS: 56
RESUMO: Assim como a história da metafísica se constitui, para Heidegger, por um progressivo ocultamento da questão acerca do sentido do Ser, também a história do cristianismo testemunha um crescente enrijecimento da experiência cristã originária. Como os gregos que, ao inaugurar a questão do Ser, deram início ao seu esquecimento, os primeiros pensadores cristãos foram levados a interpretar a experiência viva da fé como uma objetualidade passível de fixação em um sistema de dogmas. A este sistema dogmático vieram ajuntar-se os quadros conceituais da ontologia antiga, pelo que se consuma o aprisionamento do espírito, o elemento da maleabilidade, na estrutura rígida de uma instituição totalizante. No entanto, todo esquecimento comporta o símile negativo daquilo que foi esquecido. Assim, Heidegger propõe o esquecimento como ponto de partida da rememoração, o símbolo como indício daquilo que em si mesmo não se mostra. O objetivo deste trabalho é mostrar como o método fenomenológico, que vai do esquecimento da origem a origem do esquecimento, é empregado por Heidegger na tarefa de tornar clara a constituição originária da experiência do cristianismo, como participação íntima da existência no acontecimento do deus crucificado. Analisamos, então, as possibilidades abertas pela fenomenologia para uma teologia entendida como discurso não-objetificante acerca da experiência da fé. Além disso, como o caminho para a origem do esquecimento desvela o fato de que à base do esquecimento da origem se encontra, em atenção a uma exigência imprópria de objetividade, o divórcio entre vida concreta e pensamento, procuramos mostrar como a experiência biográfica de Heidegger com o cristianismo o conduziu a uma apropriação destrutiva da tradição cristã. A partir daí, podemos investigar como, para ele, desde os escritos do apóstolo Paulo, brotam duas correntes a fecundar o solo da Cristandade: uma místico-poética, outra dogmático-institucional. Divisando na primeira, que soube preservar a potência criadora da palavra divina, possibilidades mais elevadas, Heidegger encontra na segunda os momentos em que o espírito ainda fala a partir do silêncio de seu ocultamento. Consideramos, então, como esta descoberta do espírito latente no dogma lhe fornece a chave de leitura para o pensamento dos grandes místicos da tradição cristã, quer tenham sido rejeitados pela via dogmático-institucional, como o jovem Lutero, quer tenham sido por ela apropriados, como Santo Agostinho. A partir de uma interpretação fenomenológica na mística cristã, nos deparamos, então, não mais apenas com a origem do esquecimento, mas com a própria origem enquanto experiência da temporalidade que constitui o horizonte de sentido do Ser.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1673909 - GILFRANCO LUCENA DOS SANTOS
Interno - 1814674 - MARIA CLARA CESCATO
Presidente - 1354361 - ROBSON COSTA CORDEIRO