PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA (PPGF)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: FRANK HENRIQUE VIEIRA CAMPOS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FRANK HENRIQUE VIEIRA CAMPOS
DATA: 13/10/2021
HORA: 09:00
LOCAL: UFPB/ google meet
TÍTULO: O fisicalismo redutivo de Jaegwon Kim e o problema dos qualia
PALAVRAS-CHAVES: Palavras-chave: Jaegwon Kim, qualia, fisicalismo redutivo, funcionalismo, consciência.
PÁGINAS: 61
RESUMO: Tomado em sentido amplo, o termo fisicalismo (às vezes materialismo) é uma tese ontológica que afirma que tudo o que há é composto de partes ou agregados de objetos fisicamente constituídos. Na filosofia da mente, uma postura fisicalista costuma se manifestar quando afirmamos que a mente é o mesmo que o cérebro, ou que ela é resultado do funcionamento do SNC. Jaegwon Kim defende que uma visão realista sobre a mente, isto é, uma visão segundo a qual o mental tem eficácia causal no mundo implica ou requer uma visão reducionista da mente, isto é, que as propriedades mentais podem ser explicáveis em termos físicos, como funções. Kim sugere que uma abordagem funcionalista e redutiva é apropriada para explicar grande parte dos fenômenos mentais, especialmente os que dizem respeito à execução de tarefas ou a capacidades do nosso sistema físico. No entanto, para Kim, o fisicalismo redutivo encontra uma barreira: os aspectos fenomenológicos da experiência consciente, também conhecidos como os qualia. O fisicalismo não-redutivo, de diversas maneiras, defende a inabilidade de uma visão puramente física do mundo no que concerne à mente ou a consciência. Kripke deu o pontapé inicial neste debate ao criticar as teorias de identidade, colocando tambem a consciência imediata no centro do problema mente-corpo. Nesse sentido, qualquer abordagem fisicalista deixaria de fora, como não explicados, o aspecto subjetivo da consciência fenomenal, o modo como é ser um sujeito ou ser submetido à experiência. Ainda, o argumento do conhecimento, o espectro invertido e a visão da experiência como o problema difícil da consciência são exemplos que apontam para a existência de um domínio irredutível de propriedades mentais. A consequência relevante de considerar os qualia como propriedades mentais irredutíveis é o epifenomenalismo para as qualidades mentais: elas não possuem papel causal uma vez que seu substrato permanece não explicado. Kim por sua vez tende a concordar que a conceptibilidade dos qualia invertidos é uma objeção decisiva para impor uma limitação ao fisicalismo: o que sobra seria uma fisicalismo próximo o bastante. No que se segue, o objetivo do trabalho é mostrar que uma concepção representacional dos qualia é capaz de inserir a consciência fenomenal novamente no caminho da redução funcional. É o que defende, por exemplo, David Rosenthal, para os quais os qualia possuem um papel relevante na percepção. A ideia é então reestabelecer o fisicalismo redutivo para os qualia afastando então a suposta diferença, defendida também por Kim, entre estados mentais qualitativos (com consciência fenomenológica) e estados mentais intencionais (com conteúdo representacional, mas sem aspecto fenomenológico). Em um modelo cognitivista, todos os estados mentais possuem conteúdo representacional, que está associado à execução de uma função, e estados mentais qualitativos que são estados nos quais um indivíduo é capaz de representar algum conteúdo. Além disso, uma teoria de pensamentos de ordem superior para os qualia pode dar suporte para uma teoria da consciência extrínseca e relacional. Se bem-sucedido, isso torna possível rejeitar tanto alegações baseadas na consciência fenomenológica contra o reducionismo e o funcionalismo, quanto a concepção epifenomênica dos qualia.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1560574 - ANDERSON DARC FERREIRA
Interno - 1898751 - CANDIDA JACI DE SOUSA MELO
Externo ao Programa - 1345968 - GARIBALDI MONTEIRO SARMENTO
Externo à Instituição - ANDRE LECLERC