PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PIPPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: MIRIAM ROSS MILANI

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MIRIAM ROSS MILANI
DATA: 27/08/2013
HORA: 14:00
LOCAL: UFPB/CCHL/Auditório 412
TÍTULO: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA DENGUE EM ZONA URBANA DE RISCO
PALAVRAS-CHAVES: Representações Sociais, dengue, mídia impressa, educação e comunicação em saúde.
PÁGINAS: 249
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
ESPECIALIDADE: Papéis e Estruturas Sociais; Indivíduo
RESUMO:

 

Objetivou-se apreender as representações sociais (RS) da dengue elaboradas por moradores 
de uma zona urbana de risco e das notícias veiculadas pela mídia impressa. Utilizou-se a 
Teoria das Representações Sociais como aporte teórico. A tese foi dividida em duas partes – 
(i) marco teórico e (ii) estudos empíricos: uma pesquisa de campo e outra documental.  O 
primeiro estudo contou com 563 participantes, dos quais 263 são estudantes do Ensino 
Médio, a maioria do sexo masculino (56%), com idades entre 14 e 18 anos (M=15,9; 
DP=1,1) e 300 adultos, a maioria do sexo feminino (63%), com idades entre 20 e 59 anos 
(M=34,9; DP=10,7), ambos os grupos residem em uma zona urbana de risco em Cuiabá, 
MT. Como instrumentos foram utilizados, questionário biossociodemográfico, associação 
livre de palavras (estímulos indutores: dengue, sintomas da dengue, causas da dengue e 
cuidados para evitar a dengue) e entrevista em profundidade. Os dados advindos do 
questionário foram processados pelo PASW 18 e analisados por meio de estatística 
descritiva. O software  Trideux foi utilizado para análise fatorial de correspondência das 
associações livres e variáveis dos participantes. As interlocuções dos participantes foram 
processadas pelo  software  ALCESTE e analisadas por meio da análise lexical 
(procedimentos padrão e análise cruzada). Os resultados evidenciaram que 40% dos 
adolescentes e 43% dos adultos afirmaram já ter contraído dengue. Os campos semânticos 
associados à  dengue pelos dois grupos foram objetivados pelas palavras  doença e morte, 
transmitida pelo mosquito. A dengue foi representada como sinônimo do mosquito causador 
da doença, que submete as pessoas ao perigo e medo. As manifestações da dengue foram 
ancoradas em aspectos físico-orgânicos (febre, dor de cabeça,  hemorragia, manchas 
vermelhas, dor muscular, vômito, dor no corpo, falta de apetite, cansaço, dor nos olhos, 
ânsia) e psicoafetivo (tristeza). As  causas foram associadas às  pessoas,  que certamente 
acumulam água quando da sua escassez (falta água), deixando a  água parada  em caixa 
destampada,  além de deixarem  pneu velho, lixo, garrafas e o quintal sujo, potenciais 
criadouros do vetor. Quanto aos cuidados para evitar a dengue, foram objetivadas algumas 
alternativas de prevenção e controle da doença (colocar areia no vaso, tampar a caixa, 
cuidado, não deixar água parada, limpeza, limpar as calhas), as quais foram ancoradas em 
dimensões normativas e comportamentais veiculadas pela mídia. A análise das entrevistas 
apresentou 5 classes temáticas (caracterização do bairro; políticas públicas e mídia; 
manifestações da dengue, atendimento médico e dengue hemorrágica; atitudes e hábitos 
arraigados; concepções e fontes de informação), complementando o conhecimento sobre as 
RS compartilhadas pelos grupos de pertença. O segundo estudo foi uma pesquisa 
documental (matérias jornalísticas sobre “dengue” e “epidemia da dengue” veiculadas nos 
jornais a Folha de São Paulo e A Gazeta). A análise do material verbal realizada pelo 
ALCESTE (procedimento padrão e análise cruzada) viabilizou 5 classes temáticas 
(epidemia de dengue em Ribeirão Preto; dengue, sintomas e exames físicos especializados; 
casos de dengue em Mato Grosso; potenciais criadouros de dengue e práticas de 
prevenção e; investigações científicas acerca da dengue). Os achados de ambos os estudos 
apresentaram RS consensuais. Isto é, as mensagens educativas veiculadas pela mídia 
impressa são incorporadas, difundidas e propagadas pelos moradores. Por outro lado, 
verificaram-se alguns dissensos entre a mídia impressa e os atores sociais. Para a primeira, 
o saber é pautado pelo discurso epidemiológico menos evidente nas vozes dos moradores de 
zona urbana de risco para a dengue. Estes, por sua vez, ancoraram o saber em aspectos 
macroestruturais, destacando suas vivências histórico-factuais, além dos aspectos 
psicoafetivos e relacionais diante da magnitude da enfermidade. Os resultados apontaram a 
necessidade de reformulação de programas de educação em saúde para prevenção e 
controle da dengue, concedendo atenção especial ao saber popular.

Objetivou-se apreender as representações sociais (RS) da dengue elaboradas por moradores 
de uma zona urbana de risco e das notícias veiculadas pela mídia impressa. Utilizou-se a 
Teoria das Representações Sociais como aporte teórico. A tese foi dividida em duas partes – 
(i) marco teórico e (ii) estudos empíricos: uma pesquisa de campo e outra documental.  O 
primeiro estudo contou com 563 participantes, dos quais 263 são estudantes do Ensino 
Médio, a maioria do sexo masculino (56%), com idades entre 14 e 18 anos (M=15,9; 
DP=1,1) e 300 adultos, a maioria do sexo feminino (63%), com idades entre 20 e 59 anos 
(M=34,9; DP=10,7), ambos os grupos residem em uma zona urbana de risco em Cuiabá, 
MT. Como instrumentos foram utilizados, questionário biossociodemográfico, associação 
livre de palavras (estímulos indutores: dengue, sintomas da dengue, causas da dengue e 
cuidados para evitar a dengue) e entrevista em profundidade. Os dados advindos do 
questionário foram processados pelo PASW 18 e analisados por meio de estatística 
descritiva. O software  Trideux foi utilizado para análise fatorial de correspondência das 
associações livres e variáveis dos participantes. As interlocuções dos participantes foram 
processadas pelo  software  ALCESTE e analisadas por meio da análise lexical 
(procedimentos padrão e análise cruzada). Os resultados evidenciaram que 40% dos 
adolescentes e 43% dos adultos afirmaram já ter contraído dengue. Os campos semânticos 
associados à  dengue pelos dois grupos foram objetivados pelas palavras  doença e morte, 
transmitida pelo mosquito. A dengue foi representada como sinônimo do mosquito causador 
da doença, que submete as pessoas ao perigo e medo. As manifestações da dengue foram 
ancoradas em aspectos físico-orgânicos (febre, dor de cabeça,  hemorragia, manchas 
vermelhas, dor muscular, vômito, dor no corpo, falta de apetite, cansaço, dor nos olhos, 
ânsia) e psicoafetivo (tristeza). As  causas foram associadas às  pessoas,  que certamente 
acumulam água quando da sua escassez (falta água), deixando a  água parada  em caixa 
destampada,  além de deixarem  pneu velho, lixo, garrafas e o quintal sujo, potenciais 
criadouros do vetor. Quanto aos cuidados para evitar a dengue, foram objetivadas algumas 
alternativas de prevenção e controle da doença (colocar areia no vaso, tampar a caixa, 
cuidado, não deixar água parada, limpeza, limpar as calhas), as quais foram ancoradas em 
dimensões normativas e comportamentais veiculadas pela mídia. A análise das entrevistas 
apresentou 5 classes temáticas (caracterização do bairro; políticas públicas e mídia; 
manifestações da dengue, atendimento médico e dengue hemorrágica; atitudes e hábitos 
arraigados; concepções e fontes de informação), complementando o conhecimento sobre as 
RS compartilhadas pelos grupos de pertença. O segundo estudo foi uma pesquisa 
documental (matérias jornalísticas sobre “dengue” e “epidemia da dengue” veiculadas nos 
jornais a Folha de São Paulo e A Gazeta). A análise do material verbal realizada pelo 
ALCESTE (procedimento padrão e análise cruzada) viabilizou 5 classes temáticas 
(epidemia de dengue em Ribeirão Preto; dengue, sintomas e exames físicos especializados; 
casos de dengue em Mato Grosso; potenciais criadouros de dengue e práticas de 
prevenção e; investigações científicas acerca da dengue). Os achados de ambos os estudos 
apresentaram RS consensuais. Isto é, as mensagens educativas veiculadas pela mídia 
impressa são incorporadas, difundidas e propagadas pelos moradores. Por outro lado, 
verificaram-se alguns dissensos entre a mídia impressa e os atores sociais. Para a primeira, 
o saber é pautado pelo discurso epidemiológico menos evidente nas vozes dos moradores de 
zona urbana de risco para a dengue. Estes, por sua vez, ancoraram o saber em aspectos 
macroestruturais, destacando suas vivências histórico-factuais, além dos aspectos 
psicoafetivos e relacionais diante da magnitude da enfermidade. Os resultados apontaram a 
necessidade de reformulação de programas de educação em saúde para prevenção e 
controle da dengue, concedendo atenção especial ao saber popular.

 


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 330783 - EVELYN RUBIA DE ALBUQUERQUE SARAIVA
Presidente - 332067 - MARIA DA PENHA DE LIMA COUTINHO
Externo à Instituição - MARIA NATÁLIA PEREIRA RAMOS - UL
Interno - 337201 - NADIA MARIA RIBEIRO SALOMAO
Externo à Instituição - RITA APARECIDA PEREIRA DE OLIVEIRA - IFPI