Banca de DEFESA: ANA LETÍCIA PEREIRA FERNANDES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANA LETÍCIA PEREIRA FERNANDES
DATA: 28/07/2023
HORA: 14:00
LOCAL: WEBCONFERÊNCIA (https://meet.google.com/ywj-ktcp-bxb)
TÍTULO: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À INFECÇÃO POR TOXOPLASMA GONDII E SPOROTHRIX SPP. NA PARAÍBA.
PALAVRAS-CHAVES: ELISA, felinos, RIFI, saúde única, soroprevalência.
PÁGINAS: 50
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Medicina Veterinária
RESUMO: A saúde única é a relação mútua e indissociável entre a saúde humana, animal e o meio ambiente sendo necessária para sobrevivência do ecossistema e seu desequilíbrio gera aumento de enfermidades zoonóticas. As rápidas modificações ambientais, culturais e sociais geraram uma maior proximidade entre os seres humanos e os animais e em alguns casos este contato se torna tão íntimo que os animais são percebidos como membros da família. Notavelmente durante a pandemia de COVID-19 foi recomendado o distanciamento social entre pessoas, com isso os indivíduos passaram mais tempo em domicílio em contato com seus animais de estimação que se tornaram um suporte primordial. Esse convívio trouxe vários benefícios para a saúde mental e bem-estar de ambos, todavia a convivência dos animais de companhia em contato físico próximo com seus tutores pode predispor a transmissão de zoonoses. A esporotricose e a toxoplasmose são zoonoses emergentes negligenciadas e crescem de forma exponencial no Brasil. Os felinos são hospedeiros em comum e desempenham papel crucial na epidemiologia destas afecções visto que é a única espécie que pode excretar os oocistos de T. gondii ambientalmente resistentes nas fezes e a espécie mais acometida pelo S. schenkii. Assim, o trabalho tem o objetivo de caracterizar a situação epidemiológica dessas enfermidades nos gatos domésticos na Paraíba. Para toxoplasmose foram coletadas 267 amostras sanguíneas de gatos domiciliados e para o diagnóstico foi realizado a reação de imunofluorescência indireta (RIFI). O ponto de corte adotado para soropositividade foi de 1:16. A prevalência de anticorpos anti-T. gondii em gatos foi de 17,22% (46/267; IC.95%= [14,1 – 33,2]). Foi encontrado fator associado à infecção em relação à idade (acima de 60 meses; RP=5.744 - IC=[1.368-24.121] - P= 0.017) e região onde habita (zona urbana, RP=8.515 - IC=[4.424-16.390] - P= <0.0001). Para esporotricose foram usadas 239 amostras sanguíneas de gatos de João Pessoa e de Sousa 76. Todos os animais foram provenientes de clinicas veterinárias de João Pessoa e do Hospital Veterinário do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba. Para execução do diagnóstico foi realizado ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) em duplicata. O exoantígeno utilizado no estudo foi preparado a partir da forma micelial do Sporothrix brasiliensis CFP 817. O ponto de corte para o soro ao exoantígeno foi definido com a média dos controles negativos mais 3 vezes o desvio padrão dos controles negativos. Dessa forma foi constatada uma prevalência geral de 42,22% (133/315 IC 95%= [36,8-47,7]). O fator associado à infecção por Sporothrix brasiliensis em João Pessoa foram idade, onde gatos de 12 meses possuem 4.785x maior probabilidade de serem positivos e animais com idades entre 13 e 60 meses 2.722x probabilidade de apresentarem anticorpos anti-Sporothrix brasiliensis. Não houve fatores associados à infecção nos animais do sertão da Paraíba. Conclui-se que a soroprevalência da infecção por T. gondii é considerada baixa. Entretanto, as características apresentadas neste estudo para esporotricose sugerem uma epidemia. Portanto, é crucial reforçar informações sobre educação em saúde, profilaxia, monitoramento do perfil epidemiológico da população animal, programa de controle de zoonoses e castração dos felinos.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1227342 - ARTHUR WILLIAN DE LIMA BRASIL
Externo à Instituição - ROBERTA NUNES PARENTONI
Externo à Instituição - RODRIGO DE ALMEIDA PAES