Banca de DEFESA: LAUDIANA ANDRIOLA DE AQUINO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LAUDIANA ANDRIOLA DE AQUINO
DATA: 06/08/2025
HORA: 08:00
LOCAL: CE Campus I UFPB
TÍTULO: ESTUDO SOBRE VIOLÊNCIA E RELIGIÃO: NARRATIVAS DO COTIDIANO DE MULHERES EVANGÉLICAS EM JOÃO PESSOA-PB
PALAVRAS-CHAVES: Violência de gênero; ciências das religiões; patriarcado, mulheres submissas e cristianismo; lares cristãos protestantes.
PÁGINAS: 107
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Teologia
RESUMO: O presente trabalho trata da complexa relação entre violência contra a mulher e religião, com foco em mulheres cristãs evangélicas da Igreja Batista Central (IBC) do bairro Colibris, em João Pessoa-PB. A investigação parte do reconhecimento de que a violência doméstica é um problema persistente e que assume contornos específicos dentro dos lares cristãos, exigindo atenção especial das Ciências da Religião e da Teologia. O estudo está dividido em três capítulos, que abordam a contextualização da violência associada ao sagrado no espaço doméstico, os desdobramentos da violência em lares evangélicos, e as narrativas de mulheres vítimas. A pesquisa tem como objetivo geral analisar a violência sofrida por mulheres cristãs protestantes da IBC - Colibris. Os objetivos específicos incluem: discutir as relações de gênero e violência simbólica no contexto cristão; refletir sobre a submissão, invisibilidade e silêncio que marcam essas violências; e apresentar e compreender os relatos dessas mulheres, preservando suas vozes e experiências. Para isso, utilizou-se a metodologia qualitativa, do tipo estudo de caso, com aplicação de entrevistas em um grupo focal composto por oito mulheres. A análise textual discursiva (ATD) foi adotada para organizar os depoimentos em categorias temáticas. O estudo buscou garantir a liberdade narrativa das entrevistadas, sem interferência do pesquisador, valorizando a escuta e a autonomia das participantes. A base teórica dialoga com autores como bell hooks, Beverly Engels, Júlio Chiavenato, entre outros/as, além de interpretações bíblicas que historicamente contribuíram para reforçar a desigualdade de gênero e a submissão feminina. Os resultados mostram que a violência doméstica afeta significativamente mulheres evangélicas da IBC - Colibris, e que muitas delas não encontram o apoio necessário dentro de sua própria comunidade de fé. Ainda assim, foi identificado um aspecto positivo: o pastor da sede da IBC se destacou por oferecer suporte e acolhimento às vítimas, o que não é comum em outras comunidades. Algumas mulheres relataram que a fé desempenhou um papel importante no processo de superação psicológica e espiritual da violência, mesmo diante de interpretações religiosas que reforçam a submissão ao homem. Essas mulheres afirmaram que, após a experiência de violência, passaram a entender a submissão como algo que só deve ser dirigido a Deus, e não mais aos homens. A pesquisa conclui que a religião possui um papel ambivalente: pode tanto perpetuar o silêncio e o patriarcado quanto oferecer caminhos de esperança, cura e resistência para as vítimas. Diante disso, torna-se urgente repensar a atuação das lideranças religiosas e fortalecer ações pastorais mais efetivas no enfrentamento à violência de gênero, para que a fé possa ser uma aliada na libertação e na reconstrução da dignidade das mulheres cristãs.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1732317 - RITA CRISTIANA BARBOSA
Interno - 3291357 - VITOR CHAVES DE SOUZA
Externo ao Programa - 1523340 - ANAMELIA SOARES NOBREGA
Externo ao Programa - 2645764 - ANITA LEOCADIA PEREIRA DOS SANTOS